Olá a todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “a grande virtude da prudência”.
As virtudes são importantíssimas para a vida humana. Um homem é tanto melhor quanto mais virtudes possui.
Os gregos foram os grandes descobridores das virtudes para o aperfeiçoamento do homem, com a inegável contribuição de Sócrates. Depois de Sócrates, Platão e Aristóteles desenvolveram o seu estudo culminando com o livro Ética a Nicômaco, de Aristóteles. Nesse livro, o grande filósofo estabelece as quatro virtudes cardeais, que são aquelas que estão na raiz de todas as outras.
Gostaria de falar nas próximas semanas sobre essas quatro virtudes cardeais pois são fundamentais para o nosso crescimento interior, para sermos pessoas de grande valor. As quatro virtudes são: prudência, justiça, fortaleza e temperança.
Vamos começar com a virtude da prudência. A prudência pode ser definida como a virtude que nos permite escolher o melhor meio para chegar a determinado fim. Poderíamos dizer que a prudência é a cabeça das virtudes. Ela nos leva a ser ponderados, previdentes, sensatos etc.
Vamos imaginar um exemplo. Vamos pensar numa pessoa que está querendo começar um negócio. Esse é o seu fim, o seu objetivo. A pessoa prudente sabe escolher o melhor meio, o melhor caminho para alcançar esse fim. Quais são os perigos para alguém que vai montar um negócio? Não pensar muito em todas as variáveis, deixar-se dominar pelo impulso, pela empolgação, pensar demais e demorar para tomar decisões, perder o tempo certo para começar o negócio etc.
Um grande defeito de muitas pessoas é ser pouco ponderadas. E isso em todos os campos: na hora de fazer uma compra, na hora de corrigir o cônjuge, na preparação de um evento etc. Quantas pessoas compram na impulsividade e só depois pensam que aquela compra não era conveniente. Quantas pessoas corrigem os outros sem pensar se aquele era o melhor momento para fazer isso. Quantas pessoas preparam um evento e só na última hora percebem que está faltando um monte de coisas. Tudo isso é imprudência. É não pensar antes, não ser ponderado. Será que eu sou uma pessoa que se deixa dominar pelo impulso ou pela precipitação? Será que eu sei preparar as coisas com antecedência, sem afobações de última hora? Quantos erros se cometem na vida por precipitação, por não pensar mais, por não pensar com antecedência!
Outro grande defeito dos imprudentes é demorar para tomar decisões. O tempo vai passando e a pessoa não se decide, não sai do lugar. Não decide a casar-se, não decide a sair do emprego que está lhe fazendo mal, não decide a terminar um namoro que não terá futuro etc. A insegurança domina essas pessoas. Elas ficam ponderando, ponderando e não se definem. Como se vê, a pessoa prudente está no justo meio entre ponderar muito e ponderar pouco. A pessoa prudente pondera o adequado. E age. Será que sou uma pessoa que demora a tomar decisões? Fico esperando uma iluminação especial que nunca vem? Os gregos diziam que tudo tem o kayrós, isto é, o momento adequado. Não podemos perder, portanto, o kayrós.
A prudência é tão importante que nenhuma virtude é virtude se não está regida pela prudência. Imaginem, por exemplo, uma pessoa que é muito caridosa, que só pensa nos outros, a ponto de deixar de cuidar de si mesma, e assim prejudica o cumprimento das suas próprias obrigações. Essa caridade não é caridade. É uma caridade imprudente, sem cabeça, sem ponderação. Imaginem uma pessoa muito forte, mas que corrige um filho de um modo extremamente inadequado. Essa fortaleza não é uma autêntica fortaleza. É uma fortaleza imprudente, sem sensatez, sem equilíbrio.
Procuremos nesta semana refletir sobre a virtude da prudência para examinar a nossa conduta. Façamos o propósito de cada dia crescer mais nessa virtude, que é fundamental para a nossa vida.
Uma santa semana a todos!
Padre Paulo