Fim de ano

Olá a todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “ideias para começar o ano”.
 
Estamos a poucas horas de terminar o ano. Queria dar umas dicas para que o ano que se inicia seja muito valioso e frutuoso.
 
Se há algo que move o mundo, esse algo são as ideias. Não bastam sentimentos bons, não basta cantar na passagem do ano o “Adeus ano velho, feliz ano novo”, não basta pensar que, só porque começa o ano, ele será diferente, será melhor: “ano novo, vida nova”.
 
Para que o ano seja melhor, precisamos de uma cabeça boa, de boas ideias. Seguem algumas ideias que nos podem ser muito úteis:
 
a) olhar para a frente
 
Os santos nos ensinam a não carregar o peso, o lastro do passado. Nada pior do que ter de caminhar carregando um peso desnecessário. E o que os santos nos dizem a respeito do passado? Duas coisas altamente produtivas e tranquilizadoras: deixá-lo na misericórdia divina e tirar lições dele.
 
Deixá-lo na misericórdia divina. Isto é, pedir perdão por nossos erros, de preferência numa boa confissão, e esquecê-los. Fazer isso é altamente tranquilizador. É tirar um peso de cima, é deixar para trás o passado.
 
Tirar lições dos nossos erros. Os erros do passado só devem trazer um influxo para o presente: as lições que podemos extrair dos nossos erros. Tirando esse influxo benéfico, devemos deixar para trás os nossos erros. Do contrário, eles serão um peso que nos tirarão a força e a paz interior.
 
Pedindo perdão por nossas faltas e tirando lições dos nossos erros, podemos olhar para a frente com toda a energia do nosso ser.
 
b) determinar metas para o ano
 
Não basta olhar para a frente. É preciso saber o que fazer, saber para onde devemos ir.
 
E, nesse quesito, os santos também nos dão uma grande dica: ninguém melhora sem fazer propósitos; ninguém melhora com propósitos genéricos; ninguém melhora estabelecendo muitos propósitos.
 
Quanta sabedoria existe por trás dessas palavras. Quero melhorar? Então tenho que ter propósitos. Ninguém melhora tendo apenas boas intenções, bons sentimentos. Depois, os propósitos não podem ser muitos, pois ninguém consegue melhorar em muitos pontos ao mesmo tempo, tampouco podem ser genéricos. Por exemplo: neste ano vou ajudar mais o próximo. Esse propósito é tão genérico que facilmente cairá no vazio e no esquecimento. Teria que ser assim: este ano vou me engajar em algum trabalho social, e vou definir qual será até o dia 15 de janeiro; vou me dedicar a ele quatro horas por mês.
 
Sugiro que vocês estabeleçam propósitos em três campos: com relação a Deus, com relação à família, com relação às pessoas necessitadas.
 
c) perseverança nos propósitos
 
O pintor Ticiano, enviando ao imperador Carlos V o seu quadro “A Última Ceia”, escreveu-lhe: “Majestade, envio-vos um quadro em que trabalhei quase todos os dias e, muitas vezes, até de noite, durante sete anos”. Isso mesmo: Ticiano trabalhou naquele quadro por sete anos. Todos nós temos um grande defeito, que é querer que as coisas saiam rapidamente. Mas as coisas não são assim, principalmente no que diz respeito à melhora pessoal. Por isso, é muito importante a perseverança nos propósitos. 
 
Lutar um dia e outro dia, e mais um dia e outro dia. É assim que damos passos inimagináveis. Faz lembrar aquele famoso ditado: “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura”. Não é impressionante que a água possa furar uma pedra à base de tanto bater? Perseverança nos propósitos: este é o grande segredo!
 
Que essas ideias nos ajudem a começar o ano a mil por hora, não esquecendo, como é lógico, de estar sempre muito unidos a Deus.
 
Feliz 2022!
 
Padre Paulo M. Ramalho
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Padre Paulo M. Ramalho – Sacerdote ordenado em 1993. Cursou o ensino médio no colégio Dante Alighieri. Engenheiro Civil formado pela Escola Politécnica da USP; doutor em Filosofia pela Pontificia Università della Santa Croce. Atende direção espiritual na igreja Divino Salvador, Vila Olímpia, em São Paulo.


Sobre o autor