Olá todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “inveja boa e inveja má”.
Algumas pessoas devem ter estranhado o título desta mensagem. Será que existe uma inveja boa? Sim, existe. Ela é uma virtude e se chama eutrapélia. Na verdade, não é uma inveja no estrito senso, pois toda inveja em si é má. A eutrapélia é uma virtude que olhando uma qualidade interior ou mesmo um bem material que alguma pessoa tem, somos movidos a conquistá-lo.
Nesta virtude as coisas boas que os outros têm são um estímulo para que eu também procure este bem. Quantas vezes os outros foram e têm sido um estímulo para nós! Não há nisso nada de ruim.
Mas ao lado desta virtude, desta qualidade boa, há a má inveja ou simplesmente a inveja. O que a inveja tem de característico que a distingue da virtude da eutrapélia? Ao contrário desta virtude, onde o bem dos outros provocam sentimentos bons no nosso coração, a inveja se caracteriza por produzir sentimos ruins.
A pessoa invejosa quando vê um bem material ou espiritual em outra pessoa, sente:
– tristeza: tristeza ao ver que esta pessoa possui este bem, porque ela tem e eu não tenho, porque ao ter este bem é mais feliz do que eu, porque tendo este bem se sobressai sobre mim;
– dor: uma dor interior provocado por um sentimento de humilhação: ela tem e eu não tenho;
– raiva: uma raiva que corrói o coração e faz ter desejos ruins contra a pessoa invejada: desejar que esta pessoa se dê mal, que perca o emprego, que perca o namorado (a namorada), maquinar algo para prejudicá-la etc.
Movidos pela inveja, não só sentimos coisas ruins, mas podemos fazer ações concretas para prejudicar a pessoa invejada. Movidos pela inveja se pode inclusive, se não se luta contra este sentimento, a tirar a vida de alguém. Quantas histórias como esta já ouvimos!
A inveja pode não levar necessariamente a sentimentos explicitamente ruins mas a algo que não é tão bom, que não deveria existir: a competição entre as pessoas. Há uma competição saudável, boa, mas a competição gerada pela inveja é ruim. Esta competição nos leva a:
– estar olhando continuamente para os passos de quem começo a competir;
– olhá-lo mais como rival do que como amiga, colega;
– perder a paz toda vez que vejo que esta pessoa deu um passo, subiu um degrau etc. Esta inveja também corrói a nossa alma.
Como sabemos a inveja pode aparecer em todos os ambientes. Pode aparecer:
– em casa: numa competição entre mãe e filha;
– entre irmãos;
– no trabalho: que é um ambiente incrivelmente fértil para a inveja;
– na academia de ginástica etc.
Um esclarecimento: sentir inveja é absolutamente normal. As situações nos fazem sentir inveja. Este sentimento surge instintivamente. O erro da inveja é “deixar-se dominar, dar trela, alimentar este sentimento”. O mal não está em sentir, pois o sentir é humano, faz parte da nossa natureza. O mal está em “consentir”, isto é, uma vez que eu sinto, dar vazão livremente a este sentimento ruim.
Façamos o propósito de lutar com todas as forças para que a inveja não tome conta do nosso coração. Se cada um de nós fizer isto, a sociedade se tornará muitíssimo melhor, eliminaremos grande parte do mal que há no mundo.
Uma santa semana a todos!
Pe. Paulo