Olá a todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “aceitar as dificuldades da vida“.
Com muita frequência nos queixamos das dificuldades da vida: nos queixamos de uma dor de cabeça, de que ganhamos pouco, de que temos de conviver com uma pessoa difícil, de que tudo está dando errado na nossa vida, de que os filhos só dão problemas etc.
Ao pensar nessas queixas que as pessoas costumam fazer, lembrei-me de um sacerdote, o Pe. Luis de Moya, com quem convivi uns anos atrás. Ele sofreu um acidente de carro que o deixou tetraplégico.
Era o ano de 1991. Ele morava na cidade de Pamplona e foi visitar seus pais, que moravam numa cidadezinha perto de Madri. Na viagem, devido ao cansaço, adormeceu ao volante e, quando acordou, já estava no hospital com a trágica notícia de que, entre outras coisas, havia rompido a coluna. Tudo a partir daquele dia mudou em sua vida.
Graças a Deus ainda está vivo, mas já esteve a ponto de morrer várias vezes. Conheci-o no ano de 1993 e ele vivia no hospital. Permanece numa cadeira de rodas motorizada e com a cabeça vai controlando todos os movimentos. Tem uma equipe de pessoas que o acompanha 24 horas por dia. Durante a noite, por exemplo, precisa de alguém que o mude de posição na cama. Sua cama é especial para evitar que se formem escaras. Aliás, já passou por sérios problemas com algumas que surgem mesmo assim. Ele mantém um site na internet e, para escrever as palavras, assopra um mecanismo que vai compondo as letras. As complicações que enfrenta por ser tetraplégico são inúmeras e o fato de estar vivendo há tantos anos já é um milagre.
Com frequência ele é entrevistado. Praticamente todas as vezes lhe perguntam se já pensou em tirar a própria vida. Numa ocasião, deu uma resposta da qual nunca mais me esqueci: “Matar-me, por quê? Eu sou um milionário que perdeu apenas mil reais!”.
Que coisa impressionante! Como é possível que diga isto: “Sou um milionário que perdeu apenas mil reais”? Depois ele explicava com toda a razão que era um milionário mesmo, pois em primeiro lugar era filho de Deus, e esse é o maior presente que recebeu em sua vida. Depois, em sua alma estavam a graça de Deus e a Santíssima Trindade (a Santíssima Trindade mora em nossa alma quando estamos em estado de graça). E, além disso, Deus lhe tinha dado o sacerdócio, outro presente incomparável. Portanto, dizia ele: “Sou um milionário! O que são essas perdas comparadas com os presentes que recebi? Nada, praticamente nada!”
Aprendamos com esse sacerdote a aceitar as contrariedades da nossa vida. Façamos o propósito de não nos queixarmos dos contratempos do dia a dia. Que desagradável é conviver ao lado de pessoas que constantemente se queixam das coisas, que vivem se lamentando. Essas pessoas passam o tempo azedas e azedam a vida dos demais.
Que sejamos pessoas sempre alegres, apesar de todos os pesares! Por quê? Porque somos “milionários”! Temos bens de valores infinitos: a vida, a filiação divina, a graça na nossa alma se estamos em estado de graça e junto com ela a presença da Santíssima Trindade, e todos os outros bens que podemos acrescentar a esses.
Essa consciência de que somos “milionários” pode mudar a nossa vida. Aprofundemo-nos nessa verdade e uma alegria infinita e estável penetrará fortemente em nossa alma.
Uma santa semana a todos!
Pe. Paulo