Olá a todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “A maldade da fofoca“.
Infelizmente a fofoca é uma realidade que está impregnada em todos os meandros da vida social: nas reuniões familiares, nas festas, nos encontros de amigos num barzinho, nos corredores das escolas e faculdades, no ambiente profissional etc.
Está tão impregnada que já se perdeu a noção da sua maldade. E, como é bom lembrar, a fofoca, mesmo que seja leviana, dita sem grandes pretensões, provoca um grande mal.
Qual é a maldade da fofoca?
Sua maldade é denegrir a fama das pessoas. Como sabemos, todo homem tem direito à sua fama e, sem causa justa, não é lícito tirar-lhe essa boa fama. Obs.: a causa justa se dá em pouquíssimos casos.
Shakespeare tinha razão ao pôr na boca de um personagem estas palavras: “Que a boa fama para o homem, senhor, como para a mulher, é a joia de maior valor que se possui. Quem furta a minha bolsa me desfalca de um pouco de dinheiro. É alguma coisa e é nada. Assim como era meu, passa a ser de outro, após ter sido de mil outros. Mas o que me subtrai o meu bom nome defrauda-me de um bem que a ele não enriquece e a mim me torna totalmente pobre” (Shakespeare, “Otelo”, Ato III).
A difamação assemelha-se ao roubo. Assim como há roubo material, há roubo imaterial: roubar a boa fama de alguém.
A maldade em tirar a boa fama de alguém também fica evidente numa penitência inusitada que deu uma vez São Felipe Neri a uma pessoa. Numa ocasião, uma senhora foi se confessar com São Felipe Neri acusando-se de ter difamado gravemente uma pessoa. Como penitência, ele lhe disse que fosse até a sua casa e pegasse umas penas de galinha e no caminho de volta para a igreja fosse jogando as penas no chão. Uma vez de volta à igreja, a senhora foi falar novamente com o santo. São Felipe, depois de elogiar a sua obediência, disse-lhe:
– Agora volte pelo mesmo caminho e recolha todas as penas e traga-me aqui.
– Mas, padre, o que é que o senhor está dizendo? O vento já levou todas!
– Exatamente. A senhora jamais poderá reuni-las novamente, como jamais poderá reunir nem retirar as palavras infamantes contra o próximo. Já passaram de boca em boca e daqui a pouco todos estarão pensando mal desta pessoa, sendo que talvez nem seja culpada do que fez.
Penso que os maiores motivos para não falarmos mal das pessoas sejam estes:
– não falar mal dos outros porque não queremos que falem mal de nós; se é para falar mal, que nos falem na cara, para nos ajudar, para nos corrigir;
– porque o falar mal dos outros gera um clima de desconfiança generalizada nas pessoas, e isso é muito ruim;
– porque é deslealdade, covardia e orgulho: quem é leal não é covarde e fala as coisas na cara; é orgulho porque no fundo quem fofoca acha que só ele é bom e os demais não são.
Façamos o propósito de não falar mal por trás de ninguém. A reação cristã é rezar e falar para ajudar, porque queremos o bem de todos. E que muitas vezes vivamos o que dizia um santo: “Se não é para louvares, cala-te”!
Façamos o propósito de erradicar a fofoca de todos os ambientes, indo na frente, tentando explicar para as pessoas a deslealdade e toda a maldade que a supõe.
Coloquemos isso em prática e respiraremos um ar muito mais puro, sustentável.
Uma santa semana a todos!
Pe. Paulo