Olá a todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “o sentido da vida”.
Fala-se muito no dia a dia de ter sucesso, de ser uma pessoa bem-sucedida. Mas será que isso é garantia de ser feliz? Sou uma pessoa feliz, realizada?
É muito interessante o que dizia sobre isso um psicólogo austríaco chamado Viktor Frankl, falecido em 1997, que ficou famoso com sua teoria da logoterapia, ou o sentido da vida.
Esse psicólogo falava, entre outras coisas, que a vida humana deve ser observada sob quatro pontos de vista: sucesso e fracasso, realização e desespero.
O primeiro mérito de fazer essa consideração é chamar atenção para um aspecto externo da vida que são o sucesso e o fracasso, pois esses adjetivos são vistos de fora por todas as pessoas. Por outro lado, há duas qualidades que são internas e independentes do sucesso e do fracasso — a realização e o desespero. Viktor Frankl chama de desespero a falta de sentido para a vida, que pode levar inclusive ao desespero.
O segundo mérito desse psicólogo é considerar com mais profundidade o que significa a realização, o estar realizado. À primeira vista dizemos que uma pessoa está realizada quanto ela está feliz. Mas Viktor Frankl vai mais a fundo e considera, por exemplo, uma pessoa que está com uma doença grave, sentindo dores fortes, mas se sente realizada. Não está sorrindo, mas está muito bem por dentro. Ele vai dizer então que a realização se deve ao fato de ela ver um sentido para as coisas, um sentido para a vida. E isso produz naturalmente uma felicidade, mas essa felicidade é mais interior e não necessariamente epidérmica.
Viktor Frankl, quebra a relação direta que se costuma fazer entre sucesso e felicidade, de tal forma que pode haver nas pessoas quatro tipos de combinação:
– sucesso e realização
– sucesso e desespero (falta de sentido para a vida, para o que está fazendo)
– fracasso e realização
– fracasso e desespero
Para ilustrar esses estados, cita pessoas com sucesso e que por dentro reconhecem um profundo sentido para a vida. Conta, por exemplo, a significativa taxa de suicídios entre estudantes na Universidade Estadual de Idaho, a expressiva clientela de executivos bem-sucedidos que se queixavam de um sentimento enorme de falta de sentido que apareciam em sua clínica e a sugestiva parcela de ex-alunos de Harvard que procuravam atendimento clínico com a mesma queixa. Por outro lado menciona depoimentos de alguns presidiários que, apesar dos erros do passado e do fracasso do presente, por estarem presos, encontraram um grande sentido para a sua vida. É o caso, por exemplo, do prisioneiro de número 049246, da Penitenciária Estadual de Segurança Máxima da Flórida, que lhe escreveu as seguintes palavras: “Aqui na prisão – aqui, a apenas 100 metros da cadeira elétrica –, há sempre mais possibilidades de nos desenvolvermos para além de nós mesmos. Eu preciso dizer que, de alguma forma, estou hoje mais feliz do que nunca”.
Viktor Frankl lembra que mesmo uma pessoa que esteja experimentando o sofrimento em sua vida pode sentir-se internamente feliz, realizada, encontrar a autotranscendência. Por outro lado, quantas pessoas há que superficialmente parecem ter alcançado grande sucesso mas que carregam um desespero, não encontrando a resposta à pergunta mais crucial de todas: “que sentido tem a minha vida?”.
Será que sou uma pessoa realizada, feliz lá dentro do meu íntimo? Que cada um de nós pense nessa questão durante a semana. O sucesso não quer dizer nada. Também não quer dizer nada o fracasso externo. O importante é como estamos dentro de nós. O caminho para a realização é sem dúvida encontrar sentido para a vida, para o que estamos passando e vivendo. Não há dúvida que, nesse sentido, Deus é a chave fundamental.
Uma santa semana a todos!
Padre Paulo