Deixar o passado para trás

Olá a todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “deixar o passado para trás.

Muito frequentemente não conseguimos avançar para o futuro porque estamos presos à realidade do passado. A fim de que consigamos nos desprender dessa realidade, sugiro as seguintes palavras de um autor:

Numa cidadezinha do interior, uma professora estadual enviuvou de um conhecido vereador chamado Tobias, a quem amava muito. Os amigos do vereador fizeram uma “vaquinha” e deram de presente à viúva um austero busto de madeira com a figura de Tobias, que foi colocado solenemente na sala. Todos os dias a moça podia ser vista depositando flores na tumba do seu amado Tobias. E eis que começou a aparecer no cemitério outro viúvo, triste e enlutado, que perto da professorinha chorava também o seu amor perdido. As coincidências se repetiram. Eles fizeram amizade. A professorinha um belo dia foi seguida pelo seu triste companheiro de aflições até a casa onde morava. Convidou-o a tomar um cafezinho. Na sala o visitante encontrou o rosto de Tobias, que o fuzilava com seu olhar. As visitas se reiteravam. A amizade crescia. Mas entre os dois havia algo que os distanciava: era o olhar severo de Tobias. Um dia Maria — a empregada — disse que não podia fazer o café porque faltava lenha (a cozinha naquela casa antiga do interior evidentemente tinha fogão a lenha). Faltando lenha não haveria café; faltando café a conversa não se justificava… De repente a empregada ouviu uma voz cava que saía do fundo da garganta da professorinha:

Maria, racha o Tobias!”

Que disse a senhora? Que faça lenha com o busto de Tobias?”

“Isso mesmo!”, repetiu de forma incrivelmente decidida a professorinha. “Racha o Tobias!”

A partir daquele momento a sombra agourenta de Tobias desapareceu… A amizade virou namoro e o namoro, casamento.

Hoje se pode ver nessa cidadezinha do interior um casal muito feliz, que todos os dias à tardinha dá um passeio à beira do rio, acompanhado de uma criança, o seu filhinho, que alegremente corre por todas aquelas campinas. Essa história ficou para mim como um símbolo.

Poderíamos perguntar: qual é o seu “Tobias”? Qual é a sombra que paira na sua vida? Que mágoa, que decepção, que medo, que derrota o prendem ao passado? Que complexo, que nostalgia, que rancor, que frustração o impedem de correr agilmente para o futuro?

Racha o Tobias!”, deveríamos ouvir gritar a nossa consciência.

Se queremos ser jovens, não podemos carregar os mortos do passado. Jesus nos diz no Evangelho: “Deixa que os mortos enterrem aos seus mortos; vem e segue-me” (Mat. 8; 22).

Seguir o Senhor, livres dos mortos do passado — liberados do peso da nossa corcunda —, ligeiros como os atletas, correndo livremente para o ideal do nosso futuro.

Racha o Tobias”, o “Tobias” que o está tornando um velho decrépito, e passa a viver livre dos fantasmas do passado (Rafael Llano Cifuentes, “85 Experiências sobre o Amor”).

Peçamos a Deus que nos ajude a desprender-nos de todas as realidades do passado que devem ser esquecidas, mágoas, erros, fracassos, decepções etc, e que nos ajude a ter um olhar fixo para a frente, onde Deus nos espera.

Uma santa semana a todos!

Pe. Paulo

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