Uma santa família

Olá a todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “uma santa família”.
 
Santa Teresinha do Menino Jesus talvez seja a santa mais conhecida em todo o mundo. O que poucas pessoas sabem é que seus pais também foram declarados santos no ano de 2015.
 
Num mundo onde a ausência de valores é cada vez maior, nada como ter uma família na qual se espelhar. E a família Martin, esse era o seu sobrenome, é um modelo extraordinário a ser seguido. Olhando para ela, vemos que, como sempre, o pilar da casa eram os pais: os santos Luís e Zélia Martin.
 
Gostaria de traçar só umas linhas desse casal para que vocês o conheçam um pouco e fiquem com o desejo de se aprofundar na vida de ambos. Como testemunhou Santa Teresinha: “O bom Deus me deu pais mais dignos do Céu do que da Terra”.
 
São Luís Martin nasceu no dia 22 de agosto de 1823, em Bordeaux (França), e Zélia veio ao mundo oito anos depois. Eles cresceram em famílias cuja religiosidade era bem arraigada.
 
Depois que o pai de Luís se aposentou, a família se mudou para Alençon, em 1831. Lá, ele aprendeu o ofício de relojoeiro. A família de Zélia também se mudou para Alençon após a aposentadoria do pai, em 1844. Nesse local, eles passaram por muitas dificuldades econômicas.
 
Santa Zélia fez o internato numa escola católica, onde aprendeu a confeccionar o ponto de Alençon, uma das rendas mais famosas da época.
 
Tanto Luís como Zélia sentiram durante a juventude o desejo de se consagrar a Deus através da vida religiosa.
 
Quando tinha 22 anos, ele pediu para ser admitido num mosteiro, mas foi rejeitado porque não sabia latim. Zélia, por sua vez, queria fazer parte da congregação paulina, mas também não foi aceita. Deus tinha outros planos para eles.
 
Anos depois, Luís abriu uma relojoaria e Zélia abriu uma empresa de rendas.
 
Luís e Zélia se encontraram pela primeira vez em abril de 1858 na ponte São Leonardo. Ela ficou impressionada com aquele “jovem de nobre fisionomia, semblante reservado e modos dignos”, e sentiu que uma voz interior lhe dizia que ele seria seu futuro marido.
 
Eles se apaixonaram e se casaram na noite do dia 12 de julho do mesmo ano. O casamento religioso foi realizado à meia-noite, como era costume naquela época, na igreja de Nossa Senhora.
 
O maior desejo e objetivo do casal era de, vivendo uma vida normal, serem santos e criarem filhos para ir ao Céu. Assim, entre as responsabilidades próprias de uma família corrente, a vida profissional de São Luís e a empresa de rendas de Santa Zélia, procuravam colocar Deus em primeiro lugar em tudo o que faziam. Iam à missa diariamente, faziam as suas orações e se confessavam com frequência.
 
Com o passar dos anos foram vindo os filhos. Com muita dor, perderam quatro deles, sobrevivendo cinco filhas. Apesar de tudo, entre todas as dificuldades, não abandonavam a alegria, pois estavam sempre perto de Deus.
 
Santa Zélia, sendo muito jovem, aos 45 anos contraiu um câncer de mama, que ela soube levar com muita serenidade. Assim escrevia numa carta: “Se Deus quiser me curar, ficarei muito contente, porque, no fundo do meu coração, desejo viver; o que me custa é deixar meu marido e minhas filhas. Mas, por outro lado, digo a mim mesma: se eu não me curar, é porque, talvez, seja mais útil que eu parta”. Faleceu em 1877, com 46 anos.
 
Aceitando essa cruz dolorosa, São Luís pediu forças a Deus e levou para a frente a sua família com as cinco filhas; uma a uma foi entrando no convento.
 
A história continua e é maravilhosa, mas deixo para vocês irem atrás. Que o exemplo dessa família seja uma fonte inspiradora para todas as famílias que sonham em construir um pequeno céu na terra.
 
Sugestão de livro para leitura:
https://www.amazon.com.br/Hist%C3%B3ria-Fam%C3%ADlia-Martin-Floresceu-Lisieux/dp/8556381057
https://www.paulinas.com.br/loja/luis-e-zelia-martin
 
Uma santa semana a todos!!!
 
Padre Paulo M. Ramalho
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Padre Paulo M. Ramalho – Sacerdote ordenado em 1993. Cursou o ensino médio no colégio Dante Alighieri. Engenheiro Civil formado pela Escola Politécnica da USP; doutor em Filosofia pela Pontificia Università della Santa Croce. Atende direção espiritual na igreja Divino Salvador, Vila Olímpia, em São Paulo.

Sobre o autor