Gostaria de falar esta semana sobre a importância da direção espiritual.
É conhecida a história daquele homem pobre que ganhava a vida com um velho violino. Ia pelas aldeias, começava a tocar e a gente reunia-se à sua volta. Tocava e, no fim, passava o chapéu, na esperança de recolher alguns trocados. Certo dia, começou a tocar como de costume. Dentro de pouco tempo reuniu-se um pequeno grupo de curiosos e ouviu-se o habitual: uns sons pouco harmoniosos. É que não podia dar mais de si nem o violino nem o violinista.
Aconteceu que passou por ali um famoso compositor e virtuoso do violino. Aproximou-se do grupo e, depois de ouvir uma apresentação do velho mendigo, pediu emprestado o violino. Com um olhar, avaliou-o, afinou-o e… tocou uma ária assombrosamente bela. O dono ficou perplexo e espantado. Ia de um lado para o outro, repetindo: “É o meu violino! É o meu violino!”
Nunca tinha imaginado que aquelas velhas cordas contivessem tantas possibilidades!
Não é necessário fazer grandes reflexões para reconhecer que não estamos fazendo render ao máximo as nossas possibilidades. Em muitas ocasiões e períodos da vida, somos como aquele velho violino, talvez valioso, mas desafinado e até sem alguma corda. Se tentamos tocar algo de sério, sai isso…, uns poucos sons harmoniosos.
Que diferença quando permitimos que esse grande compositor, o Espirito Santo, nos conserte, nos afine, reponha a corda que falta, e nos toque!
O sacerdote, através da direção espiritual é um instrumento do Espírito Santo para “afinar” a nossa alma, fazê-la render o máximo e “tocar” obras maravilhas. Pensando nisto, quem não gostaria de ter um diretor espiritual?
Ter um diretor espiritual:
É ter uma sacerdote amigo com quem nós podemos abrir, com toda confiança, nosso coração. Às vezes temos coisas que não podemos contar, por um motivo ou por outro, para nenhuma das pessoas que conhecemos; é nessa hora que agradecemos ter alguém com quem podemos nos abrir e confiar nossos segredos mais íntimos.
É ter alguém de confiança que nos ajuda a melhorar em todos os aspectos da nossa vida.
É ter alguém que nos ajuda a ter um projeto de vida e a alcançá-lo ajudando-nos a superar todos os obstáculos.
É ter alguém que nos ajuda a pôr no lugar todas as peças da nossa personalidade: corrigir nossos defeitos, superar ou aceitar nossas limitações, equilibrar nossas tensões, harmonizar nossos afetos, etc.
É ter um excelente conselheiro: aquele que nos dará os melhores conselhos que podemos ter: os conselhos de Jesus Cristo.
É ter, na linguagem moderna, um “personal”; alguém de que nos orienta em algum aspecto da nossa vida. Com a diferença que um diretor espiritual orienta não só um aspecto, mas “toda” a nossa vida. Orienta-nos:
a) a dar os passos na nossa carreira profissional e a superar todas as dificuldades que aparecem no meio do seu caminho
b) a viver do melhor modo possível o nosso lado afetivo
c) a crescer no aspecto humano: crescer em todas as virtudes: virtude da paciência, do perdão, da serenidade, etc.
c) a crescer no aspecto social: ter preocupação com os problemas sociais e realizar, na medida do possível, algum trabalho de voluntariado, de assistência social.
e) a crescer no aspecto espiritual: descobrir e amar a Deus, ter mais fé, entender o sofrimento, o sentido da vida, a nossa missão aqui na terra, etc.
Como é bom ser um violino e poder tocar obras assombrosas através dele! Conseguiremos isto tendo um bom diretor espiritual.
Uma santa semana a todos!
Pe. Paulo