O significado do amor (I)

Olá a todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “o significado do amor (I)”.

A realidade mais importante da vida humana é o amor. Se São João diz que “Deus é amor” (1 João, 4), como o homem é a imagem e a semelhança de Deus, podemos dizer com toda a propriedade que “o homem é amor”.

Sendo o amor a realidade mais importante no homem, é fundamental sabermos o que é “amar”.

Eu fico perplexo quando peço às pessoas que definam o que é o amor e as vejo gaguejar nessa hora, ficar pensativas, dizer frases desconexas, mostrando que pouco sabem sobre essa realidade.

Como se não bastasse, usa-se hoje a palavra amar para tudo: eu amo meu cachorro, amo pizza, amo meu trabalho, amo pintar, amo meu quarto, amo este lugar etc.

Se recorrermos à literatura, não vamos ter muitos progressos, pois vamos encontrar muitas variantes da palavra “amor” e muitas alusões a seu mistério como, por exemplo, as famosas palavras de Camões: “Amor é fogo que arde sem se ver/ É ferida que dói e não se sente/ É um contentamento descontente/ É dor que desatina sem doer”… (Luís de Camões).

Com tal vulgarização da palavra “amor”, com tantas variantes na sua alusão, e com enorme desconhecimento de seu significado por parte de muitas pessoas, não há dúvida de que toda relação de amor, como o namoro e o casamento, fica completamente prejudicada. Como se mantém um casamento? No mínimo, mantendo o amor. Mas, se não sei o que é o amor, como o mantenho? E, consequentemente, como preservo o casamento?

Vejam em que situação complicada nos encontramos hoje!

Uma primeira luz para desvendar o seu significado é pensar no verbo “amar”. Se “amar” é um verbo, significa que é um movimento, uma ação que se realiza.

Nesse sentido, o amor não é em sua essência um sentimento, mas uma ação, algo que se faz, que se realiza. A grande maioria das pessoas hoje, por ignorância, identifica o amor com um sentimento.

Se o amor é mero sentimento, isso conduz a realidades bastante perigosas. Por quê? Porque:
– nós não somos donos dos nossos sentimentos; não sou eu que resolvo sentir, mas são as coisas, as pessoas que me “provocam” o sentimento;
– se não somos donos dos nossos sentimentos, não está nas minhas mãos fazê-lo crescer, desenvolver-se; ele cresce ou diminui de acordo com o que a pessoa amada faz para nós;
– os sentimentos são variáveis, instáveis;
– os sentimentos tendem a diminuir com o tempo devido à rotina e devido à constatação dos defeitos daqueles por quem um dia estávamos apaixonados. Até o dia em que se diz que “o amor acabou!”.

Mas amar, graças a Deus, não é mero sentimento! Se fosse, não há dúvida de que, passados alguns anos de convivência, e em determinados casos até meses, muitas pessoas diriam para a outra: “o amor acabou!”. E onde foi parar todo aquele sonho de amor eterno, aquele casamento maravilhoso, aquele investimento enorme gasto na cerimônia? Pois é, o “amor acabou”…

Graças a Deus, a salvação é esta: o amor é um verbo, uma ação. É disso que falaremos na próxima mensagem.

Uma santa semana a todos!

Padre Paulo 

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