Gostaria de falar esta semana sobre o famoso milagre de Lanciano
Este milagre ocorreu no século VIII, mais precisamente no ano 750, e a prova do milagre está patente aos olhos de quem quiser ver na igreja de São Legociano, na cidade de Lanciano, perto de Pescara.
Como ocorreu o milagre?
Um monge daquele convento começou a duvidar se na Hóstia estaria verdadeiramente o Corpo de Cristo e no Cálice, o Seu Sangue. Certo dia, celebrando a Santa Missa e sendo acometido da mesma dúvida, viu que, de repente, de modo milagroso, a Hóstia consagrada se transformou num pedaço de carne e o vinho consagrado se coagulou e se transformou em pedaços de sangue. O monge, atônito, ainda pensou em esconder o prodígio, mas, perante a realidade do fato extraordinário, confessou a sua falta de fé e o milagre com que o Senhor viera confirmá-lo.
Hoje, a 1.200 anos de distância, as relíquias sagradas mantêm-se praticamente intactas. A Carne, guardada entre dois cristais, tem a forma de Hóstia Redonda, com seis centímetros de diâmetro, mais grossa nos bordos que no centro, onde há um pequeno espaço vazio. A Carne aparece de cor castanho-escuro, que se torna rosada quando se coloca uma luz por trás do relicário. O Sangue, coagulado, tem uma cor vermelho-escura e é formado por cinco gotas diferentes e separadas.
Repetidas vezes, no decorrer dos séculos, fizeram-se exames e reconhecimentos das Sagradas Relíquias. Em 1970, por exemplo, o Arcebispo de Lanciano e o Provincial dos Frades Conventuais de Abruzzo, autorizados por Roma, pediram ao doutor Edoardo Linoli, diretor do hospital de Arezzo e professor de Anatomia, Histologia, Química e Microscopia Clínica, uma minuciosa análise científica das Relíquias de um Milagre de doze séculos atrás. No dia 4 de março de 1971, o professor apresentou um relatório detalhado dos estudos realizados. Eis as conclusões:
1. A “Carne milagrosa” é verdadeiramente carne do tecido muscular fibroso do miocárdio.
2. O “Sangue milagroso” é verdadeiro sangue, demonstrado, com certeza absoluta, pela análise cromatográfica.
3. O estudo imunológico manifesta seguramente que a carne e o sangue são humanos e a prova imunológica revela com segurança que ambos pertencem ao grupo sangüíneo AB, o mesmo grupo do homem do Santo Sudário e característico das populações do Oriente Médio. Esta identidade do grupo sangüíneo indica ou que a Carne e o Sangue são da mesma pessoa ou que pertencem a dois indivíduos do mesmo grupo sangüíneo.
4. As proteínas contidas no Sangue estão normalmente distribuídas numa percentagem idêntica às de um sangue fresco normal.
5. Nenhuma sessão de histologia revelou traços de infiltrações de sais ou de conservantes utilizados nas antigas civilizações para mumificar corpos.
O seu relatório foi publicado nos “Quaderni Sclavo in Diagnostica (fasc. 3, Gráfica Meini, Sena, 1971) e causou um grande interesse no mundo científico.
Em 1973 o Conselho Superior da Organização Mundial da Saúde, organismo da ONU, nomeou uma comissão científica para verificar as conclusões do médico italiano. Os trabalhos duraram 15 meses e foram feitos 500 exames. Realizaram-se as mesmas pesquisas feitas pelo professor Linoli e outras complementares.
Os exames confirmaram que os fragmentos retirados em Lanciano não são semelhantes a tecidos mumificados. A comissão declarou que a Carne é um tecido vivo porque responde a todas as reações clínicas próprias dos seres vivos. A Carne e o Sangue milagrosos de Lanciano têm as mesmas características de carne e sangue recém extraídos de um ser vivo. Esse relatório confirma as conclusões do professor Linoli. As conclusões do pequeno resumo dos trabalhos científicos da Comissão Médica da OMS e da ONU, publicado em dezembro de 1976 em Nova York e em Genebra declaram que a ciência, consciente dos seus limites, não é capaz dar uma explicação natural ao fenômeno.
Que este milagre nos sirva para alimentar a nossa fé na presença de Jesus Cristo na Hóstia consagrada e no Sacrário das igrejas.
Uma santa semana a todos!
Pe. Paulo