Gostaria de falar esta semana sobre a virtude da paciência.
Como muitos de vocês devem saber, a palavra paciência vem do grego “pathos” que significa sofrimento.
Assim, ter paciência significa “saber sofrer”.
Esta é uma luz muito interessante para pensarmos nesta virtude. A pessoa paciente é a pessoa que “sabe sofrer”, sabe suportar os revezes da vida, sabe suportar as contrariedades, sabe suportar a dor, sabe suportar a demora do tempo, etc.
Neste sentido, já podemos nos perguntar:
– será que sou uma pessoa paciente?
– sei suportar com garbo as contrariedades de cada dia?
– qual é o meu nível de paciência?
– fico reclamando a toda hora por qualquer bobagem?
– sou uma pessoa agradável em qualquer lugar e em qualquer ambiente ou sou daquelas que contribuem para o ambiente ficar mais pesado devido às reclamações e azedumes?
Todos vocês já ouviram falar da famosa frase “ter a paciência dos monges”. De fato, como os monges são pessoas bastante treinadas no sofrimento, seu grau de paciência é bastante grande.
Isto faz lembrar um estória ocorrida num mosteiro:
Num mosteiro num determinado país, ocorreu o seguinte fato entre dois monges que viviam juntos na mesma cela. Logo que eles foram designados para a esta cela, cumprimentaram-se e guardaram silêncio.
Depois de 10 anos, um deles rompeu o silêncio e disse:
– Comida ruim!
O outro não disse nada. Voltou o silêncio na cela.
Depois de 10 anos, o mesmo que havia rompido o silêncio anteriormente, disse:
– Cama dura!
O outro não disse nada. Voltou o silêncio na cela.
Depois de 10 anos, o mesmo que havia rompido o silêncio nas duas vezes anteriores, disse:
– Vou embora!
Nessa hora, o outro não agüentou e disse:
– Claro, você vive reclamando!
O que precisamos fazer para crescer na virtude da paciência? Precisamos:
a) aprender a abraçar a nossa cruz
Todos nós temos a nossa cruz que surge de muitas formas ao longo da vida. Seria muito bom que ela não existisse, mas ela existe. O próprio Cristo nos disse: “quem quiser ser meu discípulo, negue-se a si mesmo, carregue a sua cruz e me siga” (Lc 9, 23). Se ela existe e não podemos eliminá-la, o que temos que fazer é carregá-la com serenidade e com paz. Uma pessoa que faz isto é uma pessoa madura.
b) oferecer o sofrimento para Deus
Todo sofrimento que oferecemos a Deus ganha graças diante de Deus e Ele a encaminha para as pessoas que estão precisando em qualquer parte do mundo. Saber disto, consola muito, pois assim nenhum sofrimento é em vão, sempre será encaminhado para ajudar alguém que esteja precisando naquele momento.
Se vocês aprenderem a colocar em prática estes dois conselhos apontados acima, verão como se sentirão muito mais aliviados.
Exercitemos a virtude da paciência no dia-a-dia e experimentaremos a verdade destas palavras da Sagrada Escritura: “com a paciência possuireis as vossas almas” (Lc 21, 19); e que “a paciência tudo alcança” (Santa Teresa).
Uma santa semana a todos!
Leitura recomendada: A paciência, Francisco Faus, Ed. Quadrante.
Pe. Paulo