(Revista Pergunte e Responderemos, PR 103/1968)
«Como julgar e tratar o homossexualismo numa perspectiva cristã?»
Resumo da resposta: Os estudiosos reconhecem. cada vez mais que o homossexualismo é a expressão de um desvio psicológico ou de um estado de neurose. Deve-se a fatores vários:
deficiências do processo educacional da criança (lar desajustado, pai ou mãe que não cumprem seus deveres…);
influências da sociedade (indivíduos pervertidos que pervertem, leviandade e falta de pudor públicos, pornografia… ).
O homossexualismo é um erro contra a natureza. Não pode ser legitimado, muito menos… fomentado (como por vezes se apregoa). O educador e o pastor de almas têm de ajudar o paciente a não condescender com suas inclinações aberrantes.
Para tanto, recomenda-se o tratamento psicoterápico. Este, se não obtém a plena recuperação sexual do paciente, deve ajudá-lo a sublimar seus afetos, de tal modo que o indivíduo homossexual se sinta realizado em sua profissão ou em seu trabalho (por exemplo).
Requer-se também a profilaxia do homossexualismo. Esta consiste, entre outras coisas, em promover o saneamento moral dos lares e da sociedade (em particular, da imprensa, do cinema, do teatro e da televisão).
—X—
Resposta:. O homossexualismo é problema que tem mais e mais merecida a atenção dos pensadores contemporâneos. Afeta cerca de 10% do gênero humano, ao passo que nenhum outro flagelo social atinge tal proporção. A tuberculose, antes que se descobrisse a sua medicação especifica, contaminava 7 % das populações; o câncer não sobe a mais de 3 %. Os enfartes do miocárdio, a leucemia, os acidentes de viagens automobilísticas ficam aquém de tais dados.
As pessoas homossexuais tomam crescente consciência de si mesmas e de sua posição na sociedade; organizam-se em entidades que defendem seus interesses próprios, procurando principalmente obter dos demais homens reconhecimento legal.
Existem mesmo revistas oficiais de grupos de homossexuais, nas quais se lêem artigos que procuram justificar, filosófica e psicologicamente, o fenômeno homossexual; tais são os periódicos «Arcadie» de França e «Amizade» da Holanda.
A seguir, examinaremos alguns aspectos do homossexualismo (origem, tratamento… ), baseando-nos principalmente nos estudos recentes do Dr. Marcel Eck publicado no livro «Sodome» (Paris, 1966). Serão assim completadas as noções já propostas sobre o assunto em
«P.R.» 99/1968, qu. 4.
1. Origem do homossexualismo
Os estudiosos reconhecem cada vez mais que o homossexualismo é a expressão de um desvio psicológico ou de um estado de neurose.
1. Pode tratar-se de uma neurose obsessiva. A obsessão consiste em que o sujeito seja possuído por uma idéia ou um tema de que ele não se consegue desembaraçar. Ora o indivíduo homossexual é alguém que está fixo ao seu próprio sexo; deseja encontrá-lo em tudo que ele escolhe; é uma vítima de narcisismo ou de obsessão narcisista.
As neuroses são geralmente acompanhadas de medo doentio, pois a dúvida e a indecisão neuróticas geram o medo. – Ora o homossexual é muitas vezes também vítima de medo neurótico: tem medo de compromisso com outrem. …medo do outro sexo,… medo de qualquer comunicação que não seja «circuito fechado» (sobre o mesmo sexo), mas. abertura para um futuro diferente, «engajados» (abertura para o outro sexo, com os compromissos do lar e da prole).
O homossexual é também muitas vezes afetado por um sentimento neurótico de culpa, mesmo que o negue.
A neurose que provoca o homossexualismo toma ainda outros aspectos, que não é possível enumerar nestas páginas.
2. O distúrbio homossexual pode ser suscitado por fatores múltiplos, dos quais sejam realçados os dois seguintes: educação e influência do meio social.
a) Fatores educativos. Têm vultosa importância no surto do homossexualismo. É fácil que, em virtude de inconveniente comportamento dos genitores, a sexualidade da prole se desenvolva erroneamente, tendendo para o mesmo sexo em vez de se dirigir para o outro. O homossexualismo dos filhos resulta muitas vezes do fato de que no lar não se vê ou não aparece a necessária diferenciação sexual; é o que se dá
– quando o pai não exerce as suas prerrogativas (o seu papel especifico) de homem no lar;
– quando a genitora não se comporta caracteristicamente como mulher;
– quando o menino é educado como menina ou vice-versa. Também são nocivas as situações inversas em que
– o pai é abusivamente másculo, ditatorial;
– o menino é educado exclusivamente em ambiente masculino;
– a menina só entra em contato com mulheres.
Em suma, todas as vezes que a imagem do pai ou da mãe se deprecia aos olhos da prole, há perigo de surto de homossexualismo nela. Dizem os psicólogos que os filhos, mesmo após a infância, conservam sempre uma certa tendência a conceber todos os homens à semelhança do seu genitor e todas as mulheres à imagem de sua mãe.
De modo especial, é influente o papel da genitora, de tal sorte que entre os homossexuais se repete o seguinte adágio: «Dite-me quem é tua mãe, e te direi se és um dos nossos. O menino formará de todas as mulheres uma noção pautada pelo comportamento de sua mãe no lar, principalmente nas relações com o marido; por isto o filho da mãe solteira, o da viúva e o da mulher separada do marido estão mais expostos ao homossexualismo do que os outros. É também muito para desejar que toda mãe evite tornar-se «a mulher dominadora», que tudo dirige, suplantando o marido, o qual vem a ser então mero fator de sustento material ou máquina produtora de dinheiro para o lar. Tal mulher toma o lugar do homem em casa; em conseqüência, o homem passa a ocupar o lugar da mulher no coração do menino.
Todavia note-se que, se é grande a responsabilidade da genitora no desenvolvimento sexual dos filhos, não é menos influente (ao menos indiretamente) o papel do genitor, pois este pode dar ocasião a que a genitora não preencha devidamente as suas funções no lar. Tal é
– o pai que abdica da sua autoridade e obriga a mãe a tomar um lugar para o qual ela não está capacitada;
– o pai demasiado autoritário, que só aparece em casa como figura aterradora e vingativa;
– o pai que não participa da vida afetiva do lar, onde ele apenas se apresenta como viajante que paga a pousada e as refeições;
– o marido que despreza a mulher, atribuindo-lhe unicamente as funções de gerar filhos e entreter o lar.
Tais tipos de homem estão muitas vezes nas raízes dos desvios homossexuais dos seus filhos. Ao invés, quando os filhos percebem que seus genitores levam vida de amor irrepreensível, correm menor perigo de desequilíbrio afetivo. – Os genitores não devem fazer de seus filhos as testemunhas ou os confidentes de seus dissabores conjugais; as crianças ou os adolescentes assim afetados arriscam-se a não ver no matrimônio senão fonte de discórdia e falsidades; consequentemente, em vez de procurar o matrimônio legítimo, procurarão amizades do mesmo sexo.
b) Fatores sociológicos. Tomam importância crescente, sendo responsáveis por contaminação cada vez mais perceptível.
A vida moderna suscita novas e novas ocasiões de desvios homossexuais: literatura, teatro, cinema, televisão apresentam de maneira complacente verdadeiras aberrações sexuais como se não fossem desvios, procurando mesmo justificá-las com pseudo-erudição. O próprio «mundo homossexual» está organizado, exerce seu proselitismo, têm seus jornais, seus clubes, seus bares; estende as suas ramificações em todos os ambientes; não dissimula seus intentos de seduzir e fazer «recrutas» devidamente iniciados.
A vida e a brincadeira nas ruas se tornam verdadeiro perigo tanto para meninos como para meninas. A primeira sedução ou experiência homossexual parece ter caráter decisivo para a criança. Não raro uma vida homossexual começa sob o signo da pureza, da generosidade, do altruísmo… O homossexual sedutor faz, muitas vezes, nas suas relações com o jovem, o papel de salvador ou libertador de uma situação embaraçosa; somente mais tarde se manifestam as dolorosas conseqüências de tais inícios aparentemente inofensivos.
Pergunta-se agora:
2. Que diz a consciência moral?
O homossexualismo, tendo um fundo patológico (ou psicopatológico, neurótico), não dependente da vontade do paciente, não pode ser sempre tido como moralmente culpável; o indivíduo homossexual não é sempre plenamente responsável por seu estado de vida e por seus atos sexuais.
Não obstante, o homossexualismo deve ser tido como desvio ou erro contra a natureza, de sorte que legitimá-lo ou fomentá-lo voluntariamente vem a ser gravemente ofensivo à sã consciência. Ao moralista cristão e ao diretor de consciência cabe o papel não de confirmar o indivíduo homossexual em suas tendências homófilas (procurando mesmo apaziguá-lo quando a estas se entrega), mas, sim, a tarefa de ajudar o paciente a não condescender com suas inclinações aberrantes.
A ética existencialista ou «da situação» tem em mira adaptar os princípios da moral às situações do homem, de sorte que as categorias do bem e do mal podem variar segundo as circunstâncias em que o indivíduo se encontre; «é da minha situação e dos meus interesses que deduzo o padrão da moralidade para mim», diz o pensador existencialista. Tal atitude filosófica tem certo fator no axioma de Baruch Spinoza († 1677): «Por realidade e perfeição entendo a mesma coisa». Donde se seguiria que, «se minha realidade é ser homossexual, o homossexualismo é perfeição para mim»; em conseqüência, «os mestres de ética e a sociedade em geral devem reconhecer como legal a minha prática de homossexualismo».
Em resumo, o juízo da Moral a respeito do homossexualismo está contido nas duas seguintes proposições:
1) Nenhum ser humano é responsável pelas tendências que ele encontra em si mesmo.
2) Cada ser humano é responsável pelo uso que faz livremente dessas tendências.
Diga-se uma palavra de comentário a cada qual destes dois princípios:
1) A primeira proposição não quer isentar de responsabilidade o indivíduo que voluntariamente se coloca em condições propícias ao surto ou ao desenvolvimento do homossexualismo. Também não é isento de responsabilidade quem no se esforça nos limites do seu possível para libertar-se de tal mal. Responsável outrossim é quem procura ver no homossexualismo uma perfeição maior (esta atitude é dita «pecado dos anjos»).
2) « … responsável pelo uso que faz livremente». Os atos obsessivos são inculpados; os de liberdade diminuída são menos culpados, ensinam com razão os moralistas.
Este segundo princípio atenua o julgamento demasiado severo que por vezes se tem proferido sobre pessoas homossexuais. É importante também porque dá a ver a tais pessoas que, pelo fato apenas de sua inversão sexual, não estão banidas da prática da religião nem condenadas a viver em pecado.
Ao indivíduo homossexual pode ser particularmente útil um diretor espiritual. Este o ajudará a discernir entre manifestações da sexualidade involuntárias e voluntárias, o que é especialmente difícil nos casos homossexuais.
O Dr. Marcel Eck encerra o livro citado imaginando a voz do Criador a se referir aos homossexuais nos seguintes termos:
«São como eu os fiz; não tens o direito de não os amar e de não socorrer teu irmão ou tua irmã. Se encontrares algum ou alguma que esteja a sofrer na estrada de Sodoma e Gomorra, lembra-te de que deves ser aquele que vem da Samaria» (ob. cit., pág. 349)
E o que pode fazer a Medicina em favor dos irmãos homófilos?
3. O tratamento
O tratamento a se aplicar é principalmente de índole psicológica. O consumo de medicamentos, mesmo hormonais, é tido como ilusório ou ineficaz, no conceito de abalizados clínicos. Não se quer com isto dizer que seja necessário o recurso à psicanálise e aos métodos dela derivados; por vezes basta um tratamento psicoterápico bem aplicado.
O número de curas ou de casos de retificação das tendências sexuais é relativamente exíguo. Não obstante, pode-se obter que o indivíduo homófilo se desvencilhe de certos sintomas neuróticos e sublime seus afetos, procurando realizar-se por completo no setor de sua profissão ou do trabalho.
São palavras do Dr. Eck:
«Não se passa um ano sem que eu tenha a alegria de levar a feliz termo a cura de um ou mais pacientes homossexuais. Mas nem todos os casos, mesmo os mais benignos, evoluem até esse ponto. Em certo número de casos, o tratamento produz apenas a diminuição dos desejos homossexuais e uma satisfatória valorização da imagem feminina, todavia sem que se possa pensar em casamento» (ob. cit., pág. 249).
Infelizmente, porém, cerca de 10% apenas das pessoas homófilas vão consultar o psiquiatra. Os outros 90% não são cidadãos felizes, mas não têm consciência (ou não a querem ter) do nexo vigente entre o seu homossexualismo e a neurose. Se cada indivíduo homófilo se apresentasse a um psiquiatra esclarecido (o que naturalmente supõe vontade e possibilidade de o fazer), muito maior seria o número dos que se libertariam, até certo ponto, de seu mal.
No decorrer do tratamento pode-se observar o feliz êxito do mesmo mediante a análise dos sonhos do paciente: o médico por vezes percebe, nesses sonhos, símbolos femininos, como também imagens mistas ou hermafroditas. Não há, porém, esquema geral de evolução dos sonhos no processo de cura.
O Dr. Eck refere o seguinte caso, em que os sonhos foram realmente expressivos:
Certo paciente, atraído pelo mesmo sexo, foi consultar o Dr. Eck, ao terminar seis meses de prisão. Costumava sonhar com aventuras sexuais, cujas vítimas eram meninos; o seu erotismo desviado assim se manifestava claramente. Aos poucos, porém, o paciente, submetido à psicoterapia, foi modificando o tipo de seus sonhos: passou a ver-se em situações, nas quais involuntária ou mesmo constrangidamente era levado a realizar atos que correspondiam ao seu desvio sexual. O seu erotismo errôneo se manifestava assim de maneira mais discreta.
Como exemplo de tais sonhos, o Dr. Eck cita o seguinte: o paciente lhe contou que em sonho salvara a vida de um belo menino que estava para afogar-se, arriscando-se destarte a perder a própria vida. Uma vez salva a criança, o herói teve que procurar reanimá-la por contratos que lhe causavam reações eróticas.
Posteriormente ainda, o mesmo paciente referiu outro sonho:
«Sofri um acidente automobilístico, prostrando por terra uma criança. Julgava não lhe ter causado lesão alguma, quando verifiquei que ela estava com a perna quebrada. Comovi-me ao observar o dano que causara: nesse momento, porém, sobreveio uma mulher, e com ela parti tranqüilizado».
Segundo o médico, este sonho simbolizava profunda mudança no psiquismo do paciente: durante muito tempo esse homem alimentava em si a consciência de que se podia entregar a práticas eróticas com meninos sem prejudicar a estes. Submetido, porém, a tratamento psiquiátrico, tomara consciência de que tais ações podiam marcar definitivamente os jovens que caíam em suas mãos. Então em sonho partiu tranqüilamente com uma mulher, isto é, resolveu em seu íntimo abandonar as práticas homófilas e normalizar a sua sexualidade.
Não basta, porém, pensar em tratamento para o homossexualismo. Impõe-se também cuidadosa profilaxia.
4. Profilaxia
Certas medidas de índole moral concorrem poderosamente para se evitarem casos de homossexualismo:
1) O comportamento dos genitores
«Sejam os genitores, ele homem, e ela mulher; então seus filhos serão meninos, e suas filhas meninas» (Eck, ob, cit., pág. 253).
Já atrás notamos a influência profunda que podem ter os genitores sobre o desenvolvimento sexual da prole; desvios da parte de pai ou mãe tornam-se, em muitos casos, motivos de aberrações dos pequeninos.
Não se deve crer que a natureza seja, por si mesma, indiferenciada do ponto de vista sexual. Ao contrário, os atuais conhecimentos da biologia mostram que não somente cada indivíduo, mas até mesmo cada célula de um indivíduo, traz a marca do respectivo sexo; existe, pois, em cada ser humano uma diferenciação sexual radical anterior às fases da histeria desse indivíduo; tal diferenciação implica, entre outras coisas, em que cada ser humano seja naturalmente polarizado pelo sexo oposto.
Aos genitores e educadores cabe consequentemente uma dupla função:
a) Não excitar prematura e imprudentemente a diferenciação e a polarização que cada jovem de constituição normal experimenta em si; mas também,
b) Não negar essa polarização, não a ignorar nem tentar suprimir, pois tal tática abriria a porta a outra erotização, que é a sodomia.
Nem todos os homossexuais aceitam a diferenciação sexual como obra da natureza; pretendem que esta seja sexualmente imprecisa (o que tiraria ao homossexualismo o caráter de desvio). Tenham-se em vista as palavras de Lucien Farre, que é reconhecidamente homossexual:
«Quanto mais um ser é diferenciado – especializado – tanto menos é apto a compreender – o universo. Uma diferenciação sexual rápida e completa não representa, por certo, o ideal do homem tal como deveria ser… A intersexualidade, da qual o homossexualismo não é senão uma forma, constitui um elemento de equilíbrio, que é preciso não combater… É por sua intersexualidade que um homem pode manter sua juventude por tempo infinitamente mais longo do que o colega que se diferencia sexualmente. Em muitos casos, a diferenciação sexual aparece como um sinal de velhice, uma aquiescência dada à morte» (citado por Eck, ob. cit., pág. 254).
Tais idéias, arbitrárias como são, não têm merecido a aceitação dos estudiosos mais abalizados, os quais acentuam, ao contrário, a necessidade cada vez mais premente de se levar em conta a providencial diferenciação dos sexos.
2) O perigo do contágio
Inegavelmente, o homossexualismo pode ser contraído mediante abusos cometidos por aqueles, que se entregam a este mal: um adolescente, em período de instabilidade afetiva, pode ser definitivamente orientado para a sodomia em conseqüência de uma primeira experiência que lhe cause satisfação. Ainda que esta não lhe ocasione prazer (como às vezes o primeiro cigarro não satisfaz), o jovem é tentado a voltar à experiência; isto se dá mesmo quando o adolescente é violentado ou dominado à força (sodomia passiva).
O Prof. Jean Vagise observa:
«A sodomização ativa e principalmente a passiva deixam após si certo condicionamento em direção do homossexualismo» (citado por Eck, ob. cit., pág. 255).
A propósito, o Dr. Eck refere o caso de um homem de 35 anos de idade, homossexual notório, o qual lhe confessou que até os 14 anos aproximadamente tivera atrativos femininos muito precocemente manifestados. Nesta idade, tendo passado uma noite em barracas de acampamento, foi violentado por um adulto – o que muito lhe fez sofrer. Todavia sua orientação homossexual datou definitivamente daquela época
O perigo de desvios homossexuais por motivo de perversão pode durar até os 21 anos de idade (idade até a qual se registra muitas vezes instabilidade afetiva) ou mesmo até mais tarde. Há casos em que o paciente se revelou homossexual apenas aos 25 anos ou mesmo aos 30 anos de idade (na mulher, o fenômeno pode aparecer ainda mais tarde).
Estas observações levam a desejar que os jovens e adultos evitem todas as ocasiões de contágio e perversão homossexuais. O perigo homófilo existe e é contaminante.
Consequentemente, uma das mais importantes medidas de profilaxia consiste em não o subestimar e, mais ainda, em não permitir seja enaltecido e legalizado (como se se tratasse de uma tendência normal da natureza humana ou de reconhecer um terceiro sexo ou ainda de uma indiferenciação sexual melhor do que a «especialização» sexual).
«Compreender o homossexualismo com benevolência» e «aprová-lo» são duas coisas bem diferentes, das quais a primeira é muito desejável, ao passo que a segunda merece repúdio.
3) Profilaxia da neurose
Se a neurose está intimamente associada ao homossexualismo, importa aplicar-se à profilaxia das doenças mentais e, em particular, dos estados de imaturidade afetiva que facilmente redundam em homossexualismo.
Claro está que tal tipo de profilaxia não é sempre possível; não poucos casos de neurose e homofilia lhe escaparão; outros, porém, serão devidamente evitados.
4) Manifestações literárias e artísticas
Existem revistas de grupos homossexuais, que muitas vezes defendem e propugnam o homossexualismo com argumentos capciosos, pseudo-científicos, filosóficos e religiosos.
Tais publicações são evidentemente nocivas ao bem comum e, por isto, merecem ser energicamente combatidas.
Também as artes são instrumentos que muitas vezes veiculam o homossexualismo. Certos ambientes de teatro, coreografia, moda e alta costura costumam atrair os homossexuais. Há mesmo um preconceito segundo o qual se julga que, para ter êxito nesses setores da arte, é preciso ser sexualmente invertido. O Dr. Eck narra que conheceu um jovem, de costumes muito ortodoxos, o qual nos primeiros anos de sua carreira artística quis dar ao público a impressão de que contraíra uma pseudo-ligação masculina, pois, segundo pensava, isto lhe permitiria ser levado a sério em sua profissão.
Como proceder contra tal associação de homossexualismo e arte?
Não se pode dizer que todas as produções literárias e artísticas dos indivíduos homossexuais careçam de valor. Mas é preciso dissipar o falso preconceito de que o homossexualismo favorece as artes. Isto só se poderá obter se os homens de responsabilidade e constituição normal na sociedade (escritores, jornalistas, poetas, artistas, modistas… ) cultivarem as artes, levando um teor de vida heterossexual irrepreensível; assim mostrarão que a produção artística não está presa a desvios sexuais. Infelizmente, porém, jornais e revistas estão cheios das notícias de divórcios, uniões ilícitas e escândalos morais de grandes vedetes. «Se tal é a ‘ortodoxia sexual’, compreende-se quer muitos prefiram permanecer em Sodoma ou passar-se para Sodoma» (Eck, ob. cit. pág. 258).
Vê-se, pois, que o problema da profilaxia do homossexualismo se enquadra dentro de outro muito mais amplo: o da morigeração da sociedade moderna.
Uma sociedade que saiba disciplinar seus costumes, torna-se ambiente estéril para as grandes aberrações sexuais, ao passo que, onde não há o senso da moralidade, os maiores desvios tomam vulto avassalador, ocasionando lamentáveis desgraças.
Que a consciência destas verdades se torne útil aos cidadãos de nossos tempos, máxime aos cristãos, de modo que, em vez de quererem julgar a Moral à luz do homossexualismo, continuem a julgar o homossexualismo à luz da Moral!