Olá todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “conhecimento próprio e sinceridade”.
Uma das tarefas mais importantes para o desenvolvimento da nossa personalidade e para alcançar a maturidade de vida é o conhecimento próprio.
Por isso, nas duas próximas mensagens vamos falar deste tema vital sem o qual não podemos, por exemplo, amar profundamente a Deus e ao próximo. Para fluir o amor é fundamental reconhecer os erros e estar-se disposto a melhorar.
Porém, o conhecimento próprio tem um grande inimigo, um inimigo imponente: o orgulho. A pessoa dominada pelo orgulho não aceita seus erros e agiganta as suas qualidades, ficando com uma percepção de si bem distante de quem realmente é.
Para se alcançar o conhecimento próprio é necessário, portanto, vencer as fortes garras do orgulho. E, mais concretamente, é necessário vencer dois filhos do orgulho: a falta de sinceridade e a falta de humildade. O texto a seguir fala da falta de sinceridade e o que ela acarreta. Na semana que vem vamos falar da falta de humildade.
As pessoas, em geral, silenciam a verdade sobre os seus erros e limitações.
Toda a base do tratamento analítico consiste em fazer descobrir ao paciente o que está escondido nos porões da sua alma. Mas o amor-próprio (o orgulho), origem de muitas neuroses, agarra-se com unhas e dentes às suas justificações, teima e insiste nas suas desculpas. E cai na insinceridade.
E a falta de sinceridade acaba por criar uma dupla personalidade: por um lado, a personalidade que se desenvolve na esfera imaginária inventada pelo orgulho, cheia de triunfos, qualidades e sucessos empolgantes; por outro, a personalidade que pertence ao mundo real, povoado de fatos pouco interessantes e apagados.
Toda falta de sinceridade acaba também por gerar uma representação teatral. A família, a escola, o escritório, a reunião e a festa, o campo esportivo e a praia são muitas vezes o cenário onde o ator representa o papel daquilo que desejaria ser, mas que, de fato, não é. Nesta representação, utiliza frequentemente o recurso dos disfarces e das máscaras; as máscaras do gênio, do conquistador, do virtuoso, do artista, do bem-sucedido, do poderoso e muitas vezes sucedendo-se umas às outras conforme as circunstâncias.
É triste a personalidade do homem insincero, orgulhoso. Não haverá na sua vida uma transparência pacífica, uma atitude solta, natural, espontânea, enquanto não se determinar firmemente a ser ele mesmo, e a sê-lo em profundidade (cfr. Rafael Llano Cifuentes, Egoísmo e Amor, Ed. Quadrante).
Será que eu tenho caído na insinceridade?
– o que os outros dizem de mim bate com o que eu penso de mim?
– posso dizer que sou uma pessoa simples, transparente?
– há em mim algum tipo de dupla personalidade, de teatralidade?
– estou aberto à verdade sobre mim mesmo, mesmo que esta verdade doa, cause decepção?
Façamos o propósito de abrir-nos à verdade sobre nós mesmos!!! A falsidade é vazia e não preenche o nosso coração. A falsidade também afasta as pessoas, pois ninguém gosta de viver ao lado de uma farsa. O que realmente atrai é a simplicidade.
Também torna-se difícil conviver e amar uma pessoa que não reconhece seus erros. Quem convive com uma pessoa assim vai perdendo o encanto e a admiração por essa pessoa.
Abramo-nos à verdade sobre nós mesmos, sem medo, e seremos muito mais felizes. Vale a pena!!!
Uma santa semana a todos!
Padre Paulo