Ter raiva ou ter pena

Olá a todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “ter raiva ou ter pena?”.

Não é preciso dizer que a raiva não faz bem a ninguém. Como bem disse alguém, a raiva é um veneno que destrói a própria pessoa que a sente.

Nesse sentido, é bom que nos perguntemos:
– será que esse sentimento me vem com frequência?
– sou uma pessoa normalmente explosiva?
– de que coisas eu tenho raiva?

É bom saber as coisas e as situações que nos provocam raiva para que aprendamos a lidar com cada uma delas.

De modo concreto, gostaria de falar da raiva que é provocada pelo comportamento das pessoas.

Quantas vezes sentimos raiva porque alguém:
– se esqueceu de algo que pedimos encarecidamente;
– demorou para chegar;
– nos ofendeu;
– nos prejudicou em algo;
– nos traiu etc.

Se olharmos para Cristo, veremos que Ele sofreu todo tipo de injúria por parte dos homens: foi esbofeteado, agredido, abandonado, recebeu provocações contínuas dos fariseus, foi flagelado, coroado com espinhos e crucificado sem que merecesse sequer uma reprovação. E como Cristo reagiu a essas injúrias? Perdoando, desculpando, rezando. O gesto mais significativo foram as palavras ditas no alto da cruz: “Pai, perdoe-os porque não sabem o que fazem” (Lc 23, 34).

Cristo em nenhum momento deixou a raiva tomar conta do seu coração. Se expulsou os vendedores do templo com um chicote, foi movido por um sentimento nobre de amor ao Pai, na intenção de educá-los, mas não de raiva, desse sentimento que deseja o mal de alguém.

Para Cristo, todos somos Seus filhos e, portanto, Ele não pode desejar o mal a nenhum de nós. O sentimento de Cristo quando via um filho Seu agir mal é o de pena.

O sentimento de pena é próprio de uma mãe, de um pai, de um irmão. Isso é que devemos ter diante  daquelas pessoas que fazem o mal, pois, pela visão cristã, todos fazemos parte de uma mesma família e, assim, devemos amar a todos sem exceção. Foi o que Cristo nos ensinou.

O sentimento certo é o perdão, devemos ter pena de quem faz o mal, mas exigir justiça pelo mal cometido. É preciso saber distinguir a pessoa do mal que ela comete. Assim conseguimos deixar as coisas claras no nosso coração.

Vejamos todas as pessoas como nossos familiares! Vejamos todas as pessoas como filhos de Deus! Assim abriremos a porta para substituir a raiva pela pena e, como consequência, não destruiremos a nós mesmos nem aos outros ao nos deixar levar por maus sentimentos.

Que bom seria se tivéssemos um grande coração e pudéssemos dizer diante de todas as injúrias o que Cristo disse no alto da cruz: “Pai, perdoe-os porque não sabem o que fazem!”. Não há dúvida de que se formos nessa direção seremos muito mais felizes.

Uma santa semana a todos! Aproveitemos estes dias para rezar pelas vítimas e familiares do incêndio de Santa Maria. Que Santa Maria os proteja e console!

Pe. Paulo

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