Catequese sobre os mandamentos – XIV: considerações sobre o oitavo mandamento

Olá a todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “considerações sobre o oitavo mandamento”.
 
Continuemos a catequese sobre os mandamentos do Papa Francisco:
 
* * *
 
Na catequese de hoje abordaremos a oitava Palavra do Decálogo: “Não levantarás falso testemunho contra o teu próximo”.
 
Este mandamento — diz o Catecismo — “proíbe falsificar a verdade nas relações com o próximo” (n. 2.464).
 
Viver de comunicações não autênticas é grave, porque impede os relacionamentos e, por conseguinte, também o amor. Onde há mentira não há amor, não pode haver amor. E, quando falamos de comunicação entre as pessoas, entendemos não apenas as palavras, mas inclusive os gestos, as atitudes e até os silêncios. Uma pessoa fala com tudo aquilo que diz e faz. Todos nós estamos em comunicação, sempre. Todos nós vivemos comunicando e estamos continuamente em equilíbrio entre a verdade e a mentira.
 
Interrogado por Pilatos durante a sua Paixão, Jesus diz: “Foi para dar testemunho da verdade que nasci e vim ao mundo: para dar testemunho da verdade” (Jo 18, 37). E qual verdade? A verdade de que é o Filho de Deus e de que veio para nos salvar. O Evangelista Marcos narra que “o centurião que estava diante de Jesus na Cruz, ao ver que Ele tinha expirado, disse: ‘Este homem era realmente o Filho de Deus!’” (15, 39). Todos nós também devemos descobrir esta verdade: “verdadeiramente este homem é o Filho de Deus”. E descobrir também a verdade de que Ele nos salvou e fez isso morrendo na Cruz.
 
Assim, a verdade encontra a sua plena realização na própria pessoa de Jesus (cf. Jo 14, 6), nas suas palavras, nos seus gestos, no modo como viveu.
 
Em cada um dos seus gestos, o homem, as pessoas afirmam ou negam a verdade. Desde as pequenas situações diárias até as maiores. Questionemo-nos: quais obras, palavras e escolhas nossas, como cristãos, comprovam a verdade? Cada um pode perguntar-se: sou uma testemunha da verdade ou sou uma pessoa falsa disfarçada de verdadeira? Cada qual se interrogue.
 
Não levantarás falso testemunho significa viver como filho de Deus, que nunca, nunca diz mentiras. Se Deus é a Verdade, nós que somos seus filhos devemos viver na verdade. E, quando Deus nos diz que Ele é Pai e que podemos confiar n’Ele, a segurança que isso nos dá deve irradiar em todas as pessoas que vivem à nossa volta, fazendo-as sentir que também podem confiar em nós, porque somos verazes como o nosso Pai Deus. Com a confiança, o amor pode brotar e também irradiar-se. Porém, se não há verdade, não há confiança e, se não há confiança, o amor não encontra o ar para existir.
 
Uma ressalva: devemos dizer sempre a verdade? Nem sempre. Muitas vezes teremos que ocultá-la. E ocultamos quando dizê-la significa espalhar a má fama de uma pessoa. Não ocultar, neste caso, é fofocar, fazer mexerico. Os mexericos matam, e quem o disse foi o Apóstolo Tiago na sua Carta. Os fofoqueiros são pessoas que matam: matam o próximo, porque a língua mata como uma facada. Estai atentos! Um fofoqueiro ou uma fofoqueira é como um terrorista, pois com a sua língua lança a bomba e vai embora tranquilo, mas aquilo que diz, aquela bomba lançada, destrói a reputação do próximo. Não vos esqueçais: mexericar significa matar.
 
* * *
 
Uma santa semana a todos!!!
 
Padre Paulo M. Ramalho
falar.paulo@gmail.com
site.fecomvirtudes.com.br
https://www.instagram.com/fecomvirtudes/?hl=pt-br
Para receber minhas reflexões, instale o TELEGRAM e inscreva-se aqui:  https://t.me/padrepaulo
*******************
Padre Paulo M. Ramalho – Sacerdote ordenado em 1993. Cursou o ensino médio no colégio Dante Alighieri. Engenheiro Civil formado pela Escola Politécnica da USP; doutor em Filosofia pela Pontificia Università della Santa Croce. Atende direção espiritual na igreja Divino Salvador, Vila Olímpia, em São Paulo.