As bem-aventuranças – V: bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça

Olá a todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “a quarta bem-aventurança: bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça”.

Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!

Vivemos num mundo permeado de injustiças. De pessoas que:
– roubam;
– matam impunemente;
– são corruptas;
– traem;
– mentem cinicamente;
– tiram vantagens à custa de prejudicar o próximo;
– são inescrupulosas em deixar alguém na miséria do ponto de vista econômico etc.

Num mundo assim, onde inclusive os que têm essas atitudes acabam se dando bem, é normal que as pessoas boas e, principalmente, as pessoas que são vítimas de toda e qualquer maldade humana tenham uma fome enorme e uma sede incontrolável de justiça.
E o que Deus diz a essas pessoas? “Que serão saciadas.” E isso é um grande consolo! Não há ninguém que tenha fome e sede que não deseje ser saciado nesta fome e nesta sede. E aqui está a promessa de Cristo de que isso acontecerá.

Só que precisamos entender melhor o que Cristo está dizendo. De modo nenhum Cristo saciará a nossa sede de justiça dando-nos os meios para pagarmos o mal com o mal. Deus não quer que façamos justiça pelas nossas próprias mãos. Deus nos ensinou a afogar o mal na abundância de bem.

Cristo saciará a nossa sede de justiça de muitas maneiras muito mais nobres e elevadas. Vamos pensar, por exemplo, no atentado que sofreu o papa João Paulo II no dia 13 de maio de 1981, quando o atirador Ali Agca tentou tirar-lhe a vida. O que merecia um homem que tentou matar um papa boníssimo e santo como o papa João Paulo II? Alguns diriam: a morte. Muito bem, mas esse não é o espírito cristão. O espírito cristão é ter pena de um homem que fez isso ou que faz qualquer atrocidade. Mas, então, nós nos perguntamos: Deus não prometeu saciar nossa sede de justiça? Prometeu, mas Ele faz isso cuidando do nosso coração e não alimentando o ódio nem a vingança.

De que modo Deus saciou o coração do papa João Paulo II?
– enchendo-o com o seu consolo, que não tem preço;
– permitindo que aquele atentado ocorresse no dia 13 de maio e, assim, recebesse a carícia de Nossa Senhora de Fátima;
– tornando-o objeto de muita oração e muito carinho por parte de milhões e milhões de pessoas em todo o mundo;
– produzindo um encontro mais profundo com Ele (com Deus) em vista do sofrimento que passou;
– permitindo também que ele visse a justiça humana sendo feita: com a prisão daquele homem.

Algumas vezes não vemos essa justiça humana ser feita, como aconteceu no caso do papa. Se isso acontece, em primeiro lugar, saibamos que não é o mais importante. O mais importante é o que Deus faz com o nosso coração quando sofremos uma injustiça. Mas também sabemos que mais dia ou menos dia Deus fará essa justiça humana. Esse é o sentido do Juízo Final. O Juízo Final é um julgamento que será feito por Deus no final dos tempos, quando Ele restabelecerá toda a justiça que ainda não tiver sido realizada.

De uma forma ou de outra, vivamos tendo sempre presente esta verdade consoladora: Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!

Uma santa semana a todos!

Padre Paulo