Você é feliz mesmo, mesmo?

Olá a todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “você é feliz mesmo, mesmo?”.
 
Qual de nós não quer ser feliz, plenamente feliz? Se há uma aspiração sobre a qual existe uma unanimidade em todo ser humano, de um canto a outro da terra e ao longo de toda a história da humanidade, é a que diz respeito à felicidade. Queremos ser felizes, e tudo o que fazemos está voltado para a busca da felicidade.
 
Sendo essa a aspiração das aspirações, é importante que façamos esta pergunta com certa frequência: sou feliz?
 
Mais ainda: é importante que façamos essa pergunta três vezes. Isso mesmo: três vezes. Por que três vezes? Porque nós tendemos a viver de aparências ou nós gostamos de viver como os avestruzes – sem encarar a realidade. É uma tendência nossa querer mostrar aos outros que somos pessoas felizes, bem resolvidas, que estamos a toda hora alcançando nossos objetivos etc. Precisamos aparentar não ter problemas financeiros, pessoais, de relacionamento etc. Nós gostamos de viver como os avestruzes, dizendo para nós mesmos que está tudo maravilhoso na nossa vida, sem querer aprofundar muito a questão, pois a verdade pode doer e causar incômodo. Então, é melhor dizer para nós mesmos que está tudo maravilhoso.
 
O que é fazer essa pergunta três vezes? É fazer assim:
 
1) Você é feliz?
 
E então a resposta será invariável, a não ser que estejamos doentes: “Sim, claro, sou muito feliz; minha vida é uma maravilha”. Aí então fazemos a pergunta pela segunda vez:
 
2) Você é feliz mesmo?
 
Nesse momento nós já matizaremos um pouco: “Bem, veja, há um probleminha ou outro, mas nada de muito importante, nada que comprometa a minha felicidade. Mas posso dizer que sou muito feliz”. Então fazemos a pergunta pela terceira vez:
 
3) Você é feliz MESMO, MESMO???
 
Esta pergunta nos leva a romper a casca sob a qual costumamos viver e a tocar o fundo do nosso ser e deixar a descoberto o chão totalmente frágil em que estamos apoiados:
– o vazio que experimentamos depois de momentos de grande prazer;
– a falta de uma resposta para o sentido da vida;
– a ideia de que dentro de pouco tempo tudo acabará com a morte; e não entender a morte;
– experiências inescapáveis de dor e sofrimento.
 
Aí então não só não diremos que somos felizes como também desataremos a chorar pensando:
– como posso ser feliz se experimento um profundo vazio em tantos momentos da minha vida?
– como posso ser feliz se não tenho uma resposta para o sentido da minha vida?
– como posso ser feliz se um dia tudo isso irá acabar?
– como posso ser feliz se a realidade da minha vida é que tenho problemas por todos os lados: vivo insatisfeito comigo mesmo, vivo tendo problemas de relacionamento com os outros, minha situação financeira é incerta, vira e mexe estou com alguma dor, alguma doença etc.
 
De fato, costumo dizer que ninguém resiste a três perguntas: “Você é feliz?”, “Você é feliz mesmo?”, “Você é feliz mesmo, mesmo?”.
 
O que acham então de tirar a casca de felicidade e ir em busca de Deus, que vai na raiz do nosso ser e o vivifica, dando sentido à nossa vida e a cada gesto nosso; tirando o vazio que experimentamos em tantos momentos; dando sentido para a morte; e nos ajudando a entender e a suportar a dor? Mas é preciso colocá-lo em primeiro lugar, senão estaremos buscando a felicidade nele e fora dele. E isso também não preenche o nosso coração.
 
Uma santa semana a todos!!!
 
Padre Paulo M. Ramalho
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Padre Paulo M. Ramalho – Sacerdote ordenado em 1993. Cursou o ensino médio no colégio Dante Alighieri. Engenheiro Civil formado pela Escola Politécnica da USP; doutor em Filosofia pela Pontificia Università della Santa Croce. Atende direção espiritual na igreja Divino Salvador, Vila Olímpia, em São Paulo.


Sobre o autor