Olá a todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “uma grande verdade de fé: somos muito amados por Deus”.
Somos muito amados por Deus!!! Quando temos essa certeza, passamos a ser muito mais felizes. Essa era uma das grandes convicções de Santa Teresinha, e foi um grande apoio para que se tornasse um dia quem ela foi. Veja o que um autor fala a esse respeito.
“Nós cremos no Amor de Deus por nós” (João IV, 16). Sente-se, ao ler estas palavras da primeira Epístola de São João, o frêmito da alma do discípulo que Jesus amava. É um verdadeiro brado de triunfo que escapa do coração de João, o bem-amado: “Eu creio no amor de Deus por mim!”. É em tom “semelhante e com igual transporte de alma que a Carmelitazinha de Lisieux (Santa Teresinha) devia manifestar a Nosso Senhor sua fé em seu Amor Infinito. Toda a sua vida, santidade e doutrina são a expressão desta fé. A fé no Amor: é o que há de mais íntimo na alma de Teresa, é seu supremo segredo. Esta fé firme, sincera e simples no Amor de Deus explica tudo nesta Santinha, e sem isso nada se explica (…).
A grande Santa Teresa definiu a oração, isto é, toda a vida espiritual: “Um comércio de amizade entre a alma e Deus, por quem se sente amada”. Sentir-se amada, estar convicta, ter a certeza de ser amada por Deus onipotente, numa palavra, crer, crer com fé divina, crer firmemente no Amor de Deus por ela — a grande contemplativa o compreendeu —, é a condição primeira, necessária de todo comércio verdadeiro entre a alma e Deus.
Teresa do Menino Jesus mostra-nos essa condição perfeitamente realizada em si. Parece-me que sempre concebeu a ideia de Deus sob a noção mais verdadeira, tal como Ele mesmo quis manifestar-se a nós: “o Amor”. Assim o definiu São João: “Deus é Amor” (1 João IV, 16). Privada de sua mãe, ainda pequenina, Teresa concentrou toda a sua infância na pessoa do pai; foi uma experiência prolongada do mais terno e vigilante amor paterno. Vemos nisso um desígnio especial de Deus.
De fato, desde que falaram de Deus a Teresa, desde que lhe ensinaram a chamá-Lo “Nosso Pai”, essa alma de criança foi impelida, naturalmente, a considerar Deus à semelhança de seu pai da terra.
Procedendo sem o saber, pelo método que os teólogos chamam “Via excellentiae”, ela levou ao extremo, ao excesso, ao infinito a bondade, a ternura, a solicitude, numa palavra, o amor com que seu pai a cercava.
Deus apresenta-se a seu espírito e, sobretudo, a seu coração (pois Teresa vive bem mais pelo coração do que pelo espírito) como Pai, como seu Pai, como o mais amante, mais terno dos Pais, numa palavra, como o amor paterno em seu mais alto grau, “Ninguém é tão Pai como Deus” (Tertul.) “O Pai, de quem deriva toda paternidade no céu e na terra” (Ef. 3, 14-15)… Deus é nosso Pai: não é tudo o que nos ensina o Evangelho? Teremos ocasião de repetir mais de uma vez: Teresa é o comentário vivo do Evangelho, o mais belo comentário, porque o mais simples.
A fé no Amor de Deus por ela, no Amor de Deus, seu Pai, para com a pobre criancinha que ela é, foi, desde o princípio, a atmosfera em que viveu, respirou, cresceu e desabrochou a alma de Teresa. E desta raiz germina toda a sua vida espiritual: amor filial, humildade, confiança, abandono, alegria. Essas virtudes simples e tão evangélicas são como a germinação espontânea da Fé no Amor de Deus: grão de mostarda, deposto pela mão de Deus nesta almazinha (…)
Teresa mesmo escrevera alguns meses antes: “Eu sei que atrás das densas nuvens meu doce Sol brilha ainda!”. Qual é seu doce Sol? Ela acaba de nos dizer na linha precedente: “o astro do Amor!”. E como o sabe? Pela fé! A fé no Amor é a chave da santidade. Digamo-lo: a fé no Amor foi, em Teresa, o princípio, a raiz, o fundamento de sua santidade (Padre Liagre, “Retiro com Santa Teresinha do Menino Jesus”).
Que essas palavras de Santa Teresinha nos ajudem a ter a certeza do amor de Deus por nós e que esta verdade alimente continuamente a nossa alma enchendo-a de paz, sem deixar de lutar, como fez Santa Teresinha, para viver os seus mandamentos.
Uma santa semana a todos!
Padre Paulo