Uma história impressionante do poder da oração

Olá a todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “uma história impressionante do poder da oração”.

Todos nós sabemos, de uma forma ou de outra, qual é o valor da oração. Como sou sacerdote, continuamente fico sabendo de histórias em que as pessoas rezaram com fé por alguma intenção e alcançaram a graça pedida. Algumas graças são coisas pequenas, do dia a dia, e outras são de maior dimensão. Outro dia fiquei sabendo de uma história cujo pano de fundo é o poder da oração. Ela me deixou profundamente impactado.

A história de Cecilinha

Juan Manuel Cotelo é um cineasta espanhol que tem feito documentários e tocado profundamente o coração das pessoas. Um deles, por exemplo, chama-se Terra de Maria, e relata a história de pessoas de diversas partes do mundo que se converteram por intermédio de Nossa Senhora. Agora, Juan Manuel está para lançar outro documentário; o título é Rostos do Perdão. Numa entrevista dada em julho deste ano, ele contou como surgiu o documentário. Disse que estava na Colômbia assistindo a um espetáculo e, no final, apareceu uma pessoa perguntando-lhe se ele poderia fazer uma filmagem dos seus chefes pedindo perdão. O cineasta quis saber quem eram os chefes. Pelo notebook, a pessoa entrou na internet e mostrou a ele quem eram. Juan Manuel ficou assustado. Viu que eram pessoas muito procuradas na Colômbia. São conhecidas como paramilitares. Trata-se de militares que fizeram uma organização paralela, apoiados pelos Estados Unidos durante a Guerra Fria, para combater militantes políticos de esquerda e grupos guerrilheiros armados; com o tempo, acabaram se envolvendo com o narcotráfico. Juan Manuel aceitou fazer a filmagem e, com o início desse trabalho, acabou conhecendo a história de Cecilinha.

Cecilinha era a esposa de um desses chefes. Numa ocasião, durante uma briga com o seu marido, foi espancada e ficou paraplégica. Pensou: apesar de estar nessa situação, posso fazer algo muito útil: rezar o terço e ler a Bíblia. Fazendo isso e buscando uma união cada vez mais profunda com Deus, decidiu adotar dez filhos. Já tinha dois. Dos dez adotados, cinco se tornaram sacerdotes. Querendo mais, decidiu chamar os grandes chefes, conhecidos de seu marido, para lhes dizer que Deus tinha um recado para eles, que Deus queria lhes perdoar, mas eles teriam de pedir perdão pelos crimes que haviam cometido. Com esse gesto, foi colhendo só críticas e gozações. Mas não desistiu. Um desses assassinos disse que colocava o sangue dos que esquartejava no copo e o bebia.

O filho mais novo, entre os dois que não eram adotados, começou a enfrentar sua mãe dizendo que ela estava louca por chamar aqueles assassinos para dentro de sua casa, e que ela deveria ser internada. Esse enfrentamento foi se acirrando até que um dia eles discutiram acaloradamente e o filho a expulsou de casa. Cecilinha lhe disse que quem deveria sair de casa era ele, pois não fazia nada e não era nem sequer capaz de pegar numa vassoura. O filho foi embora para os Estados Unidos e lá se tornou modelo da Bvlgari; depois passou a ser responsável pelas vitrines da marca no mundo inteiro. Ficou muito rico. Após quinze anos, andando em Miami, cruzou com um sacerdote que o reconheceu e perguntou-lhe se era filho da Cecilinha. Disse que sim. O sacerdote lhe diz que deve voltar para casa para ajudar sua mãe. Ele responde que a mãe é louca e que já a ajudava todo mês enviando-lhe dinheiro. O sacerdote o convence a voltar para casa.

Depois de grandes abraços, sua mãe lhe pergunta se já havia aprendido a pegar numa vassoura. Ele afirma que sim. Então ela diz: “vem comigo!”. E o leva a uma capela que tinha sido usada pelos chefes para torturar, matar e esquartejar suas vítimas. Está aqui a brocha, a tinta, a lixa etc. Mãos à obra! Passados uns dias, aparecem dez homens armados com metralhadora e um chefe. O chefe lhe pergunta o que estava fazendo. Ele diz que estava lá para ganhar o Céu. Viu uma Bíblia e pediu ao chefe que lesse. Pediu pela segunda vez. Sugeriu que os capangas fizessem o mesmo. O chefe diz que eles eram bons de mira e não dessas coisas. O rapaz abriu a Bíblia a esmo e leu a parte que São Paulo fala que a caridade perdoa tudo. Silêncio. Vão todos embora. Dias depois eles voltam e o sequestram. Tiram dele o capuz em frente à guarita principal de uma mansão. Estava acontecendo a festa de aniversário daquele chefe. O chefe aparece e pergunta a ele o que deve fazer para também ir ao Céu. Diz que deve se entregar e perdoar as suas vítimas. Para surpresa de todos, o chefe diz: “Eu topo. Mas com três condições: que tenha na prisão o Santíssimo Sacramento, que tenha um padre para nos atender espiritualmente, que eu possa sair da prisão para pedir perdão às pessoas que matei”! (Estes chefes chegaram a matar e a mandar matar milhares de pessoas). Volta-se para os que estão à sua volta e diz: “Quem mais quer se entregar”? Mais onze o fizeram. Depois de um mês, mil se entregaram.

Juan Manuel termina esse relato com a reflexão sobre o que uma senhora de cadeira de rodas rezando o terço não é capaz de conseguir.

Que essa história impressionante nos sirva para que pensemos no poder da oração e nos leve a rezar muito mais e com mais fé.
 
Uma semana abençoada a todos!
 
Padre Paulo 

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