Um destruidor de casamentos: o orgulho (1)

Olá a todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “um destruidor de casamentos: o orgulho (I)”.
 
Num curso normal de noivos, não se costuma alertar o futuro casal sobre o perigo do orgulho, mas seria muito bom se isso acontecesse, pois o orgulho é um defeito tão grande, assim como o egoísmo, que pode destruir a relação, o casamento, o amor entre os cônjuges.
 
Os noivos devem pensar dez vezes antes de decidir casar com alguém que seja orgulhoso.
 
Para aqueles que já estão casados, esta aula dará subsídios para combater tal defeito. Seria muito bom que o cônjuge orgulhoso reconhecesse em si essa característica e lutasse contra ela. De fato, todos nós temos orgulho em algum grau, mas é um desafio para o orgulhoso admitir o próprio orgulho, pois em geral ele não aceita essa condição.
 
O orgulho pode ser definido como um defeito que faz com que nos enxerguemos como superiores aos demais. Isso é um erro por dois motivos:
 
a) porque somos seres humanos como todos os outros
 
b) se somos superiores a algumas pessoas em determinadas qualidades, o fato de possuir essas qualidades não é mérito próprio, mas dom de Deus
 
Pensando com calma, vemos que todas as qualidades que temos foram dadas por Deus desde o nascimento. Se somos inteligentes, foi porque Deus nos deu essa qualidade. Se somos rápidos ao fazer as coisas, foi Deus que nos deu essa qualidade. Todos nós nascemos com facilidades para fazer determinadas coisas. Não é mérito nosso, mas de Deus. Por isso, dizia São Paulo: “Que tens tu que não tenhas recebido? E se o recebeste, por que te glorias?”. De fato, por que vamos nos vangloriar de algo que foi dado por Deus? Em vez de nos vangloriar, temos que agradecer a Deus por nos ter dado esses dons. E Deus nos deu para fazer o bem aos demais, para ajudar os demais e não para nos envaidecer.
 
O homem humilde sabe que não é muito diferente dos demais, pois ele é tão humano quanto os outros; e sabe que, se tem determinadas qualidades, elas foram dadas por Deus. Sabe também que os outros têm qualidades que ele não tem. Aliás, o humilde não fica olhando tanto para si, mas para os demais, pois está focado em fazer o bem aos outros.
 
Em razão desse defeito, o orgulhoso costuma ter as seguintes características:
– pensa que o que faz ou diz é melhor do que aquilo que os outros fazem ou dizem;
– quer sempre ter razão;
– discute sem razão ou – quando a tem – insiste com teimosia e de maus modos; é, justamente por isso, um teimoso; aliás, esta é uma das maiores características do orgulhoso: a sua teimosia;
– dá o seu parecer sem que lhe peçam;
– despreza o ponto de vista dos outros;
– cita a si mesmo como exemplo nas conversas;
– coloca-se para baixo para que os outros o elogiem;
– sofre quando os outros são mais estimados do que ele;
– é impaciente (não tem paciência com os defeitos dos outros) etc., etc.
 
O que é a impaciência, por exemplo? De onde ela vem? A raiz principal da impaciência é nada mais nada menos do que o orgulho. Isso mesmo!!!
 
Veja só o que o impaciente costuma dizer interiormente ou até exteriormente:
– “Não aguento conviver com gente lerda, parada!”
– “Não dá para dirigir nesta cidade, só tem gente barbeira!”
– “De novo vem falando alto comigo, não suporto gente que quer chamar atenção!”
– “Não suporto trabalhar com gente burra!”
– “Essa minha funcionária é uma incompetente, não sabe fazer nada!”
– “Eu jamais faria isso que essa pessoa fez!”
 
Poderíamos multiplicar essas frases quanto quiséssemos. Mas todas elas têm um fundo comum: aquele que as formula se coloca no alto de um pedestal, numa posição superior, queixando-se de que não dá para conviver com essa gentinha incompetente, lerda, burra, surda, barbeira etc., etc.
 
O que é isso senão a mais autêntica manifestação de orgulho? De tal forma que, quanto maior for o orgulho, mais o mundo será insuportável ao orgulhoso. Por isso, é frequente que o orgulhoso diga: “este mundo é um inferno!”, “não aguento mais viver com essas pessoas, com essa gente!”.
 
Continua na próxima semana…
 
Uma santa semana a todos!!!
 
Padre Paulo M. Ramalho
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Padre Paulo M. Ramalho – Sacerdote ordenado em 1993. Cursou o ensino médio no colégio Dante Alighieri. Engenheiro Civil formado pela Escola Politécnica da USP; doutor em Filosofia pela Pontificia Università della Santa Croce. Atende direção espiritual na igreja Divino Salvador, Vila Olímpia, em São Paulo.