(Revista Pergunte e Responderemos, PR 380/1994)A alegação dos irmãos protestantes de que seguem somente a Bíblia, pode tornar-se ilusória e até pretexto para fazer precisamente o que a Bíblia proíbe.
Assim, por exemplo, no INFORME JB do JORNAL DO BRASIL de 10/10/93, lê-se o seguinte:
Picareta divino
Nasser estava na sala do PP na Câmara quando Itsuo Takayama -anunciou solenemente: “Vou lá (na sala do PSD) pegar os dólares”.
Segundo relato de Nasser, Takayama não se abalou diante dos argumentos de Álvaro Dias para demovê-lo de se vender ao PSD.
– Sou evangélico, li a Bíblia e ali não vi nada que me impedisse de receber o dinheiro – disse o deputado.
Inventou a Teologia da Corrupção.
Se esta notícia merece crédito, observa-se que o irmão protestante usou de sofisma, pois na verdade todo tipo de corrupção é condenado pela Bíblia; confiram-se os textos de Rm 1,18-32; lCor 6,9s; GI 5,19-21.
A Irmã Ivone Gebara, por sua vez, ao defender o aborto, diz simplesmente que “o Evangelho não trata disso. O Evangelho é um conjunto de histórias que provoca a misericórdia e ajuda na construção do ser humano” (VEJA, 6/10/1993, p. 7).
Verdade é que a Ir. Ivone Gebara, sendo católica, segue a Palavra de Deus, que vem pelos canais da Tradição oral e da Tradição escrita (Bíblia). Por conseguinte, não pode basear seu modo de pensar apenas na letra do Evangelho; ela deve saber que o aborto sempre foi tido como crime pela Tradição cristã. Mesmo que quisesse seguir apenas o Evangelho, ela não poderia esquecer que em Mt 19,18 Jesus repete ao jovem rico os mandamentos do Decálogo, entre os quais o de Não matar.
A Bíblia, sendo um livro, carece da vivacidade da Palavra oral. Daí ser ela sujeita às interpretações mais variadas e subjetivas. É de crer que muitos protestantes, julgando estar seguindo a Bíblia, estão seguindo seu próprio alvitre, abrilhantado por citações bíblicas. Por isto, muito sabiamente o Senhor Jesus confiou à sua Igreja a missão de guardar e transmitir autenticamente as Escrituras Sagradas; para tanto, assegurou ao magistério da Igreja a sua assistência infalível, penhor de genuína interpretação do texto sagrado; cf. Mt 16,16-19; Lc 22,31s; Jo 21,15-17; Jo 14, 26;16, 13-15.