UM MANTO DE MISERICÓRDIA E DE GRAÇA
Nihil Obstat – Reverendo Padre Lawrence A. Deery
Imprimatur – X Sua Excelência Reverendíssima D. Timothy J. Harrington
Bispo de Worcester
9 de Março, de 1990
Parte da informação sobre o Escapulário foi extraída do livro do Padre Howard Rafferty, O. Carm. – “Stories of the Brown Scapular”. Aylesford, Darien, Illinois 60559.
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“UM MANTO DE MISERICÓRDIA E DE GRAÇA”
Porque usamos o Escapulário?
Em 1251, Nossa Senhora entregou a São Simão Stock a promessa do Escapulário, dizendo: “Quem quer que morra usando este Escapulário não sofrerá o fogo eterno”.
Mas – grande enigma do nosso tempo! – a verdade é que a grande maioria dos Católicos desconhece o Escapulário, ou esqueceu por completo esta promessa celestial da Bem-Aventurada sempre Virgem Maria. Além do mais, Nossa Senhora disse: “Usai o Escapulário com devoção e perseverança. É o meu Manto. Usá-lo significa que estais continuamente a pensar em Mim, e Eu estarei sempre a pensar em vós e a ajudar-vos a alcançar a vida eterna”.
Saint Claude de La Colombière, famoso Jesuíta e director espiritual de Santa Margarida Maria, acrescenta um pormenor muito esclarecedor. Disse ele: “Nem todos os modos de expressar o nosso amor para com a Santíssima Virgem Lhe são igualmente agradáveis, razão pela qual não nos ajudam – num mesmo grau – a alcançar o Céu. Pois eu digo sem hesitar um só momento que o Escapulário castanho é o Seu predilecto!” E acrescenta ainda: “Nenhuma devoção foi até hoje confirmada com maior número de autênticos milagres do que o Escapulário do Carmo”.
Uma História do Antigo Testamento
A devoção a Nossa Senhora do Monte Carmelo (Nossa Senhora do Escapulário) remonta a muito antes de São Simão Stock (século XIII) – e mesmo a muito antes do tempo de Nosso Senhor: temos de recuar oito séculos antes de Cristo. Naquele tempo, Elias, um grande profeta, subiu à montanha santa do Carmelo, na Palestina, onde iniciou uma longa tradição de vida contemplativa e de oração. É admirável pensar que, tantos séculos antes do nascimento de Cristo, já o santo Elias e os seus companheiros se consagraram misticamente Àquela que havia de ser a Mãe de Deus, Santa Maria, Rainha do Monte Carmelo. E pelo tempo fora, cerca de três mil anos mais tarde, essa tradição de oração, contemplação e devoção à Virgem Santíssima continua cheio de vida e prevalece na Igreja Católica.
Quando se completou o Tempo, Deus – verdadeiro Deus e verdadeiro Homem – tomou a condição humana e o nome de Jesus. Todos nós conhecemos a vida de Nosso Senhor, a Sua Paixão e Morte, a Sua Ressurreição e Ascensão, narradas nos quatro Evangelhos do Novo Testamento, e como Jesus legou ao mundo a Santa Igreja Católica para ensinar, governar e santificar o mundo em Seu Nome.
Na Festa de Pentecostes – dia que marca o nascimento da Igreja – os descendentes espirituais de Elias desceram, com os seus companheiros, do Monte Carmelo: foram eles (com toda a propriedade) os primeiros a aceitar a mensagem do Cristianismo e a serem baptizados pelos Apóstolos. Quando, finalmente, foram apresentados a Nossa Senhora, ao ouvirem tão suaves palavras dos Seus lábios santíssimos foram tomados por um tal sentimento de majestade e de santidade que nunca mais puderam esquecer. De regresso à sua montanha santa, erigiram a primeira capela do mundo em honra da Santíssima Virgem Maria. E foi desde então que a devoção à Mãe de Deus foi perpetuada pelos ermitas do Monte Carmelo como uma preciosíssima herança espiritual.
Nossa Senhora aparece a São Simão Stock
No ano de 1241, um nobre inglês, o Barão de Grey, voltava das Cruzadas na Palestina, trazendo consigo um grupo de religiosos da montanha santa do Carmelo. Ao chegar, o Barão ofereceu generosamente aos monges um solar na cidade de Aylesford. E foi nesse mesmo lugar que, dez anos mais tarde, ocorreu a aparição – que em breve se tornou famosa – de Nossa Senhora a São Simão Stock. Ao entregar a São Simão o Escapulário castanho de lã, a Santíssima Virgem pronunciou as seguintes palavras: “Será este o privilégio para ti e para todos os Carmelitas: quem quer que morra usando este Escapulário não sofrerá o fogo eterno”. Com o tempo, a Igreja estendeu este magnífico privilégio a todos os leigos que desejem ser investidos com o Escapulário do Carmo e que perpetuamente o usem.
Muitos Católicos são investidos com o Escapulário do Carmo quando fazem a sua Primeira Comunhão; no caso das pessoas convertidas, a investidura coincide com a data da Profissão de Fé. Quando alguém entra para a Confraria do Escapulário do Carmo e lhe é imposto esse pequeníssimo manto de lã castanha, o Sacerdote diz-lhe: “Receba este santo Escapulário e peça à Santíssima Virgem que, pelos Seus méritos, o possa usar sem qualquer mancha de pecado; e que ele o(a) proteja de todos os males e o(a) conduza à vida eterna”. As histórias verdadeiras que se seguem podem dar uma breve ideia de como a Nossa Santa Mãe cumpre a sua promessa. *
* Leia ainda as palavras da Promessa de Nossa Senhora na p. 43.
São Simão Stock
O Milagre da Graça
Conta um sacerdote que um dia, numa pequena cidade perto de Chicago, foi chamado à cabeceira de um homem que havia muitos anos estava afastado dos Sacramentos. “O homem não queria ver-me, e decerto não quereria falar. Pedi-lhe então que olhasse para o pequeno Escapulário que eu segurava na mão. ‘Era capaz de usar isto, se eu lho pusesse? Não lhe peço mais nada’. O homem aceitou usá-lo, e em menos de uma hora queria confessar-se, ficando em paz com Deus. Isto não me causou surpresa: há mais de 700 anos que Nossa Senhora opera tais transformações por meio do Seu Escapulário.”
Precisamente no mesmo dia em que Nossa Senhora deu o Escapulário a São Simão Stock, foi este chamado à pressa por Lord Peter de Linton: “-Venha depressa, Padre, porque o meu irmão está à morte, em desespero!” São Simão Stock partiu imediatamente para junto do moribundo. Mal chegou, lançou sobre aquele homem o seu grande Escapulário, pedindo a Nossa Mãe Santíssima que não deixasse de cumprir a Sua promessa. Imediatamente o homem se arrependeu, tendo falecido na Graça e no Amor de Deus. Nessa mesma noite o falecido apareceu a seu irmão e disse-lhe: “-Eu fui salvo pela mais poderosa das Rainhas, e o manto daquele homem foi para mim um escudo.”
Santo Afonso Maria de Ligório
Santo Afonso Maria de Ligório diz-nos: “Os hereges modernos troçam do uso do Escapulário. Desacreditam-no como coisa absurda.” No entanto sabemos que muitos Papas o aprovaram e recomendaram. É digno de nota que, apenas 25 anos depois da visão do Escapulário, morria o Papa São Gregório X tendo sido sepultado com o Escapulário que usava. Quando o seu túmulo foi aberto passados 600 anos, o Escapulário foi encontrado intacto.
São João Bosco
Dois grandes fundadores de Ordens Religiosas – Santo Afonso Maria, dos Redentoristas, e São João Bosco, dos Salesianos – tinham uma devoção muito especial a Nossa Senhora do Carmo e ambos usaram o Seu Escapulário Castanho. Quando morreram, foram ambos sepultados com as suas vestes sacerdotais e os Escapulários. Muitos anos mais tarde as sepulturas foram abertas: tanto os corpos como as sagradas vestes em que tinham sido sepultados não eram mais do que pó! PORÉM, O ESCAPULÁRIO CASTANHO QUE CADA UM USAVA ESTAVA PERFEITAMENTE INTACTO. O Escapulário de Santo Afonso Maria está exposto em Roma, no Mosteiro por ele fundado.
Proteção contra o Demónio
Compreenderá melhor por que razão as ciladas do Demónio se erguem contra aqueles que divulgam o uso do Escapulário, quando ouvir a história do Venerável Francis Ypes. Um dia caiu-lhe o Escapulário que trazia. Enquanto o colocava de novo, ouviu o Demónio que lhe uivava: “Deita fora esse manto que arrebata do Inferno tantas almas!” Então, e de imediato, o Venerável Francis Ypes tratou de humilhar o Inimigo, fazendo-o reconhecer aquilo que os diabos mais receiam: o Santíssimo Nome de Jesus, o Santíssimo Nome de Maria e o Santo Escapulário do Carmo. A esta lista poderíamos, com justiça, acrescentar o Santo Rosário (ou o Terço do Rosário).
O grande São Pedro Claver foi outro herói de Deus que usou o Escapulário com grandes resultados. Todos os meses chegava a Cartagena, Colômbia (na América do Sul), um navio carregado de 1.000 escravos. São Pedro afadigava-se pela salvação dos convertidos: primeiro, organizava um grupo de catequistas para os ensinarem; depois, encarregava-se de que todos eles fossem baptizados e fossem investidos com o Escapulário. Algumas autoridades eclesiasticas acusavam o Santo de um zelo excessivo, mas São Pedro Claver confiava que Nossa Senhora cuidaria pessoalmente, com Amor de Mãe, de cada uma das mais de 300.000 almas que ele convertera.
Nossa Senhora protege um Missionário
Certo dia, em 1944, um missionário carmelita da Terra Santa foi chamado a um campo de internamento, para ministrar o Sacramento da Extrema Unção. Ia de camioneta, e o condutor, que era árabe, mandou sair o sacerdote uns seis quilómetros antes de chegar ao campo, porque o caminho estava muito perigoso devido a tanta lama. E era tanta, realmente, que, depois de ter andado três quilómetros, o missionário notou que os pés se lhe iam enterrando cada vez mais no lodo. Tacteando para encontrar terreno firme, acabou por escorregar para um poço de lama. Sentindo-se afundar – até que iria morrer, sem qualquer socorro e em lugar tão deserto –, lembrou-se de Nossa Senhora e do Seu Escapulário. Pegou no seu longo Escapulário – que usava por estar vestido de frade –, beijou-o e, erguendo os olhos para a santa montanha do Carmelo (lugar onde nascera a devoção à Mãe de Deus), gritou: “Nossa Senhora do Carmo! Mãe Santíssima! Ajudai-me! Salvai-me!” E logo no momento seguinte se encontrou em terreno firme. Mais tarde, foi o próprio que contou: “Sei que fui salvo pela Virgem Santíssima por meio do seu Escapulário Castanho. Perdi os sapatos dentro daquele lodo, todo eu estava coberto de lama ¼ mas consegui ainda andar os outros três quilómetros que faltavam, louvando sempre a Nossa Senhora.”
Salvos da tempestade no mar
Outra história do Escapulário que merece ser contada sucedeu em 1845. Pelo final do verão desse ano, o barco inglês “Rei do Oceano” viu-se de repente no meio de uma feroz tempestade. O vento e o mar açoitavam o navio sem piedade; e um pastor protestante com a mulher e os filhos, e outros passageiros, conseguiram chegar à coberta onde pediam a Deus misericórdia e perdão pelos seus pecados, pois a todos parecia que iam morrer. Entre a tripulação havia um jovem irlandês, John McAuliffe. Ao ver a gravidade da situação, abrindo a camisa, o jovem agarrou no seu Escapulário, tirou-o e, fazendo com ele o Sinal da Cruz por sobre as ondas encapeladas, lançou-o ao mar. Nesse preciso momento, o vento acalmou-se. Só uma onda mais varreu o convés: trazia consigo o Escapulário que ficou pousado aos pés do rapaz. Durante todo este tempo, o pastor protestante (Sr. Fisher) não deixou de observar cuidadosamente os movimentos do jovem e, depois, o efeito miraculoso do que ele fizera. Perguntou ao jovem a que se devia tudo aquilo, e por ele soube da Santíssima Virgem e do Seu Escapulário. Sr. Fisher e a sua família ficaram tão impressionados que se mostraram resolvidos a converter-se à Igreja Católica logo que possível, para assim poderem gozar da mesma protecção do Escapulário de Nossa Senhora.
Uma casa salva de um incêndio
Ainda mais perto dos nossos dias, em Maio de 1957, um Sacerdote carmelita na Alemanha publicou uma história extraordinariamente assombrosa de como o Escapulário tinha livrado uma casa de um incêndio. Era uma fila inteira de casas que se tinha incendiado em Westboden, na Alemanha. Ora, numa das casas dessa rua viviam duas piedosas famílias que, ao verem deflagrar o fogo, imediatamente penduraram um Escapulário na porta de entrada. As faúlhas saltavam em redor e voavam sobre aquela casa; mas ela conservou-se intacta. Em 5 horas, 22 casas foram reduzidas a cinzas – porém, a única construção intacta no meio da destruição geral era a que tinha o Escapulário preso na porta. As centenas de pessoas que vieram ver o lugar que Nossa Senhora tinha salvo são testemunhas oculares do poder do Escapulário e da intercessão da Santíssima Virgem Maria.
Um acidente de comboio
Mas um dos mais extraordinários acontecimentos devidos ao Escapulário aconteceu precisamente aqui, nos Estados Unidos. Nos princípios do século XX, na cidade de Ashtabula, Ohio, um homem foi trucidado por um comboio que o cortou em duas partes. Ora esse homem usava o Escapulário. Pois em vez de morrer de imediato, como seria de esperar, ainda ficou vivo e CONSCIENTE por mais 45 minutos – o tempo necessário para que um sacerdote pudesse chegar e ministrar-lhe os Últimos Sacramentos. Estes e outros casos semelhantes mostram bem como a nossa Mãe Santíssima nos toma ao Seu cuidado pessoal na hora da nossa morte. Tão alta e poderosa Mãe – Santa Maria – nunca nos faltará com a promessa do Escapulário: cuidar de nós para que morramos na Graça de Deus e tenhamos a vida eterna. (Leia também as páginas 22-23).
Salva a vida de um Sacerdote
Um outro milagre do Escapulário diz respeito a um Sacerdote francês que partira em peregrinação. Já de caminho para celebrar Missa, lembrou-se de que esquecera o seu Escapulário. Mesmo sabendo que se atrasaria se voltasse atrás para o ir buscar, não hesitou em o fazer, pois não podia sequer imaginar-se a celebrar Missa no altar de Nossa Senhora sem usar o Seu Escapulário. Mais tarde, quando já celebrava o Santo Sacrifício, um jovem aproximou-se do altar, puxou de uma arma e alvejou o Sacerdote pelas costas. Para espanto de todos, o Padre continuou a rezar as orações da Missa como se nada tivesse acontecido. A princípio, pensou-se que a bala tivesse milagrosamente falhado o alvo. Mas depois, observando com cuidado, verificou-se que a bala TINHA FICADO RETIDA, ENCRAVADA NO PEQUENO ESCAPULÁRIO CASTANHO que o Sacerdote, tão obstinadamente se recusara a deixar esquecido.
Conversões
Devemos ainda oferecer o Escapulário a pessoas que não sejam Católicas, pois Nossa Senhora obterá a conversão daqueles que o usarem, e que rezem uma Avé-Maria todos os dias – como vemos no seguinte facto verdadeiro. Um velhinho foi transportado ao Hospital, em Nova York, inconsciente e já moribundo. A enfermeira, ao ver-lhe o Escapulário Castanho, chamou logo um Sacerdote. Enquanto este rezava as orações dos agonizantes, o velhinho recuperou a consciência e disse: “-Senhor Padre, eu não sou Católico.” “-Então porque usa o Escapulário do Carmo?” – perguntou o Padre. E o doente explicou: “-Prometi aos meus amigos que o havia de usar; e também rezo todos os dias uma Avé-Maria.” Respondeu-lhe o Sacerdote: “O senhor está a morrer ¼ É seu desejo tornar-se Católico?” “Toda a minha vida tive esse desejo” – respondeu o moribundo. Então foi baptizado, recebeu a Extrema Unção e faleceu em paz. Nossa Senhora recebera mais uma alma sob o Seu Manto, por intermédio do Seu Escapulário!
Jesus perdoa os pecados a Maria Madalena
Um chamamento ao fervor
Um oficial da Força Aérea, no Texas, escrevia estas palavras em Outubro de 1952: “Há uns seis meses, pouco tempo depois de começar a usar o Escapulário, experimentei uma mudança notável na minha vida: quase de seguida comecei a ir à Missa todos os dias e, daí a pouco tempo, a receber sempre a Sagrada Comunhão. Vivi a Quaresma com um fervor que até então nunca tinha sentido. Assim fui iniciado na prática da meditação, e dei por mim a realizar pequenas tentativas no caminho da perfeição. Tenho tentado sempre viver próximo de Deus, e sei que o devo ao Escapulário de Nossa Senhora.”
A necessidade de usar o Escapulário
Durante a Guerra Civil de Espanha, na segunda metade dos anos 30, sete comunistas foram condenados à morte devido aos sues crimes. Um Padre carmelita prontificou-se a prepará-los para a morte – mas eles recusaram. Como um último recurso de aproximação, o Sacerdote trouxe-lhes cigarros, alguma comida e vinho, e garantiu-lhes que não lhes iria falar de religião. Não demorou muito para que todos se tornassem simpáticos, de modo que o Padre perguntou, então, se podia pedir-lhes um pequeno favor: “-Dão-me licença de lhes colocar, a cada um, um Escapulário?” Seis concordaram, mas o outro recusou. Dali a pouco, os que tinham consentido em usar o Escapulário confessaram-se. O sétimo continuou a recusar; no entanto, para lhes ser agradável pôs um Escapulário, mas logo disse que não faria mais nada. Ao amanhecer, quando se aproximou o momento da execução, o sétimo condenado reafirmou não querer pedir a presença de um Padre: apesar de trazer o Escapulário, continuava decidido a morrer como inimigo de Deus. Chegara o fim: dada a ordem de comando, o pelotão de fuzilamento executou o seu mortífero dever, e sete cadáveres tombaram, jazendo no pó. Misteriosamente, apareceu um Escapulário afastado dos cadáveres cerca de uns 50 passos: daqueles homens, seis morreram COM o Escapulário de Nossa Senhora; e o sétimo SEM o Escapulário.
Saint Claude de la Colombière
É Saint Claude de la Colombière quem nos explica este mistério do Escapulário desaparecido: “-Se alguém me perguntar ‘E se eu quiser morrer sem me arrepender dos meus pecados?’ então eu respondo: ‘Nesse caso irá morrer em pecado; MAS NÃO MORRERÁ COM O SEU ESCAPULÁRIO’.” Saint Claude conta ainda que um homem tentou afogar-se por três vezes e, mesmo contra a sua vontade, foi sempre salvo – até que deu conta que estava a usar o Escapulário. Decidido como estava a suicidar-se, tirou o Escapulário que trazia ao pescoço e lançou-se à água. Dessa vez, sem o Manto protector de Santa Maria, cumpriu enfim o seu desejo de suicídio e morreu em pecado.
Ainda mais milagres
Na Guatemala, um missionário jesuíta conta um caso da protecção do Escapulário de Nossa Senhora. Foi no ano de 1955; em Novembro, caiu um avião que transportava 27 passageiros. Todos morreram menos uma jovem que, ao ver que o avião se despenhava, se agarrou ao seu Escapulário pedindo à Santíssima Virgem que lhe acudisse! Sofreu queimaduras, a roupa ficou-lhe reduzida a cinzas, mas o Escapulário nem sequer foi tocado pelas chamas.
Nesse mesmo ano de 1955, um milagre semelhante ocorreu num Estado do Oeste americano. Um rapazinho da 3ª classe parou numa bomba de gasolina para encher os pneus da bicicleta e, nesse preciso momento, deu-se uma explosão. A roupa do menino ficou toda queimada, mas não o seu Escapulário Castanho – que ficou intacto, como símbolo da protecção da Virgem Santa Maria. O rapazinho de então é hoje um homem de idade madura. Ainda tem algumas cicatrizes da explosão, mas continua a recordar de um modo especial a protecção que recebeu da Mãe Santíssima num caso de tão grande perigo.
A história que se segue, para além de ser verdadeira, foi publicada pela primeira vez no jornal alemão “Seine Mutter Meine Mutter” (“Mãe d’Ele e minha Mãe”) por A. M. Weigl e traduzida para Inglês por Anna C. Pertsch. Vai aqui reimpressa com autorização e por cortesia de “Fatima Findings”, de Baltimore, MD (USA), numa publicação da Sociedade de Desagravo do Imaculado Coração de Maria.
O Escapulário que salvou duas vidas
O meu batalhão era membro da Brigada Irene. Estávamos prontos para avançar. Depois de termos passado Eindhoven, os nossos camiões e tanques atravessaram Uden. Ao anoitecer, acampámos numa velha quinta perto de Nijmegen. Atrás da casa havia uma velha bomba de tirar água, de madeira, rodeada de tijolos – o que dava aos soldados a excelente oportunidade de se lavarem do pó e do suor de horas de combate. Podem bem imaginar que óptimo aproveitamento demos àquela oportunidade. Eu era um dos do grupo: larguei o casaco no chão e pendurei na bomba o meu Escapulário para me lavar.
Notícias aterradoras
Uma hora depois, recebíamos ordens para avançar uns dois quilómetros, para ocupar ali uma trincheira – onde, aliás, todos desejávamos poder dormir uma noite em paz.
Ia eu deitar-me e já desabotoava o colarinho, quando dei conta, horrorizado, que não trazia o Escapulário – prenda da minha mãe antes de eu partir. Eu que o trouxera comigo durante toda a guerra, seria possível que agora que nos aproximávamos da ‘boca do leão’ eu me visse privado dele?
Voltar atrás para o ir buscar parecia impensável; por isso, tratei de não pensar mais nisso e de tentar dormir. Mas mexia-me, virava-me de um lado para o outro, e não conseguia adormecer.
À minha volta, os meus camaradas dormiam que nem uma pedra, apesar das granadas que, volta e meia, rebentavam perigosamente nas proximidades. Até que fui dominado por um grande desejo de recuperar o meu Escapulário; e lá me fui esgueirando pelo meio dos meus camaradas que dormiam. Mais difícil foi enganar o Sentinela, mas lá o consegui, e parti a correr pelo mesmo caminho.
“Como uma criança repousa sobre o coração de sua mãe – sim, tal como uma criança que repousa sobre o coração de sua mãe, assim eu tenho confiança em Vós, ó Virgem Santa Maria. De Vós tudo espero; e conVosco nada temo!” — São Luís Maria
Estava escuro como breu mas, apesar disso tive tanta sorte que depressa cheguei à quinta e à bombade água onde tínhamos tomado banho. As minhas mãos corriam ao longo da bomba ¼ mas não encontrava o Escapulário. Então lembrei-me de acender um fósforo; ainda não o tinha acendido quando ouvi o barulho de uma terrível explosão. Que havia de fazer? Seria o sinal de um ataque inimigo? — e corri o mais que pude para a nossa trincheira. Quem sabe se poderia fazer qualquer coisa pelos meus camaradas?
Foi por pouco!
Perto já da trincheira vi os soldados de Engenharia atarefados a remover montes de terra e de arame farpado. Precisamente no local onde os meus companheiros tinham ficado a dormir, abria-se uma enorme cratera: antes de abandonar aquele local, o inimigo tinha ali deixado uma bomba-relógio que tinha explodido durante a minha ausência. Ninguém escapou com vida a uma tal explosão; e se eu não tivesse saído à procura do meu Escapulário também estaria ali, sepultado debaixo dos destroços.
“– Pensava que estavas ali!“
Na manhã seguinte fui à cozinha de campanha e encontrei um dos meus camaradas. Ele olhou-me assombrado: “-Pensava que estavas naquela trincheira!”
“-E eu pensava que tu tinhas ficado enterrado ali!”
E o meu amigo contou-me: “Eu estava já deitado na trincheira quando, antes de dormir, me lembrei de ir à tua procura. Não te encontrei. Mas o cabo, que me viu por ali a esquadrinhar, veio saber o que se passava. Quando lhe disse que andava à procura de ti, ele respondeu-me: ‘-Tem mas é juízo! Vai àquela pousada além e vê se me trazes uma garrafa de água.’ Foi quando eu cumpria essa ordem que se deu a explosão”.
E estendeu-me o meu Escapulário
“-Pois eu também me salvei por um triz!” — disse-lhe eu – “Mas para que andavas à minha procura tão tarde, de noite?”
“Era para te entregar isto,” – respondeu ele. E estendeu-me o meu Escapulário que, vendo-o esquecido, tinha trazido da velha bomba de água.
Um escudo em tempo de batalha
O Sr. Sisto Mosco, de North Providence, Rhode Island, é um veterano da Segunda Guerra Mundial que sobreviveu, incólume, à invasão da Normandia e, mais tarde, à batalha da 7ª frota contra a armada japonesa, à tomada de Iwo Jima e Okinawa, e a outras sangrentas batalhas no Pacífico Sul. Era ele próprio que afirmava que o facto de ter escapado milagrosamente de tantos combates era outro perfeito exemplo da poderosa protecção da Nossa Mãe Santíssima do Monte Carmelo, por intermédio do Seu Escapulário Castanho.
“Encontrava-me no Oceano Pacífico a bordo do Couraçado U.S.S. Nevada, como ajudante do Capelão, durante a Segunda Grande Guerra. (Usei sempre o meu Escapulário, porque fui educado religiosamente e trouxe-o sempre comigo durante toda a Guerra.) O navio ia cheio de dinamite. Ora um avião suicida despenhou-se contra o convés, perto do sítio onde eu estava posicionado. A explosão foi tal que rebentou as portas de aço do compartimento, que estavam trancadas. Só eu fiquei são e salvo depois da explosão. Dos outros, todos eles morreram ou ficaram gravemente feridos e mutilados. Eu fui o único a ficar ileso – o que atribuo ao uso do meu Escapulário.”
Mais tarde, o Sr. Mosco recebeu um louvor do Almirante da Frota por bravura em combate; mas, no seu íntimo, ele acredita firmemente que todo o mérito pertence a Nossa Senhora, a poderosíssima Virgem Maria, que realiza tais maravilhas por meio do Seu Manto de Salvação.
Aprovação do Vaticano
Ao usar sempre o Escapulário, estamos a fazer uma oração silenciosa e permanente a Nossa Mãe Santíssima para que não nos desampare nunca. Participamos de todas as orações e boas obras da Confraria do Escapulário do Carmo que se estende por todo o mundo. O Santo Padre Pio XII falou várias vezes acerca do Escapulário e, aquando do aniversário dos 700 anos da Aparição de Nossa Senhora a São Simão Stock, o Papa Pio XII referiu-se ao Escapulário como “um sinal de Consagração ao Imaculado Coração de Maria”. O Escapulário evoca ainda as palavras de Jesus – “O Meu jugo é suave e a Minha carga é leve” – o jugo de Jesus que Maria Santíssima nos ajuda a levar. E ainda, acrescentou o Papa, o Escapulário marca-nos como filhos escolhidos de Maria e torna-se para nós (como lhe chamam os alemães) um “Manto de misericórdia e de Graça”. Saint Claude de la Colombière diz-nos: “De todas as práticas piedosas que inspiraram os fiéis a honrar a Mãe de Deus, não há nenhuma tão segura como a do Escapulário. Nenhuma outra devoção foi confirmada por tantos e tão extraordinários milagres.”
Como acima dissemos, durante a celebração do Aniversário do Escapulário do Carmo, em Roma, no ano de 1951, o Papa Pio XII recomendou a uma larga audiência que usasse o Escapulário como um sinal de consagração ao Imaculado Coração de Maria. Também em Fátima, Nossa Senhora veio pedir esta consagração na última das aparições, quando surgiu “em forma semelhante a Nossa Senhora do Carmo” segurando o Escapulário que se estendia por sobre todo o mundo. Foi este o Seu último e comovente apelo às almas para que usem o Seu Escapulário como sinal de consagração ao Seu Coração Imaculado.
É bom recordar que, nesta última aparição de Fátima, São José também veio, a presidir a essa breve visão de Nossa Senhora do Carmo, depois do Milagre do Sol. Os filhos da Virgem Maria confiam na protecção do Glorioso São José, Seu castíssimo Esposo.
Em resumo:
O Escapulário é um manto – o manto de Nossa Senhora. Como um manto que se usa sobre os ombros, o Escapulário deve ser colocado assim, caindo metade sobre o peito e a outra parte desça sobre as costas. Usado de qualquer outro modo perde as indulgências e a promessa da Santíssima Virgem; no entanto, não é preciso usá-lo directamente sobre a pele. Talvez muitos Católicos desconheçam que é desejo do Santo Padre, o Papa, que a Medalha Escapulário não substitua o Escapulário de Tecido sem que para isso haja uma forte razão: a Virgem Maria não pode sentir-se honrada por alguém que prefira a Medalha só por vaidade, ou por cobardia de, com o Escapulário, fazer uma pública profissão de Fé. As pessoas que assim fizerem correm o risco de não alcançar a Promessa: à Medalha nunca foi atribuído nenhum caso de miraculosa protecção como estes, tantos, que vimos atribuídos ao Escapulário Castanho de Tecido.
Uma pessoa que não é Católica pode usar o ESCAPULÁRIO DO CARMO? Pode, e deve. Ao fazê-lo, essa pessoa não-católica irá receber muitas graças e bênçãos por esse sinal de devoção à Mãe de Deus. Só os Católicos baptizados podem ser oficialmente registados na Confraria do Escapulário e participar dos Seus privilégios especiais; no entanto, todos os não-católicos são vivamente encorajados a fazerem uso deste modo especial de honrarem a Mãe de Jesus. Usando o Escapulário, ficamos dedicados e entregues de modo especial à Nossa Mãe Santíssima, e temos parte na Sua poderosa intercessão e protecção.