Gostaria de falar esta semana sobre a paciência.
Quem de nós não reconhece que precisaria ter mais paciência!
Precisaria ter mais paciência:
– no trânsito;
– com os colegas de trabalho;
– com os irmãos;
– com a esposa, com o marido, com os filhos;
– com a sogra; etc.
E aí vem uma pergunta: como ter mais paciência?
Uma luz para esta resposta surge da etimologia da palavra paciência. A palavra paciência vem do latim, patior, que significa “sofrer”. Foi escolhida esta raiz para a virtude da paciência, para transmitir a ideia de que uma pessoa paciente é uma pessoa que “sabe sofrer”.
Eis aí uma grande luz para nós: uma pessoa impaciente nada mais é do que uma pessoa que não sabe sofrer. Assemelham-se às crianças que quando são contrariadas minimamente começam a berrar. Um homem maduro, por outro lado, aprende a sofrer, pois entende que o sofrimento faz parte da vida. Aprende a sofrer para não tornar a sua vida um inferno, nem infernizar a vida dos demais.
Tenho sido uma pessoa paciente? Tenho sabido aceitar com alegria as contrariedades da vida? Tenho sido uma pessoa madura, que sabe sofrer, com a preocupação de não tornar a vida pesada aos demais?
Tenho sabido suportar com mansidão as demoras da vida?
Este é um aspecto importante do saber sofrer da virtude da paciência: saber suportar as demoras das coisas, não querendo apressar o seu tempo.
Tudo tem o seu tempo:
– Deus tem o seu tempo;
– a natureza tem o seu tempo; o tempo do crescimento de uma planta; o tempo do desabrochar de uma flor; o tempo do surgimento de um fruto;
– as pessoas têm o seu tempo; o tempo para amadurecerem, o tempo para melhorarem, o tempo para realizarem uma tarefa, etc.
Uma pessoa impaciente não sabe suportar estas demoras. Faz lembrar aquela estória do homem que resolveu contemplar o nascimento de uma borboleta.
Um dia, um homem vendo uma borboleta que começava a sair do seu casulo, resolveu sentar-se para contemplar esta cena. Depois de um bom tempo contemplando o lento processo de saída, perdeu a paciência e resolveu ajudá-la. Pegou uma tesoura e abriu a extremidade por onde ela estava saindo. Como era de se esperar, a borboleta saiu num instante. No entanto, morreu horas depois. Morreu porque suas asas ficaram coladas ao corpo e não pôde voar. O que aquele homem, em sua gentileza e vontade de ajudar não sabia, era que o casulo apertado e o esforço da borboleta para passar através da pequena abertura é o modo pelo qual Deus se serve para que as suas asas se desprendam do corpo, de forma que esteja pronta para voar uma vez que está livre do casulo.
Saibamos esperar pacientemente o tempo das coisas! Saibamos esperar:
– o tempo de um filho amadurecer, uma vez que já o alertamos;
– o tempo da esposa, do marido, melhorar, uma vez que já o corrigimos;
– o tempo de receber um aumento no salário, uma vez que já o pedimos;
– o tempo do trânsito fluir;
– a temperatura arrefecer e não ficar reclamando do calor, etc, etc.
Saibamos ser pacientes e experimentaremos aquilo que Cristo nos disse que é o melhor elogio da paciência: “pela vossa paciência possuireis as vossas almas” (Lc 21, 19). Isto é, pela vossa paciência sereis senhores das vossas almas. Numa palavra: experimentaremos a paz, uma grande paz.
Uma santa semana a todos!
Pe. Paulo