Olá a todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “vaidade e tensão nervosa”.
Conversando com as pessoas no meu trabalho de direção espiritual, vejo que muitas delas se queixam de que não dormem bem, de que vire e mexe o pescoço fica duro, de que a coluna trava de vez em quando, de que estão com gastrite etc. E vejo que, cientes disso, procuram fazer uma academia de ginástica para relaxar, viajar de vez em quando, e até, quando necessário, tomam algum ansiolítico. Vão vivendo dessa maneira, aos trancos e barrancos.
O que essas pessoas precisariam saber é que há um defeito que está por trás da tensão nervosa, e esse defeito se chama vaidade.
Isso mesmo!!! A vaidade é a principal causa do alto consumo de Rivotril, Lexotan, de doenças como a gastrite, de moléstias como o endurecimento do pescoço, do sono prejudicado à noite etc.
É que a vaidade é um defeito que poucos conhecem com profundidade. Muitos associam a vaidade ao cuidado excessivo com a aparência. De fato, essa é uma manifestação concreta da vaidade, mas ela vai muito além disso.
Poderíamos definir a vaidade como o excesso de preocupação com a imagem pessoal. Excesso de preocupação:
– em ficar bem diante dos outros;
– em ficar bem diante do chefe;
– em ficar bem diante dos amigos, das amigas;
– com o que os outros vão pensar, vão dizer;
– com o fato de alguém gostar ou não gostar etc.
O resultado disso é que a pessoa vaidosa:
– não vive em paz;
– cobra-se muito;
– não admite erros, gafes;
– fica presa a um asfixiante perfeccionismo etc.
A verdade é que há um tipo de temperamento, que é um conjunto de características inatas da personalidade, suscetível a esses problemas. É o temperamento da pessoa certinha e muito responsável. As pessoas que nascem com esse temperamento, carregam junto uma vaidade oculta. Mas também há pessoas que, mesmo não tendo esse temperamento, desenvolvem a vaidade na sua personalidade.
Para estas pessoas, se não houver um forte combate contra a vaidade, nunca será possível relaxar, por mais exercícios e passeios que façam, por mais filmes que vejam para se distrair, por mais medicamentos que tomem.
No combate à vaidade, só há um caminho: o desprendimento da própria imagem. Lembro-me de um amigo filósofo e educador que, ciente desse defeito nos filhos, propôs um dia a seus filhos o seguinte desafio: estudar muito para a próxima prova e tirar dois. Quando eles ouviram isso, reagiram, cada um, de uma forma. Não é preciso dizer que o filho mais vaidoso e certinho se recusou terminantemente a fazer aquilo. Mas esse amigo soube convencer este filho e os outros. Aquela experiência ficou muito marcante na vida deles, uma experiência de desprendimento da própria imagem.
Para o desprendimento da imagem, sugiro:
– arriscar e perder o medo de errar;
– cortar os pensamentos que levam a dar volta em si: se fiquei bem, se não fiquei bem, se gostaram, se não gostaram etc.
– pensar que o mais importante não é ser perfeitinho, mas fazer o bem. Que o foco não seja “ficar bem”, mas “fazer o bem”; no trabalho: não estar preocupado em receber elogio do chefe, mas em tornar o trabalho uma ocasião de fazer um bem à sociedade. O ser humano não vive neste mundo para receber aplausos, mas para amar. Amar a Deus, ao próximo e a si mesmo.
Saibamos combater a vaidade e nossa vida se encherá de uma profunda paz.
Uma santa semana a todos!
Padre Paulo