Gostaria de falar esta semana sobre o perdão.
Como diz um autor, nada nos assemelha tanto a Deus como o saber perdoar.
Por que se diz isto?
Porque, em determinadas situações, é preciso ter um coração muito grande, como o de Deus, para podermos perdoar.
Não é fácil perdoar! Não é fácil perdoar:
– alguém que nos ofende
– alguém que nos despreza
– alguém que nos ofende e nos despreza de modo constante
– alguém que nos prejudicou seriamente
– mais ainda: alguém que tentou tirar a nossa vida
Normalmente dizemos: não dá para perdoar uma pessoa que fez um grande mal para nós.
No entanto, o ensinamento de Cristo é este: “amai os vossos inimigos”, “perdoai aqueles que vos perseguem”.
Até esta loucura chega o ensinamento de Cristo: amar um inimigo!!!
Como chegarmos a isto?
Penso que nos ajudam três considerações:
a) somos o que somos sustentados pela graça de Deus
Isto significa que se nós não fazemos o que criticamos nos outros, é porque Deus está nos sustentado na graça. Se Deus deixasse de nos ajudar, faríamos a mesma coisa, ou pior, do que fazem as pessoas por aí. É preciso convencer-se desta verdade. Se nos convencermos, facilitará bastante o perdão.
b) ninguém é essencialmente mau
Quando alguém nos faz o mal é normal pensarmos que aquela pessoa como um todo é má. Mas isto não é verdade. O seu mal é fruto de uma ferida do coração. Podemos dizer que aquela pessoa é boa, mas tem defeitos no seu coração.
Isto nos leva a querer “desculpar” o mal, pois o seu coração bom não foi suficiente para dominar o defeito mau. E nos leva a dizer ou pensar: coitada, foi dominada pelo seu defeito!
Isto nos leva a pensar também que o mal é uma certa cegueira. Quando uma pessoa pratica o mal, está cega, pois o se coração bom não conseguiu impedir que fizesse o mal. Por isto, Cristo na cruz, no auge da ofensa daqueles homens contra Ele, diz: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”. Que é o mesmo que dizer: “Pai, perdoa-lhes porque estão cegos, são bons, mas estão cegos, não conseguem enxergar o que estão fazendo”.
c) Deus vai nos perdoar na medida em que perdoamos o próximo
É o que dizemos todos os dias no Pai-Nosso: “perdoai-nos as nossas ofensas assim como nos perdoamos a quem nos tem ofendido”. Será duro pensar que Deus não nos perdoará no dia do juízo porque nós não perdoamos o próximo.
Que estas palavras nos sirvam de alimento para o exercício contínuo do perdão. Lembrando que cada vez que perdoamos nosso coração se dilata, torna-se maior, com mais capacidade de amar, com mais felicidade.
Que Deus abençoe a todos!
Pe. Paulo