Liberdade interior (IV)

Gostaria de continuar a falar sobre a liberdade interior, que é a liberdade mais importante para conquistarmos, pois é ela que é a fonte da paz interior. 
 
Que liberdade interior adquirimos quando aceitamos tantas coisas que deveríamos aceitar e não as estamos aceitando!!! Quando damos este passo, que paz reina na nossa alma!!!
 
Veja algumas frases que diz Jacques Philipe no seu livro “A liberdade interior”: 
 
A liberdade em ação: escolher ou aceitar?
 
Gos­taríamos, em todas as situações da vida, de ter a oportu­nidade de escolher. Escolher onde passar as férias, o tipo de trabalho, o número de filhos, seu sexo e a cor de seus olhos. Sonhamos com a vida como uma espécie de imenso supermercado no qual cada prateleira apresente um grande estoque de possibilidades e onde se pudesse pegar à vonta­de o que fosse do nosso gosto e deixar o resto (…)
 
(No entanto) Há uma multidão de aspectos absolu­tamente fundamentais de nossa vida que não escolhemos: nosso sexo, nossos pais, a cor de nossos olhos, nosso tempe­ramento, nossa língua materna (…)
 
Além disso (…) com o passar do tempo é preciso reconhecer que este leque tende a fechar-se… (…)  Casar-se é escolher um homem, uma mulher e, por­tanto, excluir todas as outras (…)
 
É fundamental, sob a pena de nos expormos a dolorosas desilusões, compre­ender que existe também uma outra maneira de exercer a liberdade. É uma forma menos grandiosa à primeira vista (…) mas, na verdade, bem mais cheia de vida e revestida de uma fecundidade humana e espiritual imensa. Trata-se de (…) aceitar aquilo que não escolhemos.
 
(…) Aquele que quer conquistar uma verda­deira liberdade interior deve exercitar-se em aceitar com paz (…) coisas que parecem contradizer sua liberda­de: aceitar seus limites pessoais, suas fragilidades, sua fra­queza, esta ou aquela situação que a vida impõe, etc. Temos dificuldade em fazê-lo porque temos horror espontâneo a situações sobre as quais não temos controle (situações que não fazem parte dos nossos planos). No entanto, a verdade é a seguinte: as situações que verdadeiramente nos fazem crescer são exatamente aquelas sobre as quais não te­mos controle (Jacques Phillipe, A liberdade interior, Ed. Shalom, 2007, p. 21-24).
 
Jacques Philipe  tem muita razão no que está dizendo. De fato, quantas pessoas se sentem oprimidas, verdadeiramente oprimidas, porque algo indesejado está ocorrendo na sua vida e não o sabem aceitar. Não sabem aceitar:
– um defeito físico;
– um fracasso no campo profissional ou no campo afetivo e ficam carregando este peso por muitos e muitos anos;
– a perda de um parente querido;
– uma doença;
– o convívio com uma pessoa chata;
– a monotonia da vida, etc, etc.
 
Temos que aprender hoje uma lição: teremos paz, encontraremos paz, sentiremos um grande alívio, “aceitando” este algo indesejado e que não podemos mudar. Veremos como a liberdade desta “aceitação” nos liberta! E, para quem tem fé, verá que este algo indesejado faz parte dos planos de Deus e que dessa contrariedade poderão vir muitos e muitos bens.
 
Aprendamos a exercer a liberdade da aceitação e seremos mais felizes!
 
Uma santa semana a todos!

Pe. Paulo

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