Liberdade interior (III)

Gostaria de continuar a falar sobre este tema tão importante para nós que é conquistar a liberdade das liberdades: a liberdade interior.

 

Vamos, para isto, entender agora esta ideia que nos transmite Jacques Philipe no seu livro “A liberdade interior” de que esta liberdade se fundamenta na liberdade de poder crer, esperar e amar e nada há no mundo, absolutamente nada, que nos impeça de viver estas realidades. 
 
Vejamos o que ele nos diz: 
 
A liberdade interior: liberdade de crer, de esperar, de amar
 
A ideia que desejo desenvolver agora é esta: a verdadeira liberdade, aquela liberdade soberana (…) é a liberdade de poder crer, esperar e amar. Ninguém jamais poderá nos impedir de realizar estas ações (…)
 
Nenhuma circunstância no mundo poderá jamais me impedir de crer em Deus, de colocar nele toda a minha confiança, de amá-lo de todo meu coração e de amar meu próximo. A fé, a esperança e a caridade são soberanamente livres, pois, se estão bem enraizadas em nós, têm o poder de nos alimentar exatamente daquilo que a elas se opõe! Se me querem impedir de amar através da perseguição, tenho sempre a possibilidade de perdoar os meus inimigos e trans­formar a situação de opressão em um amor ainda maior. Se querem abafar minha fé tirando-me a vida, minha morte se torna a mais bela confissão de fé que se possa conceber!  (Jacques Phillipe, A liberdade interior, Ed. Shalom, 2007, p. 20).
 
Tem razão Jacques Philipe ao dizer que “nenhuma circunstância no mundo poderá jamais nos impedir de crer em Deus, de colocar nele toda a minha confiança, de amá-lo com todo nosso coração e de amar o próximo”.
 
De fato, há algo que pode nos impedir de crer? Há algo que pode nos impedir de esperar? Há algo que pode nos impedir de amar? Não, nada, absolutamente nada pode nos impedir de realizar estas ações.
 
E por que saber isto é tão importante? Porque a liberdade de poder crer, esperar e amar são as liberdades fundamentais, mais elevadas, que mais nos realizam e, se as tenho, tenho, de certa maneira, tudo: o mais fundamental, o que mais nos eleva, o que mais nos realiza.
 
Portanto, por mais ausência de liberdade que eu tenha:
– porque me colocaram numa prisão;
– porque fiquei cego e já não posso mais ver;
– porque sofri um acidente e fiquei numa cadeira de rodas;
– porque pela idade fiquei impossibilitado de locomover-me para lá e para cá;
– porque meu pai não me deixou ir para uma festa;
– porque meu marido, minha esposa, não me deixa liberdade para nada, não me deixa fazer o que gosto;
– porque estou sendo vítima do ódio de alguém;
– porque estou me recuperando de uma doença e tenho que ficar um mês em casa sem fazer nada, etc, etc…
– nada disto, absolutamente nada, nos impede de realizar as ações mais fundamentais da nossa vida, que mais nos tornam felizes, que mais nos preenchem que são a liberdade de poder crer, esperar e amar. E esta é uma liberdade “interior” que me liberta de todas as ausências de liberdades “exteriores”. Por isto, podemos dizer que sempre somos livres perante tudo que nos cerca, perante todos os inimigos de fora. Por isso, sempre, sempre, sempre, poderemos encontrar felicidade dentro do nosso coração, por mais terríveis que sejam as circunstâncias externas. Por isso não há nenhuma opressão que possa nos vencer!
 
Será que eu tenho encontrado esta liberdade interior ou, pelo contrário, estou sendo vítima das circunstâncias externas, queixando-me de qualquer privação exterior? 
 
Encontremos esta liberdade interior que nos fará tanto bem!
 
Uma santa semana a todos!

Pe. Paulo

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