
Olá todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “aprendendo a dialogar no casamento”.
Com meus quase vinte e cinco anos atendendo casais, estou cada vez mais convencido de que o diálogo no casal é praticamente tudo.
Isso é assim por uma razão muito simples: o amor é união e a união no ser humano só se dá dialogando. Casais que não dialogam ou não sabem dialogar são casais onde os cônjuges vão se tornando uma ilha.
Basta um dia, por exemplo, para haver diversidades no casal, pois cada um é diferente, reage de modo diferente, pensa de modo diferente, tem uma educação diferente, tem valores diferentes etc. E se nessas diferenças não se vai buscando uma sintonia, a união vai deixando de existir e, consequentemente, o amor.
Por outro lado, como vocês já devem ter percebido, dialogar e saber dialogar não é fácil!!!
São inúmeros os obstáculos que impedem o diálogo:
– a falta de tempo do casal;
– a tendência natural de muitos homens (e algumas mulheres) de não gostar de dialogar;
– o orgulho de um dos cônjuges ou dos dois;
– querer no diálogo já resolver todos os problemas;
– ao dialogar trazer à tona coisas mal resolvidas do passado etc.
Umas breves palavras sobre cada um destes obstáculos.
A falta de tempo. Isso não pode ser uma desculpa para o casal. O casal deve encontrar este tempo que é vital para a sobrevivência do casamento. No casamento há coisas que são menos importantes e coisas que são mais importantes. O diálogo não é importante, é importantíssimo!!!
A tendência de muitos homens (e algumas mulheres) de não gostar de dialogar, de discutir a relação. Os homens, por natureza, são mais práticos e objetivos. O diálogo para muitos soa a blá, blá, blá. Apesar de que possa lhes parecer isto, devem entender que o ser humano não é simples e requer tempo para se colocar em acordo, para buscar sintonia. O ser humano é complexo e só o diálogo com suas idas e vindas leva ao entendimento.
O orgulho. Este é um dos maiores obstáculos do diálogo. O orgulhoso não aceita crítica, não sabe conversar, pois cai na discussão; se exalta, perde logo a paciência etc. Temos que lutar com todas as forças contra este defeito. Temos que ser evoluídos e saber dialogar sem cair em discussão. A pessoa orgulhosa leva tudo para o campo pessoal, não sabe perdoar e fica carregando os fantasmas do passado no casamento. Temos que declarar guerra ao orgulho se queremos levar para frente o casamento.
Querer no diálogo resolver todos os problemas. Muito de nós temos um grande defeito que é querer ir do oito para o oitenta. Querer no diálogo falar tudo que não está bem. Mas assim não se resolve nada. Ninguém é capaz de mudar tudo. Às vezes, também, queremos no diálogo propor apenas uma mudança, mas muito acima das condições do cônjuge e, ao ver que não muda, desanimamos. Não é assim que se faz. Nós temos que ajudar o cônjuge a passar do oito para o nove. E, uma vez que chegou no nove, ir do nove para o dez. E assim por diante. Num bom diálogo os dois têm que sair com o comprometimento de lutarem num pequeno ponto, acessível, nos próximos dias. E assim nos sucessivos diálogos.
Trazer coisas mal resolvidas do passado. Nós temos que aprender, sobretudo, a perdoar para deixar para trás o que ficou para trás. Quem traz para o presente o que ficou para trás é, via de regra, porque por falta de humildade não está sabendo perdoar e, consequentemente, esquecer. Ninguém gosta de conversar com alguém quando esta pessoa traz coisas do passado. Saibamos ser humildes e a capacidade de perdão aumentará, facilitando enormemente o diálogo.
Como se vê há muitos obstáculos para o diálogo no casal. Vamos pedir a Deus que nos ajude a superar, pouco a pouco, cada um deles para que vocês encontrem no casamento a felicidade que tanto desejam.
Uma santa semana a todos!
Padre Paulo