Olá todos!
Eis a ideia para vocês refletirem essa semana: “o milagre da mula de Santo Antônio”.
No capítulo 6 do Evangelho de São João há o famoso discurso eucarístico. Nele Jesus, depois de ter feito o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes no dia anterior, vai para a outra margem do lago de Genesaré e, sabendo que todos os discípulos iriam atrás dele, porque lhes havia saciado a fome, aproveita esta ocasião para lhes fazer a promessa da eucaristia. Jesus promete naquele dia que a partir de agora todos os seus discípulos poderão receber o seu corpo como alimento: o pão da Vida. “Quem comer deste pão viverá eternamente” (João 6, 51).
Esta promessa se cumpre na Última Ceia quando Jesus reparte o pão e o transforma no seu corpo: “Tomai todos e comei, isto é o meu Corpo que será entregue por vós” (Mateus 14, 12).
Esta verdade de que o próprio Cristo está na Hóstia consagrada é uma das maiores verdades da nossa fé. Esta verdade sempre foi afirmada pela Igreja ao longo da história. Para acreditar nela, bastam as palavras de Cristo, pois Ele é o próprio Deus que não se engana e nem pode nos enganar. No entanto, para aumentar a nossa fé, Deus ao longo da história tem feito milagres eucarísticos para que não duvidemos desta verdade. Hoje são mais de 300 milagres eucarísticos no mundo. Hoje gostaria de contar um que ocorreu através de Santo Antônio.
Conta-se que na cidade de Rímini, na Itália, onde residia na ocasião Santo Antônio, no ano de 1227, um herege chamado Bonovillo que não acreditava na presença de Jesus na Hóstia consagrada, depois de ouvir inúmeros argumentos dados pelo santo, desafiou-o com a seguinte proposta: “se tu, Antônio, consegues com um milagre convencer-me que na Hóstia consagrada está realmente o Corpo de Cristo, então, depois de abjurar totalmente da heresia, me converto imediatamente à fé católica. Proponho um desafio: eu vou amarrar uma das minhas bestas e fazê-la passar fome. Depois de três dias, eu a soltarei e colocarei comida diante dela. Tu ficarás na sua frente, com isso que tu pensas que é o Corpo de Cristo. Se a besta, deixando de lado os víveres, adorar o teu Deus, eu compartilharei a fé da tua Igreja”.
A biografia mais antiga de Santo Antônio, a Assidua, traz as palavras exatas que Bonovillo disse ao santo: “Padre! Eu te digo diante de todos: acreditarei na Eucaristia se a minha mula, que farei jejuar durante três dias, coma a Hóstia que tu oferecerás e não o feno que eu darei”. Esse episódio também é citado na Benignitas, uma das obras mais antigas sobre a vida de Santo Antônio.
Santo Antônio, iluminado pelos Céus, aceitou o desafio. O encontro foi marcado na Praça Grande (atual praça “Tre Martiri”) e atraiu uma multidão de curiosos. No dia fixado e na hora marcada, os protagonistas desse estranho desafio apareceram na praça seguidos pelos seus simpatizantes. Santo Antônio, seguido por fiéis católicos, apresentou-se com a Hóstia Consagrada dentro de um Ostensório (suporte para a Hóstia consagrada) e Bonovillo seguido pelos seus aliados na incredulidade, com a sua mula esfomeada.
O Santo milagroso, depois de ter pedido e obtido silêncio, virou-se para a mula e disse: “Em virtude e em nome do teu Criador que, por mais que eu seja indigno, tenho nas minhas mãos, te ordeno: avança rapidamente com o devido respeito e rende homenagem ao Senhor; para que os malvados e os hereges compreendam que todas as criaturas devem humilhar-se diante do Criador que está nas mãos dos sacerdotes sobre o altar”. O animal, rejeitando o alimento, aproximou-se imediatamente e com docilidade ao religioso e diante da Hóstia dobrou reverentemente as patas dianteiras.
Bonovillo então ao ver a mula ajoelhar-se diante da Hóstia, cheio de estupor, jogou-se aos pés de Santo Antônio e abdicou publicamente dos seus erros. Converteu-se e tornou-se a partir daquele dia num dos mais zelosos cooperadores do santo.
Que esta história nos ajude a aumentar a fé na presença real de Jesus Cristo na Eucaristia e que ela nos leve a visitá-lo com frequência nas igrejas e a receber a comunhão sempre que estivermos em estado de graça.
Que Deus abençoe a todos!
Padre Paulo M.Ramalho