Gostaria de falar esta semana sobre o diálogo.
No Evangelho vemos Cristo com uma grande capacidade de diálogo com todos os tipos de ouvintes. Todos aqueles que se aproximavam dEle e esperavam uma palavra de consolo, uma palavra de acolhimento, uma palavra de carinho podiam ter a certeza de que a receberiam. Como deveria ser extraordinária a convivência com Cristo! Como deveria fluir a conversa num tom agradável, ameno, interessante!
Não há dúvida que um dos pontos fundamentais da convivência é o diálogo. No entanto, o que vemos em muitas relações humanas:
– discussões: ausência total de diálogo
– diálogos que duram alguns minutos, mas logo caem em discussão
– pessoas que convivem juntas, mas não conversam
– diálogos monossilábicos
– diálogos pesados, pessimistas, negativos
– palavrões
– farpas, ironias, provocações
– incapacidade do outro de passar por cima de uma farpa, de uma ironia, de uma provocação, de um comentário negativo
Nada disto ocorria na vida de Cristo. Pelo contrário: o diálogo era uma base do amor. Através dele Cristo dava o seu amor aos homens: um amor na forma de palavras. Acompanhado também das obras.
Como muda o ambiente quando há pessoas que sabem dialogar! E o diálogo flui, se necessário, horas e horas a fio.
Façamos, portanto, umas perguntas importantes:
– tenho sabido dialogar?
– tenho sabido passar por cima, com imensa paciência, das farpas, ironias, provocações, comentários negativos daqueles que convivem comigo? Sem fazer cara feia, ou cara de quem não gostou? Cristo faria isto! Mas também, num bom momento, conversaria com esta pessoa mostrando que o que fez naquela ocasião não estava certo
– tenho sabido, diante de opiniões diferentes, chegar num consenso? Como dizia um sacerdote santo: “só os tolos são cabeçudos; os muito tolos, muito cabeçudos!”
– tenho sabido fugir de temas polêmicos?
– tenho sabido introduzir temas amenos, agradáveis, interessantes? Saber sempre introduzir temas amenos, agradáveis e interessantes é de uma imensa virtude!
– tenho sabido fugir como o rato do gato, das discussões?
– tenho sabido conversar com pessoas mais simples, de outros credos, de outras raças com imenso respeito e carinho?
– quando é preciso tocar num ponto mais delicado, ajudar uma pessoa a corrigir um defeito, tenho feito isto num bom momento (não na hora da raiva), com imenso respeito e afeto?
Agir desta forma é agir como um verdadeiro cristão! Como alguém que olhou para Cristo e aprendeu a agir seguindo os seus passos.
Peçamos a Deus e a Nossa Senhora que aprendamos a imensa virtude do diálogo. Que sejamos pessoas serenas e mansas. Que as pessoas procurem para conversar conosco porque sabem que sabemos dialogar, isto é, sabemos respeitar e amar.
Que Deus vos abençoe!