Olá a todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “amor ao próximo – I”.
Gostaria de, nas próximas mensagens, simplesmente reproduzir um texto maravilhoso do Padre Francisco Faus sobre o amor ao próximo. É um dos textos mais impactantes sobre o tema que já li nos últimos tempos. Vale a pena!!!
Amor ao próximo: como vemos os outros
Ver os outros com amor
Quando São Paulo descreve as principais manifestações do amor ao próximo, da caridade, diz: “A caridade é paciente, a caridade é benigna…” (1 Cor 13,4). Vamos meditar nessa segunda qualidade: a benignidade.
A benignidade é, antes de mais nada, um especial modo de ver os outros. Para expressá-la de maneira simples, poderíamos dizer que é benigno aquele que enxerga o próximo “com bons olhos”, e isso significa que possui uma inclinação habitual para fixar a sua atenção no “lado bom” das pessoas. Dentro do seu coração, está convencido de que não há nenhuma criatura que não tenha valor. Percebe amorosamente que, em cada ser humano, de um modo ou de outro, encontram-se as sementes, o latejar do bem. Pois todo homem, por mais deficiente que seja, conserva – mesmo por entre as mais densas sombras do pecado – a “imagem de Deus”, uma “imagem” que pode e deve ser amada.
“Dentro do avarento mais egoísta – dizia Paul Claudel –, no interior da pior prostituta e do mais indecente bêbado, há uma alma imortal, santamente ocupada em respirar, que, não podendo fazê-lo de dia, ao menos no repouso do sono pratica a sua adoração noturna”. No interior do mais degradado pecador – poderíamos acrescentar –, há um santo à espera de que o despertem. E só poderão acordá-lo o amor, o respeito e a confiança de um coração bom.
A bondade não despreza ninguém
Uma atitude que se situa do lado contrário da benignidade é o desprezo. Quando Cristo quis desmascarar a “bondade” hipócrita dos fariseus, começou por dizer que havia uns homens que confiavam em si mesmos, como se fossem justos, e desprezavam os outros (Lc 18,9).
O fariseu despreza precisamente porque se considera justo, porque é orgulhoso. Ao julgar-se perfeito e gabar-se das suas pretensas perfeições, considera inferiores aqueles que, em seu conceito, não as possuem: “Não sou como os outros homens”, diz, inchado de autocomplacência.
É próprio do orgulhoso manifestar uma irritada intolerância com os defeitos do próximo. Tal é o caso do homem que se aborrece porque a mulher, o colega ou os filhos são desordenados, ou distraídos e lerdos, ou pouco inteligentes, inoportunos, teimosos, rebeldes… Admirando-se a si mesmo como a um “deus”, julga intolerável que os demais não sejam “à sua imagem e semelhança”. Por isso, está continuamente a lançar-lhes em rosto, de modo humilhante, os defeitos que é incapaz de compreender: “Você nunca faz nada direito”, “parece mentira que não tenha um pingo de sensatez”, “não há quem o aguente”…
Com essa incapacidade para a compreensão, é natural que o orgulhoso se canse, e esse cansaço em face dos demais é outra forma – não menos dolorosa – de menosprezo. Frases como “já chega”, “não dá mais”, “desisto de tentar”, aplicadas ao próximo, indicam que a caridade fracassou dentro do coração de quem as pronuncia. A “decepção” é a morte da benignidade (Padre Francisco Faus, www.padrefaus.org).
Continua na próxima semana…
Uma santa semana a todos!
Padre Paulo