(Revista Pergunte e Responderemos, PR 394 1995)
Em síntese: Os traços autobiográficos de Svetlana, filha do ditador Josef Stalin, são eloqüente testemunho do senso religioso inato em todo ser humano. Apesar da sua educação atéia, Svetlana compreendeu que “é impossível viver sem Deus no coração”. Sem estudar religião, mas unicamente guiada pela procura do sentido da vida, chegou à conclusão da existência de Deus e pediu o Batismo na Igreja Ortodoxa Russa.
Mais e mais atraída pelo Senhor Deus, passou da Ortodoxia Oriental para o Catolicismo, onde suas aspirações são plenamente preenchidas. E passou sem ter que ser batizada de novo, pois o Batismo é validamente ministrado nas comunidades eclesiais ortodoxas, que observam exatamente o rito do sacramento; é Cristo quem batiza mediante o ministro que se preste a fazer o que Ele instituiu.
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Svetlana Allilouieva é a filha de Josef Stalin (1879-1953), o ditador comunista daex-URSS, aliado e, depois, adversário de Adolf Hitler. Stalin governou a URSS desde 1928 até 1953, abrangendo o período da segunda guerra mundial (1939-1945).
Svetlana era a filha caçula de Stalin, muito amada pelo pai, mas dissidente em matéria religiosa e política. Deixou a URSS e tornou-se católica em 13/12/1982, após um itinerário religioso assaz complexo.
Svetlana deixou traços autobiográficos, que foram publicados em “Lettre du Foyer Oriental” e “Notre-Dame des Temps Nouveaux”, de abril-junho 1993. Vão, a seguir, publicados em tradução portuguesa, que guarda a forma fragmentária do texto francês.
1. SVETLANA: “DEUS ME AMA”
O nome Svetlana provém do russo svet, luz. 0 sobrenome Allilouieva significa louvor a Deus. Toda a trajetória religiosa de Svetlana se resume numa frase por ela proferida e muito divulgada pela imprensa na década de 1960, quando se tornou cristã: “E impossível viver sem Deus no coração”. Ela mesma refere como chegou a experimentar a necessidade de Deus.
MINHA VIDA SEM DEUS
“Para começar, desejo dizer que não pode haver vida sem Deus, mesmo quando não O conhecemos e honestamente julgamos que Ele não existe. Os primeiros trinta e seis anos que vivi no Estado ateu da Rússia, não foram, em absoluto, uma vida sem Deus. Todavia fomos educados por nossa escola laicizada, por toda a nossa sociedade profundamente materialista. Não se tratava de Deus.
Minha avó paterna, Ekaterina Djugashvili, não falava russo, pois era da Georgia. Até a morte, ela freqüentou a Igreja Ortodoxa da Georgia, causando grande embaraço às autoridades comunistas locais. Era uma pobre camponesa, quase iletrada, viúva precoce, que pusera sua confiança em Deus e na Igreja. Era muito piedosa e trabalhadora; sonhava com a idéia de ver seu filho – meu pai – sacerdote. Era dirigida por um padre local, que levou o menino para a escola paroquial e, a seguir, sugeriu que o colocassem no Seminário de Tiflis. O adolescente era ávido de estudos e tornava-se motivo de alegria e ufania para a sua mãe.
Em fins do século XIX os Seminários ortodoxos orientais na Rússia eram, muitas vezes, perpassados por uma corrente secreta revolucionária e nacionalista. O marxismo, importado do Ocidente, era bem conhecido nas Universidades.
O sonho de minha avó nunca se realizou. Com a idade de vinte e um anos, meu pai deixou o Seminário para sempre.
Minha avó materna, Olga Allilouieva, com prazer nos falava de Deus; dela é que nós ouvimos, pela primeira vez, os vocábulos Deus e alma. Para ela, Deus e a alma eram os próprios fundamentos da vida, exatamente como para minha avó paterna, que vivia longe de nós.
Aos olhos de minhas duas avós, a nossa educação estava totalmente errada; elas não hesitavam em exprimir as suas opiniões.
Mas, se não conhecíamos Deus, Ele certamente nos conhecia a todos, embora não tivéssemos sido batizadas nem nossos pais casados na Igreja. Isto tudo, Deus o sabia.
Agradeço a Deus ter Ele permitido às nossas caras avós que nos transmitissem as sementes da fé; eram duas mulheres que, embora respeitassem em seu comportamento a nova ordem de coisas, guardavam profundamente em seus corações a fé em Deus e em Cristo. Sem dúvida, rezaram por nós, seus sete netos, no silêncio e em segredo.
Durante a guerra cruel que opôs nosso país ao nazismo alemão, meu pai devolveu alguns direitos à Igreja da Rússia, abriu Seminários, restituiu às igrejas os sacerdotes egressos das prisões ou do exílio. Por iniciativa pessoal de meu pai, a lei do Estado que condenava o aborto, foi adotada na URSS por volta de 1930 e ficou vigente até a morte dele.
Narra agora Svetlana algo de horrível, que lhe aconteceu quando tinha seis anos de idade: sua mãe suicidou-se. Nada permitia prever esse trágico desfecho. Aconteceu, porém, que certo dia Stalin respondeu a alguém pelo telefone: “Acidente mortal”; alguns dias depois o tal acidente verificou-se… A esposa de Stalin, embora atéia, era animada por um sentido agudo de justiça. Após ouvir a resposta do marido pelo telefone mencionando “acidente mortal”, ela lhe pediu explicações. Josef Stalin, porém, recusou qualquer tipo de retratação em sua conduta; ela então se suicidou, na esperança de despertar a consciência do marido.
Este acontecimento doloroso é relatado no primeiro livro de Svetlana publicado no Ocidente; “Vinte Cartas a um Amigo”. Segundo Svetlana, “uma porcentagem mínima de leitores ocidentais clarividentes compreenderam que a verdadeira heroína desse livro era minha mãe, Nadejda Sergueevna Allilouieva”.
Após a morte da esposa, Stalin redobrou de afeição para com a sua filha caçula, mas aos poucos seu caráter foi-se endurecendo.
Svetlana percebia sempre os ecos das sinistras atividades de seu pai. Tentava intervir em prol de um abrandamento, até o dia em que ele lhe disse: “E este o último favor que te concedo; não voltes a pedir-me outro”. Esta recusa provocou no íntimo da jovem um trauma difícil de sanar, pois ainda não tinha fé e ignorava o sentido dos sofrimentos.
Teve ainda que prantear a triste sorte de seu irmão Basílio, ao qual estava muito ligada. Durante a guerra, este jovem fora nomeado para um posto graduado da Força Aérea: mas, após a morte de Stalin, foi exilado para a Sibéria, onde em breve morreu.
MEU BATISMO NA IGREJA ORTODOXA RUSSA
Svetlana realizou estudos universitários de História e casou-se; contraiu matrimônio “sem amor”; mas regozijava-se com a perspectiva da maternidade.
“Quando meu irmão morreu, meu filho de dezoito anos estava muito doente; não queria ir para o hospital, apesar da insistência do médico. Pela primeira vez em minha vida, com trinta e seis anos de idade, pedi a Deus que o curasse. Eu não conhecia nenhuma fórmula de oração, nem mesmo o Pai-Nosso, mas Deus, que é bom, não podia deixar de me atender. Ele me ouviu, eu o sabia. Meu filho foi curado. Após esta graça, intenso sentimento da presença de Deus invadiu-me”. A fé de Svetlana, ainda pagã, deve ter tocado o Coração de Jesus, que louvou a fé do centurião e a da sirofenícia.
“Para surpresa minha, pedi a amigos batizados que me acompanhassem até a igreja. Deus não somente me ajudou a encontrá-los, mas desejava conceder-me mais graças ainda.
Deu-me a conhecer o maravilhoso sacerdote Pe. Nicolau Goloubtzov (1890-1963). Batizava, às ocultas, os adultos que tinham vivido na incredulidade. Foi também o pai espiritual do Pe. Alexandre Men, pregador célebre assassinado após muitas ameaças de prisão por causa das numerosas conversões que ele suscitava, especialmente entre os jovens.
O Pe. Nicolau me disse, de antemão, que eu não pensasse que encontraria a felicidade após o Batismo. Eu não era capaz de compreender, naquela época, que a vida de um cristão é um caminhar com a cruz na seqüela de Cristo e que o sofrimento é parte integrante dessa vida nova.
Eu precisava de ser instruída a respeito dos dogmas básicos do Cristianismo. Batizada em 20 de maio de 1962, tive a alegria de conhecer Deus, mesmo ignorando quase tudo da doutrina cristã. Pois infelizmente o Pe. Goloubtzov morreu em março de 1963. Quase nunca tive a ocasião de lhe pedir conselhos, embora ele estivesse preocupado a meu respeito, suspeitando que minha vida passaria por grandes mudanças. Eu não o sabia”.
MEU PRIMEIRO ENCONTRO COM A IGREJA DE ROMA
“Encontrei católicos romanos, pela primeira vez na vida, na Suíça romanche, cinco anos após ter sido batizada na Igreja Ortodoxa Russa”.
Eis como aconteceu: tendo dissolvido seu primeiro casamento, Svetlana encontrou um diplomata indiano que passava uma temporada em Moscou e casou-se com ele. Esse homem, fino e culto, mas de saúde delicada, morreu pouco depois. Ela quis então levar à mãe dele a urna portadora das cinzas, que, segundo a tradição hindu, devia ser lançada nas águas do rio Ganges. Ela recebeu a autorização para fazer essa viagem e partiu sem demora. Foi então que ela sentiu o desejo de ser totalmente livre e tomou a decisão de procurar a Embaixada norte-americana em Nova Delhi, pedindo ajuda para não regressar para a Rússia. Escreveu na sua declaração:
“Fui batizada, e isto provocou grande mudança na minha vida”.
O Governo norte-americano preferiu não consentir precipitadamente para não irritar o Governo Soviético. Levaram-na para Friburgo. No Ministério do Exterior, o seu caso foi confiado ao Dr. Jenner, que fora, durante longos anos, Embaixador da Suíça no Vaticano. Este diplomata compreendeu perfeitamente que Svetlana não desejava viver cerceada sob o controle do Partido, e obteve-lhe acolhida num convento da Visitação, fundado por São Francisco de Sales. Svetlana deu-se muito bem com a Irmã Superiora e guardou excelente recordação da “Primavera Suíça”.
A Suíça romanche foi, para ela, um lar caloroso e inesperado, mas passageiro. Com efeito, os americanos julgaram que era mais vantajoso para ela publicar seu primeiro livro em Nova Iorque; por isto foram alguns juristas a Friburgo para pedir-lhe que assinasse alguns documentos. “Doravante, escreve ela, eu estava sob a dependência dos mesmos sem o saber”.
EM DIREÇAO DE NOVA VIDA
O contato com os Estados Unidos a atordoou e espantou. Ficou também chocada por causa da publicidade, que tomava conta da sua vida particular, a tal ponto que trechos de suas cartas foram divulgados na imprensa. A vida nos Estados Unidos acarretou-lhe muitas decepções, que ela narra em seu livro “Músicas Longínquas”, publicado na Índia e vendido com sucesso em Moscou.
“Os quinze anos que passei nos Estados Unidos, foram para mim causa de tormentos e desatinos. Após o nascimento de minha filha oriunda de meu casamento nos Estados Unidos, parecia oferecer-se a mim uma possibilidade de vida normal. Mas em breve houve perturbação e amargura, e tudo terminou com uma separação conjugal.
Durante esses anos, minha vida religiosa era tão confusa quanto o resto. Eu me via frente a um Cristianismo norte-americano múltiplo. Cada corrente religiosa me convidava. Todas me testemunhavam grande simpatia. Eu precisava de discernir o que era correto na multiplicidade das propostas de fé, e eu perdia a noção do que eu era pessoalmente e daquilo em que eu acreditava”.
Svetlana também procurou na Igreja Ortodoxa de sua origem a solução para a sua demanda pessoal. As respostas às suas perguntas lhe pareceram abstratas demais. Apesar de todas as amizades que ela travou com intelectuais ortodoxos, como a família Florovsky, a sua sede espiritual permanecia insatisfeita.
“Um dia recebi uma carta de um sacerdote católico italiano da Pensilvânia, o Pe. Garbolino, que me recomendava vivamente fizesse uma peregrinação a Fátima (Portugal) por ocasião do 60° aniversário das aparições. Não foi possível fazê-lo então, mas a nossa correspondência amiga durou mais de vinte anos e me esclareceu muita coisa”.
Nesse intercâmbio epistolar, a questão da adesão à Igreja Católica foi colocada mais de uma vez, mas a publicidade e o fato de ser devassada constantemente pelos meios de comunicação social a tinham impressionado negativamente logo que chegou aos Estados Unidos.
“Expor ao grande público o mais íntimo de meus sentimentos (a minha fé), meu relacionamento com Deus, não era algo que estava disposta a enfrentar. Eu também não podia falar em nome de todo o povo russo. Toda a minha educação se realizara à distância da vida de meu pai; eu bem sabia que eu não representava o povo russo como tal”.
Em 1969 o Pe. Garbolino, que se encontrava em New Jersey, foi visitar Svetlana em Princeton. Ela continuou a lhe escrever em Pittsburg: “Eu estava então divorciada e muito infeliz. Ele encontrava sempre as palavras oportunas como bom padre e me prometia sempre rezar por mim”.
Em 1976 Svetlana encontrou na Califórnia um casal católico – Rosa e Michell Giansiracusa -, com o qual conviveu dois anos. A piedade discreta dos cônjuges e a sua solicitude para com ela e sua filha a marcaram particularmente.
“Partimos para a Inglaterra em 1982 a fim de proporcionar à minha filha uma boa educação européia. Meus contatos com os católicos eram sempre espontâneos, calmos e estimulantes. A leitura de livros notáveis, como o de Raíssa Maritain, contribuiu para mais e mais me aproximar da Igreja Católica. Foi assim que, num dia frio de dezembro, por ocasião da festa de Santa Lúcia, no tempo do Advento, que eu sempre estimei e encareci, aflorou naturalmente a decisão, havia muito preparada, mas também muito postergada, de entrar na Igreja Romana; eu morava então em Cambridge (Inglaterra). Um amigo polonês católico levou-me ao Pe. A. Coghlan, do Seminário de Allen Hall em Londres. No dia 13 de dezembro de 1982, fui recebida na igreja Católica.
Isto aconteceu vários anos depois de ter começado a pensar nessa decisão sob a orientação do Pe. Garbolino, que eu conhecera e apreciara nos Estados Unidos, nos dias em que os meios de comunicação social me perseguiam. Agora este perigo desapareceu.
Há uma coisa que aprendi, pela primeira vez, nos conventos católicos: a bênção da existência cotidiana, ainda que seja a mais apagada, em cada momento, em cada pequeno gesto, até mesmo no silêncio. De modo geral estou muito feliz sozinha e é na calma do meu apartamento que sinto principalmente a presença de Cristo”.
Mais tarde, Svetlana conheceu o Pe. Thomas Broussard, um dominicano que a orientou e muito a estimulou.
APRENDO UM POUCO MAIS TODOS OS ANOS
“Dez anos se passaram após 1982, anos de felicidade. Mas, assim como eu não fora devidamente instruída na Igreja Ortodoxa Russa quando lá fui recebida há trinta anos, assim não recebi também nenhum ensinamento religioso na Igreja Católica. Tive que aprender tudo por mim mesma, lendo livros oferecidos por amigos católicos ou visitando livrarias… As vidas dos Santos sempre exerceram sobre mim influência mais possante do que os eruditos tratados. As coleções da Biblioteca Geral Católica de Londres me são franqueadas e lá posso sempre encontrar coisas apaixonantes.
A diferença entre a solidão na Igreja Ortodoxa Oriental e a solidão na Igreja Católica apareceu-me desta maneira: na Ortodoxia Oriental raramente se ouve uma confissão; isto se dá geralmente uma vez por ano antes de Páscoa, e sem a discreção do confessionário.[1] Somente agora compreendo a graça maravilhosa que decorre dos sacramentos como o da Reconciliação e o da Eucaristia, oferecidos em qualquer dia do ano, e mesmo diariamente.
Antes eu estava muito pouco disposta a perdoar e a me arrepender; nunca fui capaz de perdoar aos meus inimigos. Agora sinto-me tão diferente de outrora, quando participo da Missa diariamente. Somos tão fracos que não chegamos a cumprir nossos propósitos sem a ajuda e o sustento de Deus. A Eucaristia tornou-se para mim viva e necessária. O sacramento da Reconciliação com Deus, que nós ofendemos, menosprezamos e traímos diariamente, o sentimento de culpa e de tristeza que então nos acomete, isto tudo torna necessário que O recebamos muito freqüentemente. Muitas vezes não nos damos conta da inimaginável graça do perdão que nos é oferecido pelo Pai e o Filho no Espírito Santo; pedir humildemente essa graça, e tão freqüentemente quanto possível, é o maior privilégio que os cristãos possuem.
Acreditei durante anos que a decisão crucial de ficar no estrangeiro, tomada por mim em 1967, significava uma grande etapa da minha vida. Comecei uma existência nova, libertei-me e adiantei-me na minha carreira de escritora itinerante. Meu Pai Celeste corrigiu-me suavemente. Fui de novo agraciada por uma maternidade tardia, que devia recordar-me o meu lugar na vida: lugar humilde de mulher e de mãe. Assim fui realmente carregada nos braços de Maria Virgem, cuja intercessão eu não fora acostumada a solicitar, pois acreditava que essa devoção era própria principalmente de camponesas iletradas, como minha avó georgiana, que não tinha outra pessoa para quem se voltar. O’, como perdi essa ilusão, quando eu mesma me via só e sem apoio. Quem seria minha advogada se não a Mãe de Jesus? Como de repente Ela se me tornou próxima, Ela, que as gerações chamam bem-aventurada entre as mulheres.
Tive a ocasião de fazer retiros durante a Quaresma e a Semana da Páscoa. Como era agradável estar completamente escondida numa pequena aldeia, longe de tudo! Pude falar longamente com Jesus principalmente durante os longos silêncios da exposição do Santíssimo Sacramento.
A ALEGRIA DE DEUS SE EXPANDE NA PROVAÇÃO
Svetlana afirma com franqueza: “Tudo o que eu sei com certeza (como uma filha reconhece a voz de sua mãe) é que Deus me ama. Cristo me ama. Os seus Santos me amam também; ninguém e nada me pode arrebatar esta convicção; toda e qualquer vida, mesmo a mais insignificante, é preciosa aos olhos de Deus”.
O testemunho de Newman confirma tais afirmações: “Deus me criou para que eu Lhe preste um serviço preciso. Ele me confiou uma tarefa que Ele não confiou a outrem. Tenho a minha missão. Eu não poderei jamais avaliá-la devidamente neste mundo, mas eu a conhecerei plenamente na vida futura”.
2. REFLETINDO.. .
Este texto vem a ser eloqüente testemunho do senso religioso inato em todo ser humano. Apesar de sua educação atéia, Svetlana compreendeu que “é impossível viver sem Deus no coração”. Sem estudar religião, mas unicamente guiada pela procura do sentido da vida, chegou ela à conclusão da existência de Deus e pediu o Batismo na Igreja Ortodoxa Russa.
Mais e mais atraída pelo Senhor Deus, passou da Ortodoxia Oriental para o Catolicismo, onde suas aspirações são plenamente satisfeitas. E passou, sem ter que ser batizada de novo, pois o Batismo é validamente ministrado nas comunidades eclesiais ortodoxas, que observam exatamente o rito do sacramento. É Cristo quem batiza mediante o ministro que se preste a fazer o que Ele instituiu.
O depoimento de Svetlana merece divulgação, pois é benéfico conhecer a ação da graça nos corações sinceros.
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NOTA:
[1] Atualmente a recepção da Eucaristia e o sacramento da Reconciliação são mais freqüentes na Ortodoxia Oriental.