Gostaria de falar esta semana sobre a bondade.
Há muitas coisas que se podem falar sobre a bondade, porém gostaria de falar desta vez sobre a diferença entre a verdadeira e a falsa bondade.
Por que é importante falar sobre isto? Porque o conceito que muitas pessoas têm hoje sobre a bondade é uma caricatura do seu verdadeiro significado.
Uma pessoa boa, para muitos, é:
– não fazer o mal para ninguém;
– não querer o mal de ninguém;
– ser compreensivo;
– ser tolerante.
Tudo isto está certo, mas precisa ser matizado. Porque estas qualidades podem se encaixar perfeitamente com uma pessoa “boazinha” e não “boa”.
O que é realmente uma pessoa boa?
A verdadeira bondade supõe dois lados de uma moeda: não fazer o mal para os outros e, principalmente, fazer as pessoas serem melhores.
E, fazer as pessoas serem melhores implica em:
– ter a coragem de colocar o dedo, para ajudá-las, nas suas feridas;
– ser compreensivo com as pessoas que erram, mas não ser compreensivo com os seus erros;
– dizer às pessoas que estão se comportando mal, num bom momento e com toda a caridade, que estão efetivamente se comportando mal;
– ajudar as pessoas a se comportarem melhor, a fazerem melhor as coisas.
Tudo isto foi o que Cristo fez quando veio à terra. Cristo não ficou dando tapinha nas costas em todo mundo, ficando bem com as pessoas e aprovando os seus erros. Ou seja, Cristo não ficou só com o primeiro lado da moeda de não fazer o mal aos outros. Pois isto é ser “bonzinho”, apenas “bonzinho”. Não! Aqueles que faziam o bem, Cristo os elogiou, mas aqueles que faziam o mal, Cristo os alertou e os levou, com todo o amor, a mudarem de vida. Quantas pessoas se converteram com as palavras de Cristo!
Com isto, podemos nos perguntar:
– tenho sido uma pessoa “boa” ou uma pessoa “boazinha”?
– sou daquelas pessoas que têm pavor de corrigir (sempre com caridade) os outros, os amigos, os colegas, os filhos?
– tenho feito diferença na vida das pessoas? Tenho levado elas a melhorarem, a mudarem de vida?
– sou médico para as pessoas? O médico, quando é necessário, pega o bisturi e faz a cirurgia, sem medo da dor, pensando na saúde do paciente
– sou consciente que o pai “bonzinho”, a mãe “boazinha”, o professor “bonzinho”, o amigo “bonzinho”, acabam sendo cúmplices dos nossos defeitos e dos nossos erros?
Se Cristo fosse “bonzinho” não teria deixado a marca que deixou na terra!
Saibamos imitar Jesus Cristo que como resumiu muito bem Simão Pedro: “passou pelo mundo fazendo o bem (At 10, 38)”… por onde passou fez o mortos ressuscitarem, os surdos ouvirem, os cegos verem, os paralíticos andarem (cfr. Lc 7, 22). Se imitarmos Jesus Cristo, também faremos, de certo modo, os mortos ressuscitarem, os surdos ouvirem, os cegos verem, os paralíticos andarem.
Uma boa semana a todos!!!
Pe. Paulo.