Olá todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “o desafio do amor”.
O amor é um desafio! Todos nós já devemos ter percebido isto!
Não existe o amor platônico, apesar de sempre sonharmos com ele. O que existe, porque Deus nos fez desta maneira, é o platonismo inicial. No processo inicial de apaixonamento, próprio da explosão sensível, idealizamos tudo: vemos na nossa frente um príncipe ou uma princesa encantada. Como no conto de fadas. Ficamos cegos aos defeitos e imperfeições. Daí dizermos que o amor é cego.
Mas, como todos nós sabemos, o apaixonamento inicial passa, mas dia ou menos dia. Aí começa o “desafio do amor”.
Costumamos chamar de amor o apaixonamento inicial, mas este não é o verdadeiro amor. O verdadeiro amor começa quando temos diante de nós uma pessoal real e não idealizada pela paixão inicial.
O desafio do amor é amar quem temos na nossa frente e não uma miragem. Isto me faz pensar naquele homem que passou anos construindo um navio até que chegou o dia de colocá-lo no mar. Colocou-o e o navio afundou. E qual foi o comentário deste homem? “Este mar não me serve”! O que devemos dizer a este homem? Que este é o mar real e não existe outro. Não existe o mar que ele está concebendo na sua imaginação, assim como não existe a pessoa idealizada pela nossa mente.
O desafio do amor é amar uma pessoa real: com qualidades e defeitos. E defeitos que vão se tornando cada vez mais patentes à medida que convivemos mais com as pessoas.
Ao dar-nos conta da realidade de uma pessoa, duas trajetórias se abrem diante de nós: a trajetória da decepção ou a trajetória do amor.
A trajetória da decepção é conhecida: reparar nos defeitos e ir reparando, reparando até que um dia o amor se acaba.
E como se trilha a trajetória do amor, que é o que Deus espera de cada um de nós? Trilha-se assim (o que vou indicar a seguir serve para namorados, casais, familiares, etc):
a) pedindo a Deus: pois muitas vezes suporá forças que nós não temos.
b) espelhando o nosso amor no amor de Deus: que é um amor infinito, incondicional; o seu amor por nós não muda apesar de todos os defeitos que tenhamos, se correspondemos ou não às suas expectativas.
c) não nos polarizando nos defeitos: com mais razão se forem coisas pequenas. Mesmo que alguém se deixe levar pelos seus defeitos, como experiência sacerdotal posso dizer que pouquíssimas vezes as pessoas fazem o mal “querendo-o”. A grande maioria das vezes “se deixam levar pelo mal” ou “não reparam que estão fazendo o mal”. Aqui está o segredo do amor de Deus por nós: em tudo o que fazemos, pensa no seu interior o que disse no alto da cruz àqueles que o estavam matando: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”. Esta frase de Cristo tem uma profundidade enorme: revela o âmago do seu coração. Cristo sempre pensa que se alguém faz o mal é porque “não sabe o que está fazendo”. Ista ideia dá pano para meditarmos anos e anos.
d) fixando-nos nas qualidades: costumo dizer que todos nós temos 80% de qualidades e 20% de defeitos. Ou seja: todas as pessoas têm muitas qualidades para serem admiradas. Se me empenho em olhar as qualidades, nunca perderei a admiração pelas pessoas. Quantas qualidades posso enumerar das pessoas que vivem à minha volta?
e) nunca deixando de agradar quem queremos amar, por mais distante que esteja de nós.
O amor é um desafio, mas vale a pena! A “vitória do amor” é uma das maiores vitórias que podemos ter aqui na terra!!! Não deixemos de ir atrás dela.
Uma santa semana a todos!
Pe. Paulo