Olá a todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “combater a traição”.
O respeito é um dos pilares da vida humana e um dos valores mais apreciados por todos. Respeitar é considerar que cada pessoa, seja quem for, qualquer que seja a sua origem, cor ou condição social, tem um valor enorme, uma alta dignidade. Uma sociedade dá mostras de degradação e de declínio moral quando a falta de respeito passa a ser algo comum, corriqueiro.
Olhando, porém, para a nossa sociedade, vemos, infelizmente, que a falta de respeito está por todos os lados. A toda hora vemos pessoas falando mal dos outros pelas costas, pessoas xingando as outras, pessoas sendo usadas e manipuladas por aqueles que querem alcançar seus interesses etc. Se muitas vezes temos a sensação de estar vivendo num mundo cruel, isso se deve em grande parte a essa falta de respeito, sem dúvida.
Um âmbito no qual se vê com tristeza essa realidade hoje em dia é no namoro e no casamento. Queria salientar nesse campo talvez a maior de todas as faltas de respeito: a traição.
O que é a traição? Trair é, como o próprio nome indica, faltar com um compromisso, uma verdade, uma promessa. Antigamente a traição levava os homens ao duelo, pois era algo muito sério. O respeito, a dignidade, a veracidade eram valores muito prezados. Não acho que devemos chegar a tanto, mas não há dúvida de que estes são valores fundamentais numa sociedade. Como você pode confiar em alguém sem a veracidade, sem o compromisso de uma palavra?
A traição é uma falta gravíssima de respeito no namoro, no casamento, pois namorar é dizer: “agora só tenho olhos para você”. E casar é dizer: “agora, mais do que nunca, só tenho olhos para você; você é tudo para mim; você é o homem da minha vida; você é a mulher da minha vida”.
Não é preciso muita observação para constatar que hoje a traição é epidêmica. É uma fonte enorme de destruição do namoro e do casamento, e faz com que se acredite que o amor não existe, ou não existe mais, que o amor faliu.
Nesse sentido, não seria bom descobrir ou identificar as causas que conduziram ou estão conduzindo a essa epidemia?
São muitas, mas queria destacar duas delas. A pornografia e o culto ao corpo.
A pornografia
Vamos focar os homens que são os maiores consumidores de pornografia.
Como dissemos anteriormente, o amor na sua essência exige exclusividade. Se estou namorando alguém ou estou casado com alguém, não posso ter olhos para nenhuma outra mulher. Quando dizemos “eu te amo”, estamos dizendo: “você é tudo para mim”. O amor é assim. É exclusivo, total. Se não é exclusivo, não é amor. Se não é exclusivo, é qualquer outra coisa, menos amor; é, de alguma forma, usar a outra pessoa para proveito pessoal.
Se o amor na sua essência pede exclusividade, a pornografia é altamente destrutiva, pois mina profundamente o amor, falseia a linguagem do amor e produz uma força enorme de busca do prazer conduzindo à traição.
A pornografia mina o amor e falseia a linguagem do amor.
De fato, consumir pornografia é ter olhos para outras mulheres. E, como já vimos, o amor pede exclusividade, totalidade.
A pornografia é um motor poderoso de traição.
Quem consome pornografia olha em primeiro lugar uma mulher como um objeto de prazer. E uma mulher nunca pode ser olhada como objeto de prazer. Olhá-la assim é olhá-la como um pedaço de carne, e a mulher é muito mais do que isso. Olhá-la assim é faltar-lhe com o respeito, pois antes de mais nada uma mulher é uma pessoa e uma pessoa nunca pode ser um objeto: nem de uso, nem de manipulação, nem de prazer etc. O que há de mais contrário à pessoa é ser objeto.
Mas, além disso, quem consome pornografia fica escravo do prazer da sexualidade. E não se contentará em procurar o prazer numa mulher (no caso dos homens), mas o procurará em muitas e muitas outras, quer virtualmente quer realmente. Daí a epidemia de traição hoje. Daí também esse fenômeno crescente de deixar o casamento lá para frente para poder “curtir a vida de solteiro”. E fazer, quando os homens vão se casar, a despedida de solteiro que é algo pavoroso. Daí também perder o sentido do casamento, o sentido do amor, que é algo mais elevado, e querer apenas juntar-se ao invés de casar.
O Culto ao corpo
Toda mulher tem sede de amor, de ser amada. Ser amada é ser reconhecida como algo precioso, valioso, na sua mais alta dignidade, que é a dignidade de pessoa humana.
Sendo assim, a mulher, para ser respeitada e amada verdadeiramente, nunca pode ser vista como um objeto e sim como uma pessoa.
E quando a mulher é vista como um objeto? Quando se veste de modo sensual. Quando se veste de modo a se mostrar como “objeto” de prazer. Quando os homens a veem vestida assim, muito facilmente a olharão com falta de respeito, como um objeto ao invés de olhá-la como uma pessoa.
Para o homem amar, para ter totalidade, exclusividade, como vimos acima, ele não pode ter olhos para outras mulheres. Para o homem amar profundamente com toda beleza e compromisso do amor, precisa olhar para uma mulher que seja pessoa e não objeto. Mas, se ao seu redor, na rua, na internet, no Instagram, nas propagandas de televisão, ele vê continuamente moças vestidas de modo sensual, tudo isso alimenta seu desejo de prazer carnal, minando a sua capacidade de amar e insuflando seu desejo de consumir sexo, facilitando o caminho da traição.
Qual é o caminho então para o respeito, para o verdadeiro amor, para eliminar a traição na sociedade, para que os casamentos sejam para sempre e uma verdadeira alegria? Combater a pornografia e combater a sensualização. O que acham de ir por este caminho e de propor a muita gente que também o siga divulgando esta ideia no Instagram, no Facebook e outras mídias sociais? Quem sabe podemos mudar a sociedade neste aspecto. Vale a pena!!!
Uma semana abençoada a todos!
Padre Paulo