A importância de ler biografia de santos e livros espirituais

Olá a todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “a importância de ler biografia de santos e livros espirituais”.
 
O dia 31 de julho é o dia de Santo Inácio de Loyola. Inácio nasceu na cidade de Loiola, na Espanha, no ano de 1491 e morreu em Roma no dia 31 de julho de 1556. É um santo famoso, pois foi muito santo, e porque, estudando na universidade de Paris, junto com outros amigos, fundou em 1534 a Companhia de Jesus (Jesuítas), que foi e ainda é uma ordem religiosa importante na Igreja. Ao contrário das outras ordens religiosas que ficavam enclausuradas, esta ordem surgiu com a missão de ir a todos os cantos da terra e evangelizar o mundo.
 
Inácio de Loyola, de origem nobre, quando jovem levou uma vida devassa, envolvido com bebidas, mulheres, jogos, boemia etc. Ele era soldado de profissão. Num dia, lutando contra os franceses na batalha de Pamplona, cidade ao norte da Espanha, foi ferido e, com isso, forçado a passar um bom tempo em convalescença.
 
Como gostava muito de ler livros mundanos e romances que narravam supostos feitos heroicos de homens ilustres, assim que se sentiu melhor, pediu que lhe dessem alguns deles, para passar o tempo.
 
Agora quem narra é o Padre Luís Gonçalves da Câmara, que ouviu a conversão do próprio santo:
 
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Mas, não se tendo encontrado naquela casa nenhum livro desse gênero, deram-lhe um que tinha por título “A vida de Cristo” e outro chamado “Florilégio dos Santos”, ambos escritos na língua pátria.
 
Com a leitura frequente desses livros, nasceu-lhe um certo gosto pelos fatos que eles narravam. Mas, quando deixava de lado essas leituras, entregava seu espírito a lembranças do que lera outrora; por vezes ficava absorto nas coisas do mundo, em que antes costumava pensar.
 
Em meio a tudo isso, estava a divina providência, que, através dessas novas leituras, ia dissipando os outros pensamentos. Assim, ao ler a vida de Cristo, nosso Senhor, e dos santos, punha-se a pensar e a dizer consigo próprio: “E se eu fizesse o mesmo que fez São Francisco e o que fez São Domingos?”. E refletia longamente em coisas como estas. Mas sobrevinham-lhe depois outros pensamentos vazios e mundanos, como acima se falou, que também se prolongavam por muito tempo. Permaneceu nesta alternância de pensamentos durante um tempo bastante longo.
 
Contudo, nestas considerações, havia uma diferença: quando se entretinha nos pensamentos mundanos, sentia imenso prazer; mas, ao deixá-los por cansaço, ficava triste e árido de espírito. Ao contrário, quando pensava em seguir as obras praticadas pelos santos, não apenas se enchia de satisfação, enquanto os revolvia no pensamento, mas também ficava alegre depois de os deixar.
 
No entanto, ele não percebia nem avaliava essa diferença, até o dia em que se lhe abriram os olhos da alma, e começou a admirar-se dessa referida diferença. Compreendeu por experiência própria que um gênero de pensamentos lhe trazia tristeza, e o outro, alegria.
 
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Vemos no relato acima como a leitura de livros espirituais (Bíblia, biografia de santos e outros) fez com que Santo Inácio caísse em si comparando a vida fútil e vazia que levava com o grande ideal de servir a Cristo.
 
Esse processo continuou até que um dia, ainda em convalescença, tomou a firme resolução de trocar de carreira: em vez de defender reinos humanos, tornar-se-ia soldado de Cristo, lutando pelo Reino de Deus.
 
Para conseguir dominar a atração que sentia por prazeres mundanos, começou a fazer penitência. Durante a recuperação, os médicos tiveram de fazer nele uma cirurgia e Santo Inácio pediu que não lhe dessem anestesia. O pedido foi aceito, e ele conseguiu resistir às dores do bisturi. 
 
Logo que recebeu alta, foi ao santuário de Nossa Senhora do Monte Serrat e depositou sua espada aos pés de Nossa Senhora.
 
O que levou a essa grande conversão? A leitura de livros de santos, a leitura de livros espirituais. Que essa história nos anime a ler com frequência esses livros que fazem tão bem à nossa alma.
 
Uma santa semana a todos!!!
 
Padre Paulo M. Ramalho
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Padre Paulo M. Ramalho – Sacerdote ordenado em 1993. Cursou o ensino médio no colégio Dante Alighieri. Engenheiro Civil formado pela Escola Politécnica da USP; doutor em Filosofia pela Pontificia Università della Santa Croce. Atende direção espiritual na igreja Divino Salvador, Vila Olímpia, em São Paulo.


Sobre o autor