Páscoa: mensagem de esperança

Olá a todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “Páscoa, mensagem de esperança”.
 
Num momento em que estamos precisando tanto de esperança, gostaria de reproduzir a homilia do Papa Francisco do ano passado por ocasião da Páscoa, em que o Santo Padre nos fala da esperança.
 
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Esta celebração começa normalmente na escuridão, na escuridão da noite. Nessa escuridão sentimos o peso do silêncio diante da morte do Senhor, um silêncio que cada um de nós pode reconhecer e que penetra profundamente no coração de João, que, à vista da cruz, fica sem palavras.
 
São as horas de silêncio diante da amargura gerada pela morte de Jesus: que dizer diante dessa realidade? São João também fica sem palavras diante da injustiça que condenou o Mestre, diante das calúnias e falsos testemunhos sofridos por Nosso Senhor. Durante as horas difíceis e dolorosas da Paixão, os discípulos ficaram calados (cf. Jo 18, 25-27).
 
É a noite do silêncio de cada um de nós que se sente paralisado sem saber para onde ir. É a noite do silêncio quando se vê que nada se pode fazer para vencer tantas injustiças.
 
Mas é no meio dos nossos silêncios, quando o experimentamos de modo mais profundo, que então começam a gritar as pedras (cf. Lc 19, 40: «Digo-vos que, se eles se calarem, gritarão as pedras») dando lugar ao maior anúncio que alguma vez a história tenha podido realizar: «Não está aqui, pois ressuscitou» (Mt 28, 6).
 
Podemos dizer que a pedra do sepulcro gritou e, com o seu grito, anunciou a todos um novo caminho. Nesse sentido podemos dizer que foi a criação, através da pedra, a primeira a fazer ecoar o triunfo da Vida sobre todas as realidades que procuraram silenciar e amordaçar a alegria do Evangelho. Foi a pedra do sepulcro a primeira a saltar e, à sua maneira, a entoar um cântico de louvor e entusiasmo, de júbilo e esperança no qual todos somos convidados a participar.
 
E se ontem, com as mulheres, contemplamos «Aquele a quem transpassaram» (Jo 19, 37, cf. Zc 12, 10), hoje, com elas, somos chamados a contemplar o túmulo vazio e ouvir as palavras do anjo: «Não tenhais medo! (…) Ressuscitou» (Mt 28, 5-6).
 
Essas palavras devem penetrar as nossas convicções e certezas mais profundas, as nossas maneiras de pensar e olhar os acontecimentos da nossa vida.
 
O túmulo vazio nos desafia, nos interpela, mas sobretudo nos encoraja a crer e confiar que Deus «pode tudo», que a sua luz pode penetrar até os recantos mais imprevisíveis e fechados do universo e da existência humana.
 
Jesus ressuscitou da morte, ressuscitou do lugar de onde ninguém esperava nada, e agora esse lugar nos espera para nos tornar participantes da alegria da ressurreição.
 
«Não está aqui… Ressuscitou!» (28, 6). Esse é o anúncio que sustenta a nossa esperança. Como precisamos deixar que a nossa fragilidade seja penetrada por essa verdade! Como precisamos que a nossa fé seja renovada! Jesus ressuscitou e, com Ele, ressurge a nossa esperança para enfrentar os problemas da nossa vida, porque sabemos que o Senhor pode tudo.
 
Celebrar a Páscoa significa deixar que Jesus vença aquele pensamento pusilânime que tantas vezes nos cerca procurando sepultar qualquer tipo de esperança.
 
A pedra do sepulcro desempenhou o seu papel, as mulheres fizeram a sua parte, agora o convite é dirigido mais uma vez a nós: o convite a renovar a nossa vida, a sermos penetrados pela alegria.
 
Queremos participar desse anúncio de vida ou ficar mudos perante os acontecimentos?
 
Não está aqui, ressuscitou! E Jesus nos espera na Galileia, convida-nos a voltar no tempo e no lugar do primeiro amor para nos dizer: «Não tenhas medo, segue-Me».
 
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Uma santa semana a todos!
 
Padre Paulo M. Ramalho
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Padre Paulo M. Ramalho – Sacerdote ordenado em 1993. Cursou o ensino médio no colégio Dante Alighieri. Engenheiro Civil formado pela Escola Politécnica da USP; doutor em Filosofia pela Pontificia Università della Santa Croce. Atende direção espiritual na igreja Divino Salvador, Vila Olímpia, em São Paulo.

Sobre o autor