Deus: o homem à procura de Deus

(Revista Pergunte e Responderemos, PR 263/1982)

por Paul-Eugene Charbonneau

Em síntese: O Pe. Charbonneau oferece ao público um livro impor­tante: mostra como a dimensão religiosa é congênita ao homem; todavia, por efeito de um antropocentrismo cada vez mais acentuado, tal dimensão cedeu nos dois últimos séculos ao ateísmo e ao agnosticismo; houve pen­sadores que chegaram a proclamar a morte de Deus – o que levou final­mente a proclamar também a morte do homem; alguns filósofos ultimamente têm concebido a impressão de que o homem é um absurdo condenado a uma existência absurda. Simultaneamente, porém, registra-se estranho recrudescimento das ciências ocultas, da astrologia, da magia…, ou seja, de manifestações irracionais da mística congênita do homem. Tal recrudescimento é sintoma de que o homem não dispensa a fé em Deus. Esta se apresenta de novo ao homem como objeto de interesse; na verdade, Deus reconhecido pela inteligência e afirmado por fé esclarecida é a grande e única resposta aos inatos anseios do homem à verdade, ao amor, à vitória sobre a morte. O autor ilustra esta sua tese mediante sólido raciocínio e interessantes citações de autores do nosso tempo, cristãos e ateus; tais citações dão especial valor ao livro, pois evidenciam muitas vezes as aspirações religiosas daqueles mesmos que dizem não ter fé.

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Comentário: Em 1981 o Pe. Charbonneau, conhecido por suas obras de ética conjugal, publicou importante livro intitulado «O homem à procura de Deus»[1]. Deixando a sua habitual temática, o autor se volta, em termos filosófico-teoló­gicos, para a questão do teísmo e do ateísmo na história da humanidade e, especialmente, no mundo contemporâneo; procura mostrar como, após variadas peripécias, o homem de nossos dias encontra de novo a sua grande resposta em Deus. O livro assim concebido merece especial atenção dos estu­diosos.

1. O conteúdo do livro

1.1. Senso religioso inato

Charbonneau começa por salientar que a dimensão reli­giosa é congênita no homem desde os inícios da história:

«A adesão a Deus… tal como a razão a pratica, investi­gando a existência e ultrapassando-se num olhar incisivo… é a marca viva da razão» (p. 26).

«A consciência humana é religiosa em sua essência. Deve-se admitir isso como um fato… A necessidade de crer em alguma coisa … Essa necessidade é, para nós, como a necessidade de respirar» (p. 26s).

«A razão explora o mundo, descobre os seres, sobre cuja exis­tência passa a interrogar. Até o momento em que ela desemboca sobre si mesma, procurando suas próprias causas, desejando tor­nar-se explicável e explicada. O desejo de existência torna-se então o desejo do próprio Deus, único que pode corresponder à razão para que ela não se encontre desnorteada como a agulha de uma bússola sem polo. O apelo à fé não é, nessas condições, um recurso extrínseco, uma criação gradativa e artificial. E o estouro do espírito sobre si mesmo. O que nos permite afirmar, em prin­cípio, com Varillon, que desde que o homem é homem é o desejo de Deus que o torna homem» (p. 28).

O autor julga que o politeísmo é a forma primitiva do senso religioso congênito do homem. Neste ponto distancia-se da escola antropológica de Viena (Áustria), que admite, na base de amplas pesquisas etnológicas, que o monoteísmo seja a forma inicial da religião entre os homens primitivos. O poli­teísmo, segundo Charbonneau, terá cedido finalmente ao monoteísmo, sendo o Cristianismo a expressão suprema da ascensão religiosa do homem:

«O homo christianus seria o melhor, o mais audacioso e o mais vigoroso promotor do homo sapiens. Entre um e outro não existe sequer paralelismo, mas simbiose. Quanto mais e melhor o homem por cristão, mais e melhor se tornará humano» (p. 49).

O Cristianismo esteve, e está, intimamente ligado à cons­trução de um mundo não somente mais humano, mas também mais civilizado:

«O cristão deve estar presente em todos os esforços da cidade temporal, quando ela procura construir um mundo mais humano. Se há omissão por parte do cristão ou recusa por parte da cidade, será a morte do homem, como teremos a oportunidade de mos­trar» (p. 52).

1.2. O antropocentrismo que expulsa Deus

Eis, porém, que no decorrer da história começou a se impor nova atitude filosófica: o antropocentrismo, que provo­cou a rejeição de Deus. Charbonneau se detém longamente na descrição das etapas por que passou o pensamento moderno desde o século XVI: refere-se a Descartes (> 1650), que inau­gura a era do racionalismo, a Baruch Spinoza (>1677) e ao século das Luzes ou do Iluminismo (século XVIII), em que o homem fazia de sua razão um critério absoluto da verdade, negligenciando os valores transcendentais da Revelação cristã.

Sobreveio o século XIX com o positivismo de Augusto Comte (>1857), o ateísmo, o antiteísmo… No século XX, os pensadores chegaram ao agnosticismo e indiferentismo no to­cante a Deus. O brado de Nietzsche (> 1900): «Deus morreu!» foi retomado no século XX por diversos filósofos, que desta maneira prepararam a morte do próprio homem. É o que observa sabiamente o filósofo estruturalista contemporâneo Michel Foucault:

«Em nossos dias, e Nietzsche ainda indica aí de longe o ponto de inflexão, não é tanto a ausência ou a morte de Deus que é afirmada, mas o fim do homem …; descobre-se então que a morte de Deus e o último homem estão estreitamente ligados» (Les mots et les choses 1967, p. 369, citado à p. 185).

Verifica o psicanalista Erich Fromm em nossos dias:

«No século XIX o problema era a morte de Deus; no século XX o problema é a morte do homem» (O dogma de Cristo, 1964, p. 85, citado à p. 184).

Essa morte do homem ocorre de várias maneiras. Charbonneau, apoiado por diversos observadores da atualidade, verifica que estão associados entre si Governos totalitários, sufocadores do homem, e ideologia atéia:

«Na realidade, é na negação teórica ou prática de Deus que se encontra a raiz de todos os totalitarismos. Bernard-Henry Lévy, após longo período de cegueira, viu e disse bem claramente:.. De Robespierre a Mao não há totalitarismo sem essa referência insistente, doentia, obsessiva à condenação à morte do Deus Único e Soberano» (p. 193, n° 79).

O pensador ateu Camus faz eco a tais observações:

«Se o homem se quer fazer Deus, ele se arroga o direito de vida ou de morte sobre os outros. Fabricando cadáveres e sub-homens, ele próprio é sub-homem e não Deus, mas servidor ignóbil da morte» (L’homme révolté, Paris 1951 p. 302).

«Tão logo proclamada a morte de Deus, o homem se instala em seu lugar e se arroga, sobre seus semelhantes, o direito de vida e de morte» (Joseph Mault, Camus révolté et liberté. Paris 1965, p. 74).

Sem Deus o homem se vilipendiou; a filosofia moderna se compraz em desfazer a dignidade e a nobreza naturais do ser humano, apontando-o principalmente como um ser absurdo, condenado a uma existência absurda:

«Por se ter recusado a ser esse peregrino do Absoluto que Bloy dizia que ele era, o homem tornou-se o peregrino do Absurdo, do qual Sartre se fez lúgubre defensor, o triste corifeu» (p. 189).

«As idéias que Chabanis trocava com Garaudy são plenamente justificadas: ‘A filosofia do Absurdo e do nada espreita cedo todos os ateísmos’ (Roger Garaudy, apud Christian Chabanis, Dieu existe­-+-il? Non. Paris 1973, p. 389) » (p. 190).

«Sem transcendência para assegurar o sentido de sua viagem, sem o Infinito como polo de seu périplo, o homem que já naufragou em si mesmo descobre a impossibilidade de qualquer forma de humanismo. Na cova de Deus só há lugar para o cadáver do homem. Sartre, num raio de lucidez e de honestidade, não deixa pairar dúvida a esse respeito. ‘humanismo estéril e imanência pura, Humanismo de inferno’ (Saint Genet, Comédien et Martyr, 1964, p. 203)» (p. 191).

Essa consciência de que o homem é um absurdo decorre do fato de que, sem o Absoluto, o ser humano já não vê o sentido da sua existência:

«O gosto da existência., se perde quando o seu sentido se desvanece. É que ‘… o segredo da existência humana consiste não apenas em viver, mas também em encontrar um motivo para viver’ (Dostoievski, Les frères Karamazov, Paris 1962, t. I, p. 299) » (p. 234).

Outro título de destruição do homem não raramente averiguado pelos autores contemporâneos é o fato de que, se Deus não existe, tudo é permitido ao homem, inclusive o homicídio. São palavras de Dostoievski:

«Que será do homem sem Deus e sem imortalidade? Tudo é permitido, conseqüentemente tudo é lícito» (Les frères Karamazov, Paris 1962, t. II, p. 231 ). Citado à p. 242.

E Sartre:

«Tudo é permitido, é forçoso confessar, já que Deus não existe e nós morremos» (Situations, Paris 1947, p. 103). Citado à p. 243.

Jean Cau escreve no romance La pitié de Dieu:

«Se Deus não existe, eu não acho graça em você, meu amigo, meu irmão, meu semelhante e meu próximo. Se Deus não existe meu amigo, meu irmão, meu semelhante e meu próximo, você me enche o saco. Homem, você não passa de um excremento tagarela» (Paris 1961), p. 21 ). Citado à p. 243.

É ainda a filósofa atéia Simone de Beauvoir, que acom­panhava Jean-Paul Sartre, quem escreve:

«Como quereis que vivamos quando descobrimos que nenhum fim na terra merece o menor esforço?!» (Quand prime le spirituel. Paris 1979, p. 225). Citado à p. 274, n. 181.

«Esse sentido que ela (a minha vida) havia perdido no dia em que eu havia perdido Deus» … (ib., p. 228). Citado à p. 274, n. 181.

1.3. O paradoxo de nossos dias

O quadro de nossos dias ainda é caracterizado por um fenômeno paradoxal: a grande voga das ciências ocultas e da astrologia; tendo abandonado o Deus uno da Revelação bíblica, o homem cria seus substitutivos para preencher (supostamente) o vazio deixado pela ausência de Deus:

«Quando Garaudy afirma que não é o ateísmo que caracteriza nossa época, mas antes a superstição, tem toda a razão. A prova disto está no pulular infra-racional dos ocultismos, das parapsico­logias, das astrologias, dos espiritismos, dos cultos mistagógicos, etc. Tantas panacéias que pretendem salvar o homem do absurdo. Este é tão virulento, ameaça tão profundamente o ser humano que contra ele todos os recursos parecem ser bons. De tudo isto depreende-se uma verdade: o homem contemporâneo não agüenta mais suportar o Absurdo. Todos os meios lhe parecem bons para lutar contra ele» (p. 249).

«Um duplo fenômeno marca a nossa civilização, sobretudo nes­tes últimos anos: o renascimento do misticismo religioso e o renasci­mento das ciências ocultas. Existe indubitavelmente o que Edgar Morin, após muitos outros, assinala como uma persistência e ressurgência, por exemplo, da astrologia» (p. 248, n° 109).

1.4. Ressurgimento do senso religioso

Precisamente este misticismo irracional e primitivo de nossos dias é o sintoma de um ressurgimento do senso religioso do homem contemporâneo.

Em última instância, ouve-se em amplas regiões da huma­nidade a interpelação que o ateu André Gide dirige aos seus leitores:

«A ti é difícil, dizes, afirmar que Deus existe. Mas dize-me se não te é mais difícil ainda afirmar que Deus não existe!?» (Journal 1889-1939. Paris 1948, p. 646). Citado à p. 511.

O ateísmo não responde às grandes interrogações que todo homem, queira-o ou não, concebe em seu coração: Qual o sentido desta vida? Qual o fim desta existência terrestre? Onde estão os verdadeiros valores? Existe o Absoluto ou algo que não seja transitório, limitado e vazio como tudo o que aparece ao homem? Existe o último e Definitivo Valor?

Pensadores de renome vão reconhecendo que somente Deus – e Deus afirmado de maneira inteligente pela razão e por uma fé esclarecida – pode dar resposta a tais perguntas.

«Para compreender a amplidão desse retorno a Deus no mundo moderno, basta ver o número impressionante de pensadores que centralizam o seu esforço de reflexão na questão religiosa. O fato é tão notável que prende a atenção, como um fato maior da nossa época, conforme testemunha o fascinante diálogo travado por dois grandes sábios da nossa época: um oriental, o outro ocidental. Cf. Arnold Toynbee e Daisaku Ikeda, Choisis la vie, un dialogue» Paris 1981, 409 págs.» (p. 291, n’° 227).

Entre outros, é de notar a propósito o depoimento de Roger Garaudy, o comunista que abraçou a fé:

«Acreditar em Deus é afirmar que a vida, o mundo e sua his­tória têm um sentido. Acreditar em Deus é escolher a liberdade como alicerce supremo da realidade. Acreditar em Deus é acreditar no homem, no qual ele habita» (Appel aux vivants. Paris, 1979, p. 314, citado à p. 291) .

1.5. Que é a fé?

O Pe. Charbonneau se detém longamente na definição do ato de fé, procurando enfatizar que a fé é o pleno desenvolvi­mento da razão (págs. 301-304; 306-311) : «Nada é mais peri­goso do que uma religião que pretende privar-se da razão. Ela chega ao fanatismo,… ao obscurantismo» (Jean Daniélou, citado à p. 307s). A fé é um valor da razão (págs. 364-391). Isto não quer dizer que a fé esvazie ou compreenda o mistério de Deus; Este ficará sendo sempre o Indizível, Aquele que é … Mas é pelo caminho da inteligência que o homem conhece a Deus e ilustra, na medida do seu possível, o mistério de Deus. Isto significa ainda que a fé não se opõe ao cultivo da inteli­gência e da ciência, mas, ao contrário, revela ao homem o sentido e o valor das mais altas expressões do saber humano.

O livro termina, pois, de maneira otimista. Depois de haver descrito o desatino das mais recentes gerações humanas afastadas de Deus pretensamente em nome da razão, mostra que a própria razão indica ao homem o Ser Absoluto que é Deus como sua grande resposta. Aliás, esse Ser Absoluto é também o Amor absoluto, que convida o homem ao consórcio da sua vida, superando a própria morte (págs. 478-480).

2. Uma avaliação

Três são as observações que nos ocorrem a propósito:

1) A concepção do livro é altamente oportuna e elogiável: o Pe. Charbonneau quis apresentar ao homem inquieto de hoje e única resposta cabal, que é a da fé, recorrendo a método sólido e estruturado. A documentação farta e abalizada em que apóia suas afirmações, merece o aplauso do leitor; este precisa de saber que o anseio de Deus não é experiência própria de um escritor católico, mas é também a de ateus e agnósticos. Procure, pois, o leitor do livro perceber o itinerário ou a linha diretriz da obra e compreenderá quão sábio é tal volume. Assim o livro se faz recomendável especialmente às pessoas que não têm fé, ou a têm adormecida; será também útil aos estu­diosos e estudantes de Teologia em seus diversos níveis. Mas não deixará de suscitar grande alegria também aos cristãos que vivem conscientemente a sua fé e a desejam enriquecer ou fortalecer. Sem dúvida, o livro de Charbonneau vem preencher uma lacuna da nossa bibliografia teológica.

2) O próprio autor reconhecerá, sem dificuldade, que foi prolixo. Poderia ter exposto seu raciocínio em menor número de páginas. As repetições, não raras no livro, podem tornar a leitura cansativa; o leitor, às vezes, gostaria de passar adiante em vez de ter que repisar a mesma temática; tenha-se em vista, por exemplo, p. 105s. Não diríamos ao autor que retire algu­mas das citações ou transcrições de textos que faz; estas são muito interessantes e valiosas. Mas sugeriríamos mais concisão na exposição do pensamento.

3) O que mais se pode discutir na obra de Charbonneau é o recurso que faz às concepções e ao vocabulário de Teilhard de Chardin, quando se refere à história do gênero humano: biogênese, biosfera, noogênese, noosfera, amorização, comple­xidade cerebral, consciência… A p. 65 o primeiro parágrafo torna-se complicado e obscuro, porque a linguagem teilhardiana prejudica a expressão do pensamento. À p. 201 lê-se: «A ma­téria tendo-se feito espírito… », o que não se entende, visto que o espírito não é um derivado da matéria, mas é algo radicalmente diverso da matéria. À p. 4, está dito: «Não há no homem a dualidade corpo e espírito», o que parece mal for­mulado; sim, o próprio autor reconhece, poucas linhas antes, que o homem «é espírito num corpo»; por conseguinte, dis­tingue entre corpo e espírito, ou seja, admite a dualidade entre corpo e espírito; o que Charbonneau quer excluir, não é a dua­lidade (= o fato de serem dois, distintos um do outro), mas o dualismo (= o antagonismo ontológico entre matéria e espírito).

Talvez a maioria dos leitores não esteja familiarizada com o pensamento de Teilhard de Chardin, mas nem por isto se sentirá prejudicada pelas referências teilhardianas do livro. Todavia aos estudiosos de Filosofia e Teologia poderá parecer discutível ou mesmo supérflua a adoção do pensamento teilhardiano para exprimir a bela e grandiosa tese de Charbonneau, Na verdade, Pierre Teilhard de Chardin S. J. não foi propriamente nem um filósofo nem um teólogo, mas um místico e, por isto, um poeta (dado a linguagem metafórica e neologista); este poeta místico foi movido durante toda a sua vida por preocupações apologéticas ou missionárias, pois queria mostrar aos incrédulos como se podem harmonizar entre si os dados da ciência e os da fé. Daí a síntese que Teilhard propôs abrangendo toda a realidade desde o átomo até o Cristo, Ponto culminante da história; o sábio jesuíta quis mostrar como uma certa unidade perpassa todas as criaturas, levando o estudioso naturalmente até a descoberta de Cristo no ápice dos seres. Tal síntese, como se compreende, teve que se contentar, por vezes, com afirmações genéricas, imprecisas, metafóricas. .. , que podem ter significado para quem aborde pela primeira vez a temática, mas que certamente deixam o filósofo e o teólogo insatisfeito porque lacunosas ou omissas. Ora o nível elevado da obra do Pe. Charbonneau não se coaduna bem com a utili­zação da síntese de Teilhard; com efeito, esta não tem a pre­tensão de rigor filosófico-teológico que, de resto, caracteriza o estudo de Charbonneau.

Fazendo tais observações, não tencionamos depreciar o trabalho que analisamos; as alusões à síntese de Teilhard não são tais que ponham em xeque o valor da obra, realmente notável e benemérita.

Estêvão Bettenoourt O.S.B.

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NOTA:

[1] Editora Pedagógica e Universitária Ltda., São Paulo 1981, 140 x 210mm, 524 págs.