Olá a todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “a grata virtude da pontualidade”.
Como se agradece quando se lida com pessoas pontuais. Isso é assim porque a pontualidade é uma virtude, isto é, uma qualidade que todos nós deveríamos ter. É o que diz o texto abaixo:
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Como é que a pontualidade não há de ser uma virtude, se o seu contrário, a impontualidade, é um grande defeito? Basta que se atrase o jantar ou que seja necessário esperar por um retardatário para que a atmosfera do lar se carregue de eletricidade. Pode acontecer-nos, é claro, que uma vez por outra esqueçamos a hora, calculemos mal o nosso tempo ou sejamos retidos por um incidente imprevisto. Uma exceção é tolerável; mas as pessoas que se atrasam habitualmente são verdadeiras calamidades.
Já percebemos o lugar que a pontualidade ocupa nas parábolas do Evangelho? É a história das cinco virgens que chegam atrasadas ao festim das bodas e que encontram a porta impiedosamente fechada (cfr. Mt 25, 1-13); ou, no sentido contrário, o elogio dirigido aos servos que esperam a volta do seu senhor para abrir-lhe a porta assim que bater (cfr. Lc 12, 35-36).
A impontualidade implica uma falta de caridade e, muitas vezes, de justiça para com o próximo. A criança que não volta para casa à hora combinada causa à mãe uma preocupação que deveria poupar-lhe. Fazer esperar um superior, um subordinado denota uma sem-cerimônia que sempre magoa. Em qualquer caso, o retardatário faz com que os outros percam um tempo que poderiam ter aproveitado melhor.
A impontualidade encerra uma grande dose de egoísmo, que deveria obrigar-nos a pensar (…) Se é verdade que o retardatário prejudica os seus semelhantes, também causa um grande mal a si próprio. Os seus atrasos são a prova de que é incapaz de submeter-se a uma disciplina, seja por ser preguiçoso e perder o tempo, seja por querer fazer mais do que pode.
Com efeito, há dois tipos de pessoas que chegam tarde: os que sempre têm tempo, os “boas-vidas”, e os que andam sempre apressados, os “ofegantes”. Ora, o tempo é a mais preciosa das riquezas que Deus pôs à nossa disposição, e Ele nos pedirá contas do uso que tivermos feito dele; é necessário, portanto, que não o percamos.
Seremos pontuais se evitarmos esses dois extremos. E em primeiro lugar as perdas de tempo (…) Façamos render o tempo que nos pertence. No seu leito de hospital, Jacques d’Arnoux pensava: “A tua vida será curta; deve ser plena”, e rezava assim: “Meu Deus, dai-me ódio aos minutos perdidos”.
Se não perdermos o tempo, poderemos aprender e fazer muitas coisas, e, simultaneamente, evitaremos a precipitação, esse outro inimigo da pontualidade. Organizemos os nossos dias sem congestioná-los, prevendo até uma parcela para os imprevistos (…) Temos de estar prontos, sem estar apressados. O excesso de trabalho e a dispersão prejudicam a qualidade da ação. Muitos pensam que trabalham, quando o que fazem é agitar-se; pretendem “acabar o trabalho”, mas — triste reviravolta — é o excesso de trabalho que acaba com eles.
Reservemos em cada dia alguns momentos para o descanso; não são minutos perdidos, sobretudo se os dedicarmos a conversar e a distrair-nos em família. Devemos acreditar na força insubstituível do descanso.
Gratry escrevia: “Somos estéreis mais por falta de descanso do que por falta de trabalho… O descanso para o corpo é o sono… O descanso para o espírito e para a alma é a oração”. O tempo reservado à oração não é tempo perdido. Recupera-se rapidamente. Colocando-nos cada dia na presença de Deus, compreenderemos melhor o valor do tempo e aprenderemos a cumprir as nossas tarefas com pontualidade.
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Pensemos nestas ideias e que elas nos levem a adquirir a virtude da pontualidade.
Uma semana abençoada a todos!
Padre Paulo