Catequese sobre os mandamentos – XII: considerações sobre o sexto mandamento – II

Olá a todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “considerações sobre o sexto mandamento – II”.
 
Continuemos a catequese sobre os mandamentos do Papa Francisco:
 
* * *
 
Hoje gostaria de completar a catequese sobre a sexta Palavra do Decálogo — “Não cometerás adultério” —, evidenciando que o amor fiel de Cristo é a luz para viver a beleza da afetividade humana. Com efeito, a nossa dimensão afetiva é uma chamada ao amor, que se manifesta na fidelidade, no acolhimento e na misericórdia. Isso é muito importante. Como se manifesta o amor? Na fidelidade, no acolhimento e na misericórdia.
 
Contudo, não se deve esquecer que este mandamento se refere explicitamente à fidelidade matrimonial, e, portanto, é bom refletir mais a fundo acerca do significado esponsal. Este trecho da Escritura, este excerto da Carta de São Paulo, é revolucionário! Refletir, com a antropologia daquele tempo, e dizer que o marido tem que amar a esposa como Cristo ama a Igreja é uma revolução! Talvez, naquela época, este tenha sido o aspecto mais revolucionário já dito acerca do matrimônio.
 
Sempre pelo caminho do amor. Podemos questionar-nos: a quem se destina este mandamento de fidelidade? Só aos esposos? Na realidade, este mandamento é para todos, é uma Palavra paterna de Deus dirigida a cada homem e mulher.
 
Recordemo-nos de que o caminho da maturação humana é o próprio percurso do amor, que vai do receber cuidados à capacidade de oferecer cuidados, do receber a vida à capacidade de dar a vida. Tornar-se homens e mulheres adultos significa chegar a viver a capacidade esponsal e parental, que se manifesta nas várias situações da vida, como a capacidade de assumir sobre si o peso de outra pessoa e amá-la sem ambiguidades. Trata-se, por conseguinte, de uma atitude global da pessoa que sabe assumir a realidade e sabe entrar numa relação profunda com os demais.
 
Por conseguinte, quem é o adúltero, o luxurioso, o infiel? É uma pessoa imatura, que conserva para si a própria vida e interpreta as situações com base no seu bem-estar e satisfação. Portanto, para se casar, não é suficiente passar pela celebração do matrimônio! É necessário percorrer um caminho do eu para o nós, do pensar sozinho para o pensar a dois, do viver sozinho para o viver a dois: é um bonito percurso. Quando conseguimos descentralizar-nos, então cada ação é esponsal: trabalhamos, falamos, decidimos, encontramos os outros com a atitude acolhedora e de doação.
 
(…) A partir da fidelidade de Cristo, da sua ternura, da sua generosidade, olhemos com fé para o matrimônio e para cada vocação, e compreendamos o sentido pleno da sexualidade.
 
A criatura humana, na sua inseparável unidade de espírito e corpo, e na sua polaridade masculina e feminina, é uma realidade muito boa, destinada a amar e a ser amada. O corpo humano não é um instrumento de prazer, mas o lugar da nossa chamada ao amor, e no amor autêntico não há espaço para a luxúria (que é a busca egoísta do prazer sexual) nem para a sua superficialidade. Os homens e as mulheres merecem mais do que isso!
 
Portanto, a Palavra “Não cometerás adultério”, mesmo se em forma negativa, orienta-nos para a nossa chamada originária, ou seja, para o amor esponsal total e fiel, que Jesus Cristo nos revelou e doou (cf. Rm 12, 1). 
 
Uma santa semana a todos!!!
 
Padre Paulo M. Ramalho
falar.paulo@gmail.com
site.fecomvirtudes.com.br
https://www.instagram.com/fecomvirtudes/?hl=pt-br
Para receber minhas reflexões, instale o TELEGRAM e inscreva-se aqui:  https://t.me/padrepaulo
*******************
Padre Paulo M. Ramalho – Sacerdote ordenado em 1993. Cursou o ensino médio no colégio Dante Alighieri. Engenheiro Civil formado pela Escola Politécnica da USP; doutor em Filosofia pela Pontificia Università della Santa Croce. Atende direção espiritual na igreja Divino Salvador, Vila Olímpia, em São Paulo.