Gostaria de falar esta semana sobre a finalidade da existência humana.
Todos nós nos perguntamos: por que em última instância existimos?
E a resposta cristã a esta pergunta é esta: existimos aqui na terra para desenvolvermos ao máximo a nossa capacidade de amar, chegar à plenitude do amor, e assim termos acesso ao reino da outra vida, que é o Reino de Deus, cujo passaporte é possuir a plenitude do amor humano.
Para isso foi criado o homem: para viver a plenitude do amor! Que mais queremos?
No entanto, nós não nascemos sabendo amar. É preciso aprender. É preciso desenvolvê-lo. Porque o amor é fazer o outro ser feliz. E nas encruzilhadas da vida nós vemos como há uma guerra contínua entre procurar os próprios interesses ou procurar a felicidade do próximo. Uma pessoa alcança a plenitude do amor quando já não há mais nenhum, nenhum, egoísmo no seu coração: todo o seu ser é dar, dar a vida pelos outros, sem nenhuma condição, sem esperar nada em troca!
Como se consegue isto? No dia-a-dia.
a) pondo mais amor, cada dia mais, em tudo aquilo que fazemos
Pondo mais amor:
– nas pessoas: conversando com elas com “mais” atenção, com “mais” delicadeza, com “mais” compreensão, com “mais” paciência, com “mais” estima, etc; aumentando, a cada dia, as provas de amor ao próximo
– no trabalho (no estudo ou nas tarefas que compõem a nossa missão): trabalhando com “mais” perfeição: trabalhando com “mais” intensidade, com “mais” atenção, com “mais” empenho, com “mais” cuidado nos detalhes, com “mais” ordem, com “mais” pontualidade, etc;
– no amor a Deus: rezando com “mais” atenção, com “mais” amor, assistindo à missa com “mais” devoção, aumentando o tempo que estamos unidos a Deus, etc; aumentando, se cabe, as obras de amor a Deus.
Numa palavra: por mais amor em tudo, sabendo que amar é dizer mais, mais, mais a cada dia: mais doação, mais entrega, mais empenho, mais carinho, mais compreensão, mais vontade de fazer o próximo ser feliz, etc, etc.
Por outro lado amar é dizer menos, menos, menos: menos egoísmo, menos orgulho, menos preguiça, menos impaciência, menos deixar-nos levar pelas nossas más inclinações, etc, etc.
b) enfrentando as dificuldades da vida
Todas as dificuldades são uma ocasião para superar-se, para crescer no amor, na capacidade de amar. Por isso que Deus as permite e conta com elas. Alguns sonham em ter uma vida sem dificuldades, sem obstáculos, mas é o mesmo que, nesta perspectiva que estamos falando, sonhar em deixar de ter desafios e em ocasiões poderosas de crescimento no amor. Por exemplo:
– o convívio com uma pessoa chata faz-nos crescer na capacidade de amar;
– ter que trabalhar com uma gripe faz-nos crescer na generosidade e, consequentemente, no amor;
– ter um filho que está dando problemas faz-nos crescer na paciência e, consequentemente, no amor;
Os santos, cientes desta força poderosa do sofrimento no crescimento do amor, reclamavam com Deus quando ele não aparecia.
Estamos aqui na terra, portanto, para aperfeiçoar o nosso amor, até chegar à sua plenitude. Quem de nós pode dizer que já chegou à plenitude do amor? Temos muito que caminhar, não é verdade!
Não deixar que nosso coração fique do tamanho de uma azeitona. É o que acontece com muitos que pararam no caminho do amor.
Tenhamos muito presente o porque estamos aqui na terra: para dilatar o coração! Caminhemos a partir de agora cientes desta meta e nossa vida se encherá de conteúdo e de harmonia.
Uma santa semana a todos!
Pe. Paulo