Onde, afinal de contas, está a felicidade?

Olá a todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “onde, afinal de contas, está a felicidade?”.
 
Quando eu era jovem, lá pelos 14, 15 anos, uma questão que me intrigava muito era a felicidade. No ônibus ou no metrô, reparava muito no rosto das pessoas para ver se elas eram felizes. E eu constatava que não eram.
 
Lembro-me também, nesses meus questionamentos, de ter lido um livro de um filósofo espanhol, Julian Marias, sobre a felicidade, o que me ajudou a constatar que neste mundo não há nada que preencha totalmente nossa sede de ser feliz – nem o amor humano, nem a carreira profissional mais brilhante, nem ter uma casa numa ilha paradisíaca etc. Além do mais, todas essas realidades humanas trazem consigo o sofrimento.
 
Nunca me esqueço de uma entrevista que li com Frank Sinatra em que o entrevistador lhe perguntava se ele era feliz. E ele respondeu: “Não acredito na felicidade!”. Pensei comigo: “Como assim? Um homem que tem tudo o que quer, é bilionário, galã, pode ter ao seu lado a moça mais bonita que encontrar e não é feliz?”. Também me lembro quando me inteirei da vida e da morte de Elvis Presley, que também era outro homem bilionário e assediado por tantas mulheres, que vivia num vazio tremendo e morreu de overdose.
 
Nessa trajetória da minha vida, por volta dos 15 anos, tive a sorte de conhecer uns amigos que eram católicos praticantes e eles me animaram a estudar o catecismo. Já tinha feito a Primeira Comunhão, porém estava afastado de Deus pelo fato de minha família não ser praticante. No catecismo me tocou logo no começo a seguinte pergunta: “Para que foi criado o homem?”. Em seguida vinha a resposta: “O homem foi criado para conhecer, amar e servir a Deus, e assim merecer a vida com o próprio Deus para sempre no Céu”.
 
Essa resposta me acendeu uma verdadeira luz e me fez pensar no amor de Deus. Na terra, o que torna as pessoas mais felizes é o amor humano, e, portanto, a felicidade plena está em corresponder ao amor infinito de Deus por nós.
 
Passados mais de quarenta anos, continuo a perseguir esse caminho, aumentando a minha felicidade à medida que amo mais a Deus; aguardando com alegria o Céu, que é a consumação plena deste amor, e procurando lutar para conquistá-lo.
 
Causa-me pena, no entanto, ver tanta gente perdida no caminho desta vida, seguindo o mesmo rumo de sempre: procura-se a felicidade nesta terra e esquece-se de Deus; preocupa-se com Deus somente quando se perde uma pessoa querida, quando se sofre um revés muito grande na vida. Quanto esforço para aproximar as pessoas afastadas de Deus e quão poucos correspondem a esse chamado!
 
Um tempo atrás, um alto empresário me procurou porque seu terapeuta o aconselhou a procurar um padre. Esse empresário me dizia que o dinheiro tinha acabado com sua vida. Acabado porque havia ganhado muito, muito dinheiro, mas não tinha estrutura para lidar com isso. Mesmo que tivesse estrutura, podem ter certeza de que o dinheiro não preencheria a sede de felicidade que existe no coração do homem.
 
Tantas histórias como essa ouvi ao longo de mais de vinte e cinco anos aconselhando as pessoas.
 
Onde encontrar a felicidade, onde encontrar a alegria verdadeira, profunda? Só há um caminho: no amor a Deus, que é nosso querido Criador e Pai. Seguindo os seus mandamentos, e não uma adaptação deles. Adaptá-los é adotar uns e deixar de lado outros. À medida que vamos compreendendo e vivendo eles, vamos percebendo que seus mandamentos são o caminho único para o bem e não vivê-los, mesmo que seja um só, é desviar-se do bem.
 
Uma santa semana a todos!!!
 
Padre Paulo M. Ramalho
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Padre Paulo M. Ramalho – Sacerdote ordenado em 1993. Cursou o ensino médio no colégio Dante Alighieri. Engenheiro Civil formado pela Escola Politécnica da USP; doutor em Filosofia pela Pontificia Università della Santa Croce. Atende direção espiritual na igreja Divino Salvador, Vila Olímpia, em São Paulo.


Sobre o autor