Caminhos para encontrar a paz – VI

Olá a todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “caminhos para encontrar a paz – VI”.
 
Nas mensagens anteriores, nós vimos um caminho muito claro para encontrar a paz através do preenchimento do coração, do preenchimento de Deus. A partir de agora, vamos falar do outro caminho para encontrar a paz, um caminho que merece tanta atenção quanto o primeiro. O primeiro é, sem dúvida, o mais importante. Mas o segundo é vital, importantíssimo. Sem ele ninguém poderá encontrar uma paz profunda. Esse caminho se chama libertação do coração.
 
Um coração sem paz é um coração sem Deus, um coração que ainda não foi liberto de muitas amarras. Essas amarras deixam o coração inquieto, perturbado, angustiado.
 
Poderíamos falar de muitas e muitas amarras, mas vamos nos ater a estas: o orgulho, o medo do sofrimento e a modorra.
 
Comecemos pela amarra do orgulho. Uma pessoa orgulhosa vive perdendo a paz. E se for muito orgulhosa terá a sensação algumas vezes de estar vivendo num inferno.

E por que isso é assim?
 
Porque, como sabemos, a pessoa orgulhosa é aquela que se julga superior às demais. E, julgando-se superior às demais, vive num mundo superior. E, ao conviver com pessoas que vivem num mundo inferior, não aguenta, não suporta. Dirá ela: “é de loucos”. Mas isso só acontece porque ela se julga estar num mundo superior. Se se considerasse fazendo parte do mesmo mundo, teria mais paciência, não perderia tanto a paz. Vamos imaginar uma pessoa que se julga mais inteligente do que as outras. Perderá a paz toda hora ao ter que conviver com pessoas tão burrinhas que vivem no mundo. E o seu stress será tanto maior quanto mais distante, mais elevada estiver do mundo inferior, quanto mais orgulhosa for. Tendo um orgulho muito grande, algumas vezes esse mundo lhe parecerá ou será um inferno. 

Assim, uma pessoa orgulhosa perderá enormemente a paz:
– ao ver neste mundo tanta gente incompetente, ruinzinha, burrinha;
– ao ser humilhada, desprezada, esquecida, maltratada, postergada, ultrajada, desaforada, pois, a seu ver, ela vale muito;
– a cada erro que cometer, pois ao se julgar superior, não aceita que possa errar.

Entende-se, portanto, sua grande dificuldade para ter paz. Praticamente tudo é para ela uma enorme fonte de irritação. Com o orgulho dentro de si, não adianta estar rezando a toda hora, ir à missa todo domingo etc, para encontrar a paz. Enquanto não se libertar do orgulho, não a terá.
 
A pessoa humilde, por outro lado, é um remanso de paz! Vê-se igual às demais, feita da mesma pasta. Vê-se tão pouca coisa como as outras. Se tem determinadas qualidades que muitos não têm, não tem outras que muitos têm. E todas as qualidades que têm, sabe que foram dadas por Deus. 

Assim a pessoa humilde está muito aberta à “santa aceitação”:
– aceita como ela é – se é mais bonita, mais feia, mais alta, mais baixa, mais inteligente, menos inteligente etc;
– aceita com toda a paz os seus erros e limitações;
– aceita os erros e limitações das pessoas, pois se vê tão frágil quanto elas;
– aceita ser humilhada, desprezada, esquecida, maltratada, postergada, ultrajada, desaforada, pois não se julga tão valiosa nem tão importante. Isso não significa que aceita as injustiças, mas que não perde a paz interior por elas. Busca a justiça, mas de uma maneira serena.
 
Será que eu sou uma pessoa humilde? Não será o orgulho uma grande fonte de falta de paz na minha vida?
 
Procuremos ser mais humildes, sabendo que um caminho para o crescimento na humildade é o conhecimento próprio, pois ele nos leva a ver muitas qualidades em nós, mas também muitos defeitos e limitações.
 
Na próxima semana continuamos…
 
Uma santa semana a todos!!!
 
Padre Paulo