Motivação da vida

Gostaria de falar esta semana sobre a motivação pela qual fazemos as nossas coisas.

Isto me faz lembrar uma estória que ouvi uns anos atrás e que marcou muito a minha vida.

A estória é a seguinte:

Ao lado de uma catedral em construção havia três pedreiros quebrando pedras. Com certa freqüência costumava passar por ali um homem que gostava de observá-los trabalhando. Vendo a cara diferente com que trabalhavam, resolveu um dia se aproximar de cada um deles para lhes perguntar o que faziam. Aproximou-se do primeiro que tinha a cara mais pesada dos três e perguntou-lhe:
– O que o senhor está fazendo? Ele respondeu, sem levantar o rosto, fazendo menção de estar bastante contrariado:
– Estou quebrando pedras.
Aproximou-se, então, do segundo, com uma cara um pouco melhor e lhe perguntou:
– O que o senhor está fazendo? Ele respondeu com um sorriso no rosto:
– Estou sustentando a minha família!
Aproximou-se, então, do terceiro, que possuía uma cara repleta de felicidade, que vivia cantando e cumprimentando todos que passavam na rua, e lhe perguntou:
– O que o senhor está fazendo? Ele, com a boca cheia, transbordando de alegria, respondeu:
– Estou construindo uma catedral!

Esta estória, que é tão simples, tem um significado bastante profundo: nos faz pensar que há diferentes motivações pelas quais se pode fazer a mesma coisa e nos faz pensar que há motivações que fazem vibrar todos os poros da nossa alma, que nos faz encontrar uma alegria transcendente (acima da felicidade terrena).

Qual é esta motivação transcendente, que preenche todo o nosso coração, que nos faz transbordar de alegria, mesmo que a nossa ação seja quebrar pedras? Fazer tudo por “amor a Deus”.

Quando fazemos algo por “amor a Deus” tudo adquire o ingrediente melhor que existe: o amor; que é o que realiza em modo máximo o ser humano.

O que nos “realiza” não é o fazer, mas o “amar fazendo”. O que nos realizar não é o ter: ter um carro, ter dinheiro, ter casas, ter um barco, etc, etc. O que nos realiza é amar uma pessoa e, de modo sumo, amar uma “Pessoa”, isto é, Deus.

Parem para pensar: existe coisa melhor do que “sentir” que estamos amando a Deus em tudo o que fazemos ao longo do dia, quando estudo, quando trabalho, quando descanso, quando cumpro minhas obrigações? Existe coisa melhor do que “sentir” que estamos sendo amados por Deus em tudo o que fazemos ao longo do dia?

Passemos a ter esta grande motivação da nossa vida e:
– passaremos a construir “catedrais” em todo momento!
– tornaremos grandiosas todas as nossas ações (a grandeza do amor), mesmo as mais intranscendentes, como a de colocar um papel no lixo!
– “eternizaremos” toda as nossas ações: qualquer ação passa a ter um valor eterno; ficará para sempre; transcenderá o tempo e o espaço!
– encontraremos o maior sabor ao realizar uma ação: fazê-la por Deus, para agradar a Deus!
– estaremos abertos a grandes ideais: pensar nos outros, pensar na sociedade, nos que sofrem!
– encontraremos uma solidez: pois todas as motivações humanas, por melhores que sejam, são frágeis e voláteis.
– encontraremos sentido tanto na alegria como na dor.

Paremos de quebrar pedras por quebrar pedras! Tenhamos uma grande motivação para as nossas vidas! E, se em alguns momentos tenhamos que quebrar pedras, que isto seja motivo para construirmos verdadeiras catedrais!

Uma santa semana a todos!

Pe. Paulo

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