Olá a todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “combatendo o mau humor”.
Se há uma doença crônica nos dias de hoje é o mau humor. Basta sair à rua para ver o motorista de ônibus mal-humorado por termos ficado uns segundinhos a mais com o carro à sua frente, o motoqueiro que vai xingando todo mundo que atrapalha um pouco o seu caminho, a recepcionista do prédio onde trabalhamos que mal olha na nossa cara, o colega de trabalho que surta na segunda pergunta que fazemos a ele etc.
E não é preciso sair de casa para contemplar estas cenas bizarras. Infelizmente esse mau humor está presente no dia a dia de muitas famílias.
Todos nós sabemos que o mau humor tem um poder enorme de azedar a nossa vida. E também temos consciência de que deixar-se levar por este sentimento não é um sintoma de saúde espiritual, muito pelo contrário.
Um grande bem que podemos fazer para a sociedade é ajudá-la a extirpar o mau humor que há em muitos ambientes. Nesse sentido, cabe a nós irmos na frente.
Pensando nisso, podemos nos perguntar: será que eu tenho me deixado levar frequentemente pelo mau humor? Será que basta muito pouco hoje para eu perder a paciência ou até surtar?
Se olharmos para a vida de Jesus Cristo, veremos que em nenhum momento Ele se deixou levar pelo mau humor, pela irritação. E Jesus foi posto à prova em inúmeras ocasiões pelos seus inimigos. Numa delas, por exemplo, tentam colocá-lo contra a parede perguntando-lhe se os judeus deveriam pagar o imposto a César. Mas Jesus, com toda a calma do mundo, pede a eles que lhe mostrem uma moeda corrente que continha a inscrição de César e lhes diz, mostrando um domínio de si e uma sabedoria sem igual: “Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Mateus 22, 9). Noutra ocasião, também com relação aos impostos, até tira partido de um cobrador que lhe vem pedir a sua parte. Pede para esperar um pouquinho. Em seguida pede a Simão Pedro que vá pescar e lhe traga o primeiro peixe que pegar. Simão lhe traz o peixe e Jesus abre a sua boca e pega uma moeda com o valor exato do imposto que lhe correspondia e dá ao cobrador que deve ter ficado boquiaberto. Não é preciso dizer que todos se divertiram.
O que explica esse bom humor de Jesus e seu espírito leve?
Em primeiro lugar, o estar bem consigo mesmo. Uma pessoa que não está bem por dentro se irrita com qualquer coisinha. Tudo a machuca e a fere. Se uma pessoa está bem, está feliz, ela tem um colchão que amortece as agressões exteriores. Quanto maior a alegria, maior será esse colchão.
Qual era o fundamento da alegria de Jesus? Seu fundamento era ser filho de Deus e ser amado por Ele. Sua existência estava marcada não só pelo amor, que é o que nos torna felizes, mas pelo maior amor de todos, que é o amor de Deus por ele.
Quando nós somos conscientes desse amor, a nossa vida se enche de uma profunda alegria, que nos torna capazes de vencer qualquer inimigo que tenta nos puxar para baixo, que tenta nos tirar a alegria.
Em segundo lugar, Jesus vivia mergulhado na bondade divina, mergulhado nas inúmeras bondades que seu Pai derramava a cada dia no mundo. Lógico que Jesus via todo o mal que há no mundo, toda a perversidade humana, com uma profundidade muito maior do que a nossa. Porém, Jesus era consciente de que a bondade divina “supera, como dizia São João Crisóstomo, as areias do mar”. A bondade divina é infinita e povoa esta terra, sendo muito mais abundante do que todo o mal que possa existir.
Quando nós somos conscientes também dessa realidade, nossa alegria se aprofunda ainda mais, pois olharemos muito mais as coisas boas deste mundo do que as coisas ruins.
Vamos fazer o propósito de combater todo mau humor (que sai em forma de crítica, de agressões e de destemperos) que azeda a nossa vida e a das pessoas que vivem à nossa volta. Que com a ajuda de Deus saibamos encontrar os caminhos do bom humor e que com isso sejamos semeadores de paz e alegria no meio do mundo.
Uma santa semana a todos!
Padre Paulo