Olá a todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “a quinta bem-aventurança: bem-aventurados os misericordiosos”.
Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia!
Para entendermos esta bem-aventurança, precisamos conhecer bem o significado da palavra “misericórdia”.
A palavra misericórdia vem do latim “miserere” e “cordis”. “Cordis” é coração. Por sua vez, “miserere”, traduzida diretamente, significa ter compaixão. No entanto, “miserere” vem de “miser”, miséria, fraqueza. Assim, uma pessoa que tem misericórdia é aquela que tem compaixão no coração e, mais ainda, compreende as misérias, as fraquezas pessoais e alheias.
O que Jesus Cristo, portanto, está dizendo nesta bem-aventurança? Que aqueles que compreendem as misérias alheias, que têm compaixão delas, que sabem perdoá-las também serão compreendidos, perdoados, por parte dos outros.
Qual de nós não deseja ser compreendido em suas fraquezas?
Ser compreendido é uma grande bênção. Principalmente porque todos nós somos muito fracos, muito miseráveis. Todos nós fazemos coisas erradas, “pisamos na bola” aqui e ali. Como diz a Sagrada Escritura, “o justo peca sete vezes por dia” (Provérbios 24, 26). Isto é, mesmo o justo, o santo cai várias vezes por dia. E, diante dessa miséria humana, contar com a compreensão do próximo, principalmente das pessoas mais próximas, é uma grande graça.
Vamos olhar, então, para nós: será que sou uma pessoa misericordiosa? Sei compreender as misérias alheias? Sei ter compaixão delas? Sei perdoar do fundo do coração as pessoas?
Quais são os inimigos da misericórdia? Quem são as pessoas que não se compadecem do próximo? As pessoas orgulhosas.
Os orgulhosos não são misericordiosos! Só os humildes são misericordiosos! Os orgulhosos são duros, não compreendem as misérias alheias, acham que todos têm de ser como eles: perfeitos. Ou os outros devem ser como eles, perfeitos, ou simplesmente não prestam, são sem-vergonhas. O que acontece com os orgulhosos é que padecem, por culpa própria, de um grande defeito: de miopia. Não enxergam as “suas” misérias, as misérias pessoais, e por isso não compreendem que os outros são da mesma pasta que eles: são fracos, frágeis, miseráveis também.
Os humildes, por outro lado, têm um verdadeiro conhecimento próprio: veem as suas misérias com profundidade e por isso compreendem as misérias alheias.
Sou uma pessoa humilde? Reconheço que sou um grande pecador? Sou como o pecador da parábola do publicano e do pecador, que sabe bater no seu peito muitas vezes reconhecendo suas fraquezas, suas “pisadas na bola”?
O caminho da misericórdia é o caminho do amor, e esse caminho é o melhor que existe. Ser misericordioso e alcançar misericórdia. Amar e ser amado. Esse é o melhor caminho que existe. Saibamos viver esta bem-aventurança e nossa vida se encherá de uma grande felicidade.
Uma santa semana a todos!
Pe. Paulo M.Ramalho