Horas extras

Gostaria de falar esta semana sobre as horas extras.

Quem não conhece esta famosa expressão: “horas extras”? Muito bem, como Deus deve estar em tudo o que fazemos, podemos nos perguntar o que Deus pensa a respeito delas.

A resposta mais correta seria esta: depende.

Depende do que? Depende:
– do motivo das horas extras
– das circunstâncias de cada pessoa: se está casada, se está endividada, se está no começo do emprego, etc, etc.

De modo geral, podemos dizer o seguinte: a família vem antes do emprego.

Por isso, podemos nos perguntar:
– estou dedicando à família (e ao próximo) o tempo necessário?
– a profissão está no lugar certo?
– não será que as horas extras decorrem de uma ambição profissional que está acima de qualquer outra coisa?
– não será que as horas extras decorrem de um desejo desmedido de brilhar, de galgar passos, na profissão?
– não será que as horas extras escondem, no fundo, um desejo de ganhar dinheiro, enriquecer, acima de outras preocupações: preocupações com a esposa (com o marido), com os filhos, com os parentes, com os amigos, com os mais necessitados?
– não será que as horas extras decorrem do medo de perder o emprego, do desejo de ficar bem com o chefe, quando deveríamos ter uma conversa mais clara com o chefe para estabelecer os limites do tempo dedicado ao trabalho?

Não há dúvida que vivemos numa sociedade capitalista onde, na maior parte das vezes, senão todas, o lucro está acima de qualquer outra coisa. Mas não podemos colocar a culpa na sociedade. Ela colabora para que haja milhões e milhões de horas-extras nas empresas em toda parte do mundo, mas não é a única culpada.

Que tristeza é ir distanciando-se cada vez mais da família e dos filhos pelas malditas horas-extras!

No entanto, que alegria sem igual, maravilhosa, é:
– dedicar o tempo justo à família
– preocupar-se com esmero pelos filhos e cuidar com todo o cuidado da sua educação
– ter tempo para visitar os amigos
– ter tempo para estar com os parentes
– ter tempo para dedicar-se a uma tarefa em prol das pessoas carentes

Alguém falava de criar na sociedade um novo conceito: empresas familiarmente responsáveis. Não só empresas socialmente responsáveis, ecologicamente responsáveis, mas empresas familiarmente responsáveis, onde a família é respeitada no seu tão alto valor.

Que estas idéias nos ajudem a repensar o tempo, o motivo pelo qual nos dedicamos às nossas tarefas, tanto jovens, quanto profissionais. Que estas idéias nos ajudem a endireitar o caminho que com tanta facilidade sai fora do lugar.

Nunca esqueçamos a hierarquia certa da nossa vida: Deus, os outros, nós.

Que todos tenham uma santa semana.

Pe. Paulo.

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