Gostaria de falar esta semana sobre o sentido do amor.
Hoje em dia a palavra “amor” é um lugar comum que se presta a dezenas de usos, esvaziando a riqueza profunda do seu significado.
Para ir à raiz do seu significado precisamos recorrer ao ensinamento de Cristo, sobre o que é o Amor.
E a frase de Cristo que revela toda a profundidade do seu significado é esta: “ninguém tem mais amor do que aquele que dá a vida pelos seus”.
A primeira idéia claríssima que se depreende desta frase é que o amor é uma entrega, uma doação: dar a vida. Ou seja, o amor não é, como costuma ser confundido, um sentimento forte de atração por alguém (paixão), nem sequer um sentimento de prazer por estar ao lado de alguém (gostar de alguém).
Em ambos os casos o amor é confundido com um sentimento e o verdadeiro amor não é um sentimento, apesar de que em muitas vezes ele está presente, mas é antes de tudo entrega, doação. É um exercício da vontade. Vontade e sentimentos são distintos.
Em ambos os casos o amor é confundido não só com um sentimento, mas com um sentimento que é além de tudo egoísta, pois o foco da paixão e do gosto, como vocês já devem ter reparado, está em quem sente a paixão e o gosto e não em quem desperta estes sentimentos.
O verdadeiro amor, por outro lado, não é nem um mero sentimento, muito menos um sentimento egoísta. É, na sua essência, uma “doação da vontade”. E uma doação movida, como Cristo nos ensina, pelo desejo de fazer a outra pessoa ser feliz.
Podemos dizer que o verdadeiro amor gera uma disputa: a disputa para ver quem faz o outro ser mais feliz!!!
Movidos por este amor, surgem maravilhosas disputas:
– pelo programa de televisão (um querendo assistir o programa que o outro gosta);
– pelo melhor lugar na sala (um querendo deixar para o outro o melhor lugar na sala);
– pelo passeio (um querendo fazer o passeio que o outro gosta), etc, etc.
É hora de perguntar-nos:
– tenho vivido assim?
– na minha casa há esta sadia disputa?
– posso dizer que minha alegria é fazer os outros ser felizes? Se é assim, em quem eu penso normalmente? Onde estão os meus sonhos, os meus ideais: em mim ou nos outros?
– a minha doação pelos outros, o meu amor, vai crescendo nitidamente a cada dia?
Que maravilha uma família que viva assim, que exercite o verdadeiro amor! Nesta casa só haverá alegria e felicidade! Será o Céu na terra!!!
Não esperemos para descobrir o verdadeiro amor: a alegria da doação, a alegria de fazer todo o mundo à nossa volta ser feliz!
Quando Cristo morreu na cruz disse: Tudo está consumado! Ou seja: consumiu-se integralmente por nosso amor. Realizou aquilo que havia dito que era a perfeição do amor: literalmente deu a vida por nós até derramar a última gota do seu sangue.
Imitemos Cristo e seremos muito, muito felizes!!!
Uma santa semana a todos.
Pe. Paulo