Advento – Presépio

Vamos continuar a nossa preparação para o Natal.

Gostaria de falar desta vez sobre o Presépio.

O costume de fazer o presépio é muito antigo, remonta o séc. XIII, e tem a sua origem com São Francisco de Assis. Levado pela simplicidade do seu coração, pensou em materializar aquilo que há séculos vinha sendo representado apenas mentalmente.

A partir de S. Francisco, este costume começou a se espalhar por todos os lares cristãos e ajudá-los na preparação e na vivência do Natal.

De fato, como este costume nos ajuda a preparar esta festa tão grande!

De fato, todo presépio:
– representa o que realmente comemoraremos no Natal: o nascimento de Cristo
– inspira devoção
– encanta os nossos olhos
– enche o lar de simplicidade
– passa a ser o centro do lar, afogando todas as preocupações materiais
– transmite paz
– transmite uma luz inexplicável

A cena do Presépio é a mais humana que se possa imaginar. Na gruta de Belém tudo é encantador, tudo é apresentado sob a forma mais singela. O Menino Je­sus é uma criancinha, frágil como as criancinhas recém-nascidas… Uma crianci­nha que precisa do auxílio das criaturas, que tem frio e fome, apesar de ser o Rei do Céu e da Terra. Este pensamento, despertado pela visão do Presépio, faz nascer em nós uma estranha sensação de ternura, de amor e de pasmo como ja­mais se sente em qualquer outra circunstância.

Nossa Senhora, São José, os Reis Magos, os pastores, nós os contemplamos em cada Natal com a mesma emoção; revemos aquelas imagens com a mesma ale­gria com que revemos os entes que nos são mais queridos. Em cada Natal gos­tamos mais do nosso presépio. E os sentimentos familiares se entrelaçam com a idéia sublime daquela cena sublime. Nunca um presépio é monótono. Jamais, contemplando-o, a vaidade, o orgulho, a inveja, todas as misérias humanas, surgem à tona do nosso pensamento. Tão incomensuravelmente bela é este cena que a sua simples representação, por mais ingênua e singela que seja, es­plende em nossas almas com um fulgor maravilhoso e uma ternura que não é deste mundo (O Natal, Isabel de Almeida Serrano).

Que pena que este costume vem se perdendo com o tempo! Que pena que, como fazia notar uma pessoa outro dia, já quase não há nenhum símbolo cristão nas decorações natalinas.

Que bom seria se retomássemos este costume do presépio!

Que bom seria se enchêssemos o nosso Natal de significado montando a cada ano, independente da nossa idade, um belo presépio na nossa casa! Que esta seja uma tarefa familiar, onde, quem sabe, cada membro da família se sinta envolvido. Fazer isto será já o início do Natal, do espírito natalino de amor, de união, de fraternidade.

Uma vez terminado o presépio, o ideal é que seja por volta de uma semana antes do dia 25, façamos o seguinte:
– passemos várias vezes por dia, se possível, diante dele para dar uma breve olhadinha e digamos a Jesus, fomentando a expectativa da sua vinda: “Vem senhor Jesus, vem nos salvar!; Vem senhor Jesus, não tardes!”
– paremos com um pouco mais de calma para rezar diante dele. Um santo recomendava que sentássemos diante do presépio e ficássemos ali por volta de 15 minutos meditando nas lições que Deus nos ensina nesta cena tão impressionante: lição de humildade, de pobreza, de simplicidade, de amor (Jesus naquela criancinha é como se estivesse nos dizendo: olha só o que eu, o meu amor, foi capaz de fazer por você, fazer-me um bebê! E você, o que tem feito por mim? Não se esqueça que amor, com amor se paga!). Esta meditação diante do presépio pode se prolongar até terminar o tempo do Natal, no dia do batismo do Senhor

Que Deus vos abençoe nesta semana neste caminhar, cheio de expectativa, em direção ao Natal!

Pe. Paulo

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